SALVADOR
Especialistas destacam importância de abordagem integrativa para PCDs
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi iniciativa da ONU em 1992
Por Inara Almeida*

Com o objetivo de ampliar as discussões e mobilizar a população em defesa de direitos como atendimento integrado de reabilitação, hoje, é comemorado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, data promovida pela Organização das Nações Unidas em 1992.
De acordo com uma pesquisa divulgada em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, 10,4% da população baiana - 1,524 milhão de pessoas de 2 anos ou mais - tinha alguma deficiência, sendo o terceiro maior contingente e quinta maior proporção do país.
Para Nicole Marques, psicóloga responsável pelas oficinas terapêuticas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a data é de extrema importância para gerar conscientização e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência, a partir, principalmente, de políticas públicas. “É crucial uma reflexão sobre esses direitos, conscientizando sobre a igualdade de oportunidades a todos, a promoção dos direitos humanos, inclusão e acessibilidade. Lembrando que, quando falamos de políticas públicas, precisamos entender que o foco é promover a igualdade para melhoria e qualidade de vida da pessoa com deficiência, onde o mundo possa ser visto e vivido a partir da inclusão”.
Com equipe composta por fisioterapeutas, psicólogos, nutricionista, neuropediatra, ortopedista, fonoaudiólogos e musicoterapeuta, a Apae é referência no atendimento especializado nas áreas de assistência social, educação e saúde. Em Salvador, são 580 pacientes assistidos pelo Centro Especializado em Reabilitação, com maior prevalência em crianças com transtorno do espectro autista (70% a 80%).
Outra instituição focada no atendimento humanizado a crianças com deficiência é a Clínica Espaço Kids, na Pituba. Segundo Deyse Moura, fisioterapeuta da clínica, são atendidas de 15 a 17 crianças. Para a fisioterapeuta, uma abordagem terapêutica que envolve a criança no processo de escolha e considera os seus interesses é de extrema importância para o desenvolvimento. “Acreditamos que a criança precisa participar da escolha do brinquedo, da atividade, para que isso a motive e, consequentemente, gere uma resposta melhor dentro do processo de reabilitação”, explica.
Além disso, Deyse destaca a relevância de um atendimento integrado no processo de reabilitação, tanto nos aspectos físicos quanto cognitivos, comportamentais, intelectuais e sensoriais. Ainda de acordo com Moura, não existe idade ideal para buscar acompanhamento integrado para as crianças. “A partir do momento que é identificada alguma alteração motora ou de interação, linguagem, essa criança está apta para a avaliação”, pontua a especialista.
Laura, 7 anos, diagnosticada com a Síndrome de Joubert, conta com acompanhamento na clínica Espaço Kids desde os 6 meses de vida. Para a sua mãe, Camile Dultra, neste dia Internacional da Pessoa com Deficiência, é importante chamar atenção para a necessidade dos pais introduzirem dentro de casa, ainda na infância, as discussões sobre o respeito e inclusão das pessoas com deficiência. “É preciso ensinar às crianças que as diferenças existem e precisam ser respeitadas, que é preciso conviver com essas diferenças. Infelizmente, ainda não há um olhar atento, de empatia para as crianças com deficiências”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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