BRASIL
Brasileiro surpreende família ao embarcar para a guerra na Ucrânia
Família reagiu com choque após descobrir a viagem momentos antes do embarque

Por Luan Julião

Aos 22 anos, o paranaense Matheus Nunes tomou uma decisão que surpreendeu até os mais próximos. Natural de Cascavel, no oeste do Paraná, o jovem deixou o Brasil em novembro de 2025 para atuar como voluntário na guerra na Ucrânia, em meio ao conflito contra a Rússia. A escolha só foi comunicada à família no momento da partida, quando ele já estava no aeroporto, prestes a embarcar.
Antes da viagem, Matheus havia servido como reservista do Exército Brasileiro, integrando o 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel. Após encerrar o período militar, passou a trabalhar como vigilante em empresas de segurança privada na cidade. Ele permaneceu em território ucraniano até o dia 15 de dezembro, data em que retornou ao Brasil.
O impacto da notícia entre os familiares foi imediato. Segundo o próprio jovem, a decisão causou surpresa e apreensão.
“Eu avisei quando já estava no aeroporto. Até então eu tinha comentado, mas acho que eles não acreditaram muito. Quando viram que eu estava indo de verdade, caiu a ficha. Foi aquele choque, mas depois não tinha mais o que fazer. Eles ficaram rezando para que tudo dê certo”, contou.
Matheus afirma que a ida à Ucrânia não foi motivada por impulsividade ou exposição pessoal. Ele reforça que encarou a decisão com seriedade.
"Não é vitimismo, nem busca por atenção ou sensacionalismo. A realidade é séria e precisa ser tratada com responsabilidade. Falo apenas para esclarecer e evitar interpretações erradas", afirmou.
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Durante a permanência no país em guerra, o jovem também procurou tranquilizar amigos e familiares, destacando que os voluntários seguem regras rígidas de segurança e que as atividades ocorrem em locais controlados.
"Estou bem. Existe organização, orientação e cuidado com a integridade de quem está aqui [...] É transformador ver um povo lutando pela própria liberdade, a solidariedade entre voluntários e militares e a força coletiva que mantém a esperança, mesmo em meio às dificuldades", disse.
Alerta do Itamaraty
A atuação de brasileiros em conflitos armados no exterior tem sido alvo de atenção do Ministério das Relações Exteriores. Em junho deste ano, o órgão divulgou um alerta desaconselhando o alistamento voluntário em forças armadas estrangeiras, especialmente em cenários de guerra.
Segundo o ministério, houve aumento no número de brasileiros mortos em conflitos ou que enfrentam dificuldades para encerrar a participação nessas forças. Diante disso, a recomendação oficial é para que propostas de trabalho com fins militares sejam recusadas. O Itamaraty também ressalta que, nesses casos, a assistência consular pode ser "severamente limitada pelos termos dos contratos assinados entre os voluntários e as forças armadas de outros países".
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