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23/09/2024 às 16:21 - há XX semanas | Autor: Da Redação

BAHIA

Justiça indeniza em R$ 50 mil auxiliar de cozinha vítima de racismo no trabalho

Além de ter sofrido agressão física, mulher era chamada de “urubu de macumba", "nega feiticeira", entre outras ofensas

Imagem ilustrativa da imagem Justiça indeniza em R$ 50 mil auxiliar de cozinha vítima de racismo no trabalho
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A Justiça do Trabalho determinou o pagamento de indenização de R$ 50 mil a uma auxiliar de cozinha que foi vítima de agressões racistas no restaurante onde trabalhava, em Feira de Santana. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5).

De acordo com o TRT, o dono do restaurante, que já fechou, ofendia a trabalhadora com xingamentos racistas e também a agredia fisicamente. Além da indenização, a Justiça do Trabalho reconheceu a rescisão indireta do contrato. Ainda cabe recurso da decisão.

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A funcionária foi contratada em 2011 como auxiliar de cozinha. Ela relatou que sofria tratamento racista pelo proprietário, que a chamava de termos como "urubu de macumba" e "nega feiticeira", e fazia comentários como "gosto tanto de preto que tomo café mastigando".

Além das ofensas verbais, a mulher ainda afirmou ter sido agredida fisicamente. Em outubro de 2020, enquanto carregava uma bandeja com quentinhas, o patrão a puxou com força pelo braço, machucando seu punho. A empregada registrou um boletim de ocorrência, e a perícia comprovou edema na mão e no pulso esquerdo.

Ainda segundo o TRT5, uma testemunha ouvida no processo afirmou que o patrão da auxiliar de cozinha bebia e era agressivo com os funcionários, tendo presenciado as ofensas racistas.

A esposa do proprietário do restaurante, que também trabalhava no estabelecimento, foi a testemunha da empresa. Ela negou a agressão e disse que o marido apenas pegou no braço da funcionária para entregar uma bandeja. Ela afirmou ainda que ele era brincalhão e que chamar a funcionária de “nega feiticeira” seria uma "brincadeira sem maldade".

Racismo Recreativo

O juiz que analisou o caso destacou que a esposa do proprietário admitiu as ofensas e tratou-as como “brincadeiras”. Ele explicou que essa postura faz parte do racismo estrutural brasileiro, conceito que o jurista Adilson Moreira, no livro Feminismos Plurais, define como "racismo recreativo". Para o magistrado, as agressões verbais racistas já violavam o direito da funcionária a um ambiente de trabalho saudável, justificando a rescisão do contrato. As agressões físicas foram consideradas uma extensão dessa violência.

“O ato do empregador se entender no direito de agredir fisicamente a empregada é, também, uma manifestação física das palavras racistas já expressadas em suas 'brincadeiras', ao exercer sua pretensa superioridade e desumanizar a vítima ”.

Com base nisso, o juiz fixou a indenização em R$ 50 mil e determinou que o caso fosse encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para as devidas providências.

O proprietário recorreu, pedindo a nulidade da decisão e a redução da indenização, alegando que o valor da condenação excedia o pedido inicial. O desembargador relator, Jéferson Muricy, entendeu que o valor estava dentro do limite indicado, considerando a leitura global da petição. Ele ressaltou que as agressões verbais e físicas no ambiente de trabalho ficaram comprovadas. A decisão teve os votos das desembargadoras Maria Elisa Gonçalves e Eloína Machado.

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