BRASIL
Líder do CV, Marcinho VP recorre ao STF para liberar entrevista na TV
Solicitação ocorre após a 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS) negar o pedido inicial

Por Isabela Cardoso

O líder do Comando Vermelho, Márcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir autorização de conceder uma entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini, do programa Domingo Espetacular, da Record.
A solicitação ocorre após a 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS) negar o pedido inicial, sob o argumento de que “a conversa não teria propósito” e poderia ter “teor de sensacionalismo”. O juiz Luiz Augusto Iamassaki foi o responsável pela decisão de primeira instância.
Na última segunda-feira, 27, antes da megaoperação realizada pelo governo do Rio de Janeiro, Marcinho VP recorreu da negativa ao Supremo, alegando censura prévia. O caso está sob relatoria do ministro Flávio Dino, que ainda não definiu uma data para análise, embora a defesa tenha solicitado urgência.
Defesa alega direito de expressão e interesse público
Os advogados de Marcinho VP e Roberto Cabrini apresentaram novos argumentos nesta quarta-feira, 29, sustentando que há interesse público na entrevista. Segundo a defesa, o líder do Comando Vermelho pretende falar sobre a crise da segurança pública no Rio de Janeiro e as recentes operações policiais.
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Cabrini, por sua vez, manifestou interesse em abordar também o sucesso do rapper Oruam, filho de Marcinho VP, que se tornou um dos nomes mais populares entre os jovens nas plataformas digitais.
A Record TV afirmou que seguirá todas as determinações judiciais e que a entrevista, caso autorizada, será conduzida com rigor jornalístico e dentro dos parâmetros legais.
Operação no Rio é a mais letal da história
O pedido de Marcinho VP ao STF coincide com um dos episódios mais violentos da história do Rio de Janeiro. A operação contra o crime organizado, realizada na terça-feira, 28, no Complexo da Penha, resultou em 121 mortes, segundo balanço atualizado pelo governo fluminense.
Inicialmente, o governador Cláudio Castro havia informado que eram 64 mortos, mas o número cresceu após moradores denunciarem a remoção de dezenas de corpos de uma área de mata para uma praça próxima. A própria Secretaria de Segurança confirmou, horas depois, o total de 119 mortos, sendo 4 policiais.
A ação é considerada a mais letal já registrada no estado, superando todas as operações anteriores desde o início da década.
Com o caso agora nas mãos do ministro Flávio Dino, o Supremo deverá definir se impedir a entrevista caracteriza censura prévia.
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