'MALDITA' ENTRE ELES
Única mulher no Baralho do Crime da Bahia está foragida há 6 anos
Diretor-geral da Polícia Civil fala sobre as dificuldades em localizar foragidos da Justiça
Por Andrêzza Moura

Há seis anos, agentes das forças de segurança da Bahia tentam localizar e prender Edivania Pereira de Morais. Vaninha, como também é conhecida, é a única mulher a figurar no 'Baralho do Crime' da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/ BA) dentre os 52 criminosos mais procurados do estado.
Na ferramenta, que auxilia as polícias baianas nas buscas por foragidos, a suspeita ocupa o nipe Oito de Paus, desde junho de 2019. Vaninha é apontada como mandante da morte da professora Élida Márcia de Oliveira, de 32 anos, em 20 de fevereiro daquele ano, na cidade de Juazeiro, no extremo norte do estado.

Segundo o delegado Flávio Martins, titular da 17ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/ Juazeiro), os investigadores nunca deixaram de procurá-la e, inclusive, apura todas as informações sobre possíveis paradeiros dela. A mulher está com mandado de prisão preventiva em aberto.
"Já foi checado várias informações, desde o início [das investigações]. Na realidade, a gente nunca deixou de procurar. Agora, chegaram informações até de outros estados que ela poderia estar. Sempre checamos, mas nunca conseguimos chegar ao paradeiro dela. Já chegou a informação dela no Espírito Santo e em Pernambuco", explicou o coordenador.
"Toda informação que chega ao nosso conhecimento conseguimos checar. Mas, a gente precisa do apoio da população, temos os meios, mas a população quando dá o norte, a gente sempre apura", concluiu Martins.
Diretor-geral da Polícia Civil
Em conversa com o Portal A TARDE, o diretor-geral da Polícia Civil, André Viana, revelou que diversas são as dificuldades para localizar os foragidos e, entre essas, está o fato de muitos deles estarem escondidos em outros estados.

"Como ocorre em boa parte dos casos, que nós não conseguimos localizar, é porque eles [criminosos] estão fora do estado, em local de difícil acesso para a Polícia Civil. O que eu quero dizer com isso? No Rio de Janeiro, por exemplo, teve uma decisão da justiça no sentido que proibia as incursões das polícias [nas comunidades], de modo geral. Então, os criminosos resolveram utilizar [as comunidades] como escritório e, de acordo, com essa decisão que proibia, eles estruturaram melhor a liderança deles e vão colocar como escritórios do crime", afirmou Viana.
O diretor enfatizou ainda que o apoio da população é mais do que importante para o combate a criminalidade e na ajuda aos agentes das forças de segurança na localização dos foragidos.
"A dificuldade que nós temos, e nós contamos com o apoio da população, primeiro é saber realmente onde estão. Porque quem está nesse grau de criminalidade, ele realmente conta com diversas ajudas que fazem com que ele tente furtar-se ao radar. O primeiro ponto é esse papel da sociedade, através do 181, do Disque Denúncia, é importante que a informação chegue. Ela chega com o critério, a razão de ser do Disque Denúncia, é que essa denúncia seja anônima. Porque quando a denúncia é anônima, a pessoa se sente confiável a delatar", declarou o delegado.
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Ainda conforme o diretor-geral, além do trabalho conjunto entre as polícias da Bahia, existe também uma integração entre os agentes de segurança da Bahia com as de outros estados. "Nós tivemos, através da atividade de integração, 36 lideranças alcançadas de organizações criminosa e, dessas 36, é importante que se diga, 12 foram fora do estado. Ou seja, fruto desse enfrentamento à criminalidade aqui [Bahia], os criminosos foram procurar escritório do crime fora do estado, principalmente, no sudeste do país, em específico no Rio de Janeiro, sabendo que também utiliza São Paulo, nós temos lideranças alcançadas no Ceará", conclui André Viana, revelando que, dos 12 presos, sete fazem integravam o 'Baralho do Crime'.
Oito de Paus e o crime
Edivania Pereira de Morais, a Vaninha, é apontada pela polícia como a mandante da professora Élida Márcia de Oliveira, de 32 anos, na manhã do dia 20 de fevereiro de 2019, na cidade de Juazeiro, no extremo norte do estado.

Élida foi executada a tiros, por volta das 6h, na porta de casa, na Travessa Machado de Assis, no bairro Alto do Alencar. Ela estava dentro do veículo da família, quando foi morta na frente do marido e da filha, de dois anos.
À época, a polícia apurou que Vaninha encomendou a morte da professora por não aceitar o fim do relacionamento que teve com o marido da vítima, de prenome Lázaro. Edivania e Lázaro se conheceram em junho de 2018 e iniciaram um breve namoro. Com o fim da relação, a mulher passou a perseguir o homem e também Élida.
Além de Vaninha, o pai dela Edivan Constantino de Morais, Maicon Neves dos Santos e Railton Lima da Silva participaram do crime. Em depoimento, Maicon e Railson apontaram Edivan como o contratante da morte de Élida. Apenas Edivania está foragida. Os demais já passaram por julgamento.
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