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Governo Bolsonaro sabia de garimpo em Terra Yanomami, mas se omitiu

Documentos detalhados apontaram para o avanço da atividade que causou morticínio e subnutrição

Publicado sexta-feira, 12 de maio de 2023 às 08:08 h | Atualizado em 12/05/2023, 08:21 | Autor: Da Redação
Foram encontrados pontos de garimpo nas calhas dos rios Uraricoera, Couto Magalhães, Auaris, Parima e Mucajaí
Foram encontrados pontos de garimpo nas calhas dos rios Uraricoera, Couto Magalhães, Auaris, Parima e Mucajaí -

Apesar de receber, em agosto de 2022, informações sobre o avanço do garimpo em Terra Yanomami, com identificação de mais de 80 pontos ligados à atividade que causou morticínio e subnutrição na região, o governo de Jair Bolsonaro (PL) não agiu, apontou reportagem do portal Uol publicada nesta sexta-feira, 12.

Os documentos produzidos pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que compõem o que a reportagem chamou de "o maior raio-x da situação de que se tem notícia", encontrou pontos de garimpo nas calhas dos rios Uraricoera, Couto Magalhães, Auaris, Parima e Mucajaí, com 18 pistas de pouso só na área inspecionada, 13 pontos de apoio e três áreas descritas como portos.

Então presidente da Funai, Marcelo Xavier pediu que o Ministério da Justiça coordenasse uma operação. Um ofício foi enviado em 12 de agosto, mas no dia 17 daquele mês o processo parou definitivamente de ser movimentado pela gestão Bolsonaro.

Duas semanas após o relatório ser enterrado, o então vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), revelou saber sobre a crise dos yanomamis, mas alegou que faltou dinheiro para que a situação fosse resolvida.

Leia mais: Crise do povo Yanomami será enviada para Tribunal em Haia

O Ministério da Saúde do governo atual apontou que, entre janeiro e fevereiro de 2023, 42 indígenas morreram em Terra Yanomami. As principais causas dos óbitos foram desnutrição grave, diarreia e pneumonia, doenças associadas à fome.

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