Homem inocentado por roubo vira réu de novo por reconhecimento facial

O educador Danillo Félix de Oliveira, que chegou a ser preso por acusação de roubo em 2020, para em seguida ser inocentado, se tornou réu novamente pelo método de reconhecimento facial, no estado do Rio de Janeiro.

Após a absolvição, quando a própria pessoa assaltada reconheceu o equívoco, a fotografia de Danillo continuou no álbum de suspeitos da 76ª DP (Niterói). Desta vez, o educador responde em liberdade, ao contrário do que aconteceu em 2020, quando foi detido no meio da rua, chegou a ficar encarcerado por dois meses, em três presídios diferentes, e passou fome durante esse período.

O Instituto de Defesa da População Negra assumiu a defesa do caso. Danillo questionou o método que o tornou réu pela segunda vez. "A dinâmica é a mesma. Parece que no mesmo dia essa pessoa [o verdadeiro assaltante] cometeu outros assaltos. Os processos são os mesmos, a juíza é a mesma, a vara é a mesma. Eu já fui julgado. Para que eu vou passar por outra audiência novamente?", disse o educador ao portal G1.

“Sou um jovem negro de classe baixa, morador de comunidade. Não tem prova nenhuma para me prenderem, e me prenderam. Isso não é racismo? Óbvio que é. Não de uma pessoa específica, mas do Estado, desse Brasil completo”, completou.

Danillo foi denunciado com base no registro de ocorrência da delegacia e as vítimas vão ser ouvidas em audiência nesta semana, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O Tribunal de Justiça afirmou que Danillo é réu e responde por roubo majorado.

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