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COP30

Bahia recebe R$ 55 milhões para restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica

Projeto Muçununga (Neoenergia e Biomas) plantará 2 milhões de mudas, gerando 525 mil créditos de carbono

Georges Humbert*

Por Georges Humbert*

18/11/2025 - 20:09 h
Vista aérea e uma área de Mata Atlantica 
Foto: Douglas Magno Com crescimento de 54% sobre o período anterior, a Bahia está pelo segundo ano consecutivo na segunda colocação entre os estados que mais desflorestaram áreas naturais de Mata Atlântica entre 2020 e 2021, quando perdeu 4.968 hectares (ha). Os dados foram divulgados na 17ª edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, através de um trabalho de parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica (Sosma) e o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), iniciado em 1989. 

Na foto: Setubinha, MG
Foto: Douglas Magno / Divulgação
Vista aérea e uma área de Mata Atlantica Foto: Douglas Magno Com crescimento de 54% sobre o período anterior, a Bahia está pelo segundo ano consecutivo na segunda colocação entre os estados que mais desflorestaram áreas naturais de Mata Atlântica entre 2020 e 2021, quando perdeu 4.968 hectares (ha). Os dados foram divulgados na 17ª edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, através de um trabalho de parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica (Sosma) e o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), iniciado em 1989. Na foto: Setubinha, MG Foto: Douglas Magno / Divulgação -

A Bahia se prepara para receber um dos mais relevantes projetos privados de restauração ecológica do país. A Carbon2Nature Brasil — joint venture formada pela Neoenergia e pela Carbon2Nature, da espanhola Iberdrola — firmou parceria inédita com a Biomas para codesenvolver o Projeto Muçununga, iniciativa que irá recuperar cerca de 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul do Estado. O investimento total previsto é de R$ 55 milhões, dos quais metade será aportada pela Carbon2Nature Brasil.

A ação chega em um momento estratégico, às vésperas da COP30, reforçando a percepção de investidores internacionais sobre o potencial brasileiro no mercado de soluções baseadas na natureza e créditos de carbono.

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Recuperação em larga escala e biodiversidade rara

A área a ser restaurada equivale a aproximadamente 1,2 mil campos de futebol e se distribui por oito municípios baianos: Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Potiraguá e Santa Luzia.

Até 2027, o Projeto Muçununga prevê o plantio de cerca de 2 milhões de mudas, abrangendo mais de 70 espécies nativas — um número altamente superior ao padrão internacional. Entre as espécies que serão reintroduzidas estão araçá, copaíba, guapuruvu, ipê-amarelo e jatobá, reforçando a recomposição de corredores ecológicos em uma das regiões de maior biodiversidade da Mata Atlântica, hoje reduzida a 26,2% de sua vegetação original.

Créditos de carbono e geração de renda

O modelo de negócios é financiado pela futura emissão de créditos de carbono. A estimativa é que o projeto gere cerca de 525 mil créditos de carbono ao longo de 40 anos, cada um equivalente a uma tonelada de CO₂ removida da atmosfera.

O impacto também será socioeconômico, com a expectativa de que o projeto gere cerca de 80 empregos diretos durante sua implementação, ampliando oportunidades em municípios com forte dependência de atividades de base florestal.

Parceria estratégica e sinalização para a COP30

Para a Neoenergia, a iniciativa reforça compromissos ambientais, especialmente em territórios onde a empresa mantém operações relevantes. “O projeto reafirma nosso compromisso em ampliar benefícios ambientais e sociais, especialmente na Bahia, onde temos forte atuação”, declarou o CEO da companhia, Eduardo Capelastegui.

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Criada em 2024, a Carbon2Nature Brasil projeta capturar mais de 10 milhões de toneladas de CO₂ nos próximos anos. A parceria com a Biomas é vista como um marco no amadurecimento do mercado brasileiro de restauração ecológica em larga escala. A Biomas, por sua vez, é uma das maiores iniciativas privadas de restauração do mundo, formada por Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.

A Bahia no mercado climático global

Localizado no corredor central da Mata Atlântica, o Projeto Muçununga simboliza o avanço do país — e especialmente da Bahia — no uso de instrumentos econômicos para proteção ambiental. A convergência entre restauração florestal, créditos de carbono e participação privada coloca o estado na rota das maiores tendências globais em clima, biodiversidade e economia verde.

Em plena COP30, na Amazônia, a iniciativa surge como uma demonstração concreta de que o Brasil possui capacidade técnica e escala para liderar o mercado global de soluções baseadas na natureza, aliando recuperação ambiental e desenvolvimento econômico.

*Georges Humbert é correspondente de A TARDE na COP30, em Belém.

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