PATINETE ELÉTRICO
Jet redobra estratégia contra roubos e mira Brasil como maior mercado
Empresa pretende dobrar a frota até o fim de 2025 e chegar a 50 cidades com mais de 500 mil habitantes

Por Jair Mendonça Jr

A Jet, empresa de patinetes elétricos, quer dobrar sua frota no país e encerrar o ano com 40 mil unidades em operação, o dobro do atual. O Brasil, que foi o sétimo mercado a receber o serviço, se tornou o principal centro da companhia no mundo.
Criada no Cazaquistão, a Jet atua em 30 cidades e prepara a chegada a novos países da América Latina a partir de 2026, incluindo México, Argentina e Colômbia, depois de um projeto-piloto no Chile. Fora da região, mantém operações em Grécia, Mongólia e Uzbequistão.
O Brasil será usado como base para a expansão regional. A empresa está finalizando uma rodada de captação de US$ 25 milhões para sustentar o crescimento.
O objetivo é dobrar a frota até o fim de 2025 e chegar a cerca de 50 cidades com mais de 500 mil habitantes. A meta de longo prazo é alcançar 200 mil patinetes até 2028.

Hoje, a Jet emprega cerca de 700 pessoas no Brasil, distribuídas entre suporte, monitoramento, administração e segurança. Entre o fim do ano e o Carnaval, período de maior uso, o número deve chegar a 2 mil.
O serviço enfrentou dificuldades para se firmar no país em anos anteriores. Para o CEO da Jet na América Latina, Ilia Timakhovskiy, o problema estava na falta de tecnologia e de regras claras sobre o uso dos veículos.
“Antes, o usuário podia deixar o patinete em qualquer ponto. Agora, usamos áreas definidas com as prefeituras. O sistema de GPS também melhorou bastante”, explica o executivo, que vive em São Paulo há um ano.
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Desde o início das operações, apenas 0,5% da frota foi perdida ou roubada. A empresa atribui o baixo índice a um sistema que impede o desmonte e a revenda das peças. Os patinetes foram feitos exclusivamente para compartilhamento, com componentes que só funcionam na rede da Jet.
Embora Florianópolis tenha sido o ponto de partida no Brasil, São Paulo concentra a maior frota e serve como referência para a expansão. Hoje são 3 mil unidades na capital paulista, número que deve crescer conforme novas permissões.
Além dos patinetes, a Jet oferece estações de recarga de power banks em São Paulo e bicicletas elétricas em Brasília, ampliando o portfólio de mobilidade.

A principal concorrente da Jet no país é a Whoosh, de patinetes amarelos. As duas disputam espaço em áreas de grande circulação. A Whoosh opera com 7 mil unidades e planeja chegar a dez cidades até o Carnaval de 2026. Desde que iniciou suas atividades, em 2023, já investiu cerca de R$ 100 milhões no país.
O aluguel dos patinetes é feito por aplicativo. O usuário faz o cadastro, escolhe a forma de pagamento, com cartão ou Pix, e libera o veículo escaneando o QR Code. É possível usar até três unidades na mesma conta. As tarifas variam conforme horário, demanda e região, e há pacotes de minutos que reduzem o custo por viagem.
A Prefeitura de São Paulo considera o serviço uma alternativa de mobilidade sustentável. Hoje, há 601 permissões para operação e estacionamento de patinetes elétricos, totalizando 6.885 veículos em oito regiões da cidade.
Em Salvador
O serviço de compartilhamento de patinetes da Jet foi introduzido na capital abaiana no início de 2025, sendo rapidamente adotado como uma alternativa prática e divertida para se deslocar, especialmente nas áreas litorâneas.
Embora o número exato de patinetes disponíveis na cidade não seja divulgado publicamente, a presença dos equipamentos é notável, concentrando-se principalmente nos pontos de maior circulação da Orla.

Regulamentação e uso
A popularidade do serviço levou a Prefeitura de Salvador a regulamentar o uso dos patinetes elétricos em julho de 2025. O decreto estabeleceu regras claras para a operação e utilização, incluindo:
- Idade mínima: 18 anos.
- Uso: Individual (proibido o transporte de mais de uma pessoa, carga ou animais).
- Áreas de circulação: Restritas a ciclovias, ciclofaixas e, em alguns casos, vias com velocidade máxima limitada.
- Fiscalização: Realizada pela Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade) e pela própria empresa.
Os patinetes da Jet se consolidaram como um meio de transporte eficiente, silencioso e sustentável, integrando-se à paisagem da orla e contribuindo para a micromobilidade em Salvador.
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