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NEGOCIAÇÕES

Exportadores de café dizem que redução de tarifa foi pior para Brasil

Produtores pedem a manutenção das negociações com americanos

Redação

Por Redação

15/11/2025 - 19:07 h
Entre agosto e outubro deste ano, exportações de cafés especiais do Brasil para os EUA caíram 55% em relação ao mesmo período de 2024
Entre agosto e outubro deste ano, exportações de cafés especiais do Brasil para os EUA caíram 55% em relação ao mesmo período de 2024 -

A decisão do governo dos Estados Unidos de manter tarifas de 40% sobre produtos como o café causou frustração e preocupação entre produtores brasileiros. Eles pedem a manutenção das negociações com os americanos.

O decreto assinado pelo presidente Donald Trump eliminou tarifas de 10% sobre uma série de produtos, principalmente agrícolas, de todo o mundo. Ficou mantida, no entanto, a sobretaxa imposta a itens vendidos pelo Brasil.

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O que se teme é que países como Colômbia, Costa Rica, Etiópia, Vietnã e Indonésia ocupem o espaço nos blends (mistura de grãos) vendidos aos americanos, e que o consumidor do país se acostume aos novos sabores

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De acordo com dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais, entre agosto e outubro deste ano as exportações de cafés especiais do Brasil para os EUA caíram 55% em relação ao mesmo período de 2024, de 412 mil para 190 mil sacas de 60 kg.

A associação defende que o governo brasileiro acelere as negociações com Washington para tentar remover por completo as barreiras para que o fluxo comercial seja normalizado o mais rápido possível

Uma análise preliminar da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicou que 80 produtos agrícolas exportados pelo Brasil aos Estados Unidos serão beneficiados pela remoção da tarifa global. Eles representaram, em 2024, US$ 4,6 bilhões em vendas aos americanos (11% do total).

De acordo com o levantamento, quatro produtos, castanha-do-pará e três tipos de suco de laranja vão ficar isentos de taxas, em razão de já estarem na primeira lista de cerca de 700 exceções abertas pelo governo americano, em julho.

“Outros 76, que incluem carne bovina e café não torrado, setores em que o Brasil se destacava como fornecedor, tiveram a taxação total reduzida, mas ainda enfrentarão 40% de tarifa para entrar no mercado americano”, diz a entidade.

As tarifas adicionais aplicadas pelos EUA em agosto provocaram prejuízos estimados em US$ 700 milhões ao setor de carne bovina, segundo estudo da Associação Brasileira de Frigoríficos. As vendas totais de carne e subprodutos para o mercado americano recuaram 36,4% no trimestre de vigência das medidas.

Em outubro, a retração foi ainda mais forte. O levantamento mostra que as vendas de carne bovina in natura para os EUA caíram 54% em relação ao mesmo mês de 2024. O embarque de carne industrializada recuou 20,3%, e o de sebo e outras gorduras bovinas, 70,4%.

Apesar da queda recente, o ritmo forte das exportações no início do ano fez a receita acumulada de janeiro a outubro com os EUA crescer 40,4%, para US$ 1,79 bilhão (cerca de R$ 9,5 bilhões). De acordo com a Abrafrigo, os resultados seriam mais altos caso as tarifas não tivessem sido aplicadas. O crescimento do mercado de carne foi sustentado pela demanda chinesa e pela União Europeia.

A China segue como principal destino da carne bovina brasileira. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, as exportações totais de carne e derivados somaram US$ 14,65 bilhões (R$ 77,60 bilhões), alta de 36% na comparação anual e recorde histórico, de acordo com a entidade.

O Brasil já operava em um ambiente muito mais desfavorável em relação aos demais exportadores, e qualquer alívio tarifário tende a reduzir essa assimetria, não ampliá-la. Em contraste com o cenário de perdas na carne bovina e no café, o setor de suco de laranja teve um alívio, embora parcial.

O governo americano incluiu todos os códigos tarifários do suco brasileiro –tanto o concentrado quanto o não concentrado– no anexo de produtos isentos da sobretaxa recíproca de 10%. A medida reduz a pressão competitiva sobre o produto nacional em um momento de preços internacionais mais baixos, segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).

A isenção, porém, não elimina o custo total: permanece vigente a tarifa tradicional de US$ 415 por tonelada de suco concentrado, aplicada há décadas, e subprodutos como óleos essenciais e farelo de laranja continuam sujeitos às tarifas adicionais.

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exportação de café mercado americano negociações comerciais Produtores brasileiros setor agrícola tarifas comerciais

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