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Noite da Beleza Negra: saiba quem são as 15 candidatas à Deusa do Ébano

Evento acontece na noite deste sábado, 15, na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu

Por Dara Medeiros, Jaísa de Almeida e Carlos Augusto | Portal MASSA!

14/02/2025 - 18:34 h | Atualizada em 14/02/2025 - 19:25
Conheça as candidatas ao título de Deusa do Ébano
Conheça as candidatas ao título de Deusa do Ébano -

Tradicional, potente e cheio de representatividade, o concurso Noite da Beleza Negra, organizado pelo bloco Ilê Aiyê, chega a sua 44ª edição neste ano. O evento acontece na noite deste sábado, 15, na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador, e elegerá a Deusa do Ébano do ‘mais belo dos belos’.

Nesta sexta-feira, 14, dia que antecede o momento tão esperado pelas candidatas, as 15 finalistas da disputa se reuniram para contar um pouco da história de vida, a conexão com o Ilê e o que pretendem fazer caso sejam coroadas com a responsabilidade de ser Deusa do Ébano.

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Confira as entrevistas exclusivas abaixo e defina a sua torcida.

Candidata Rafaela Rosa

Candidata Rafaela Rosa
Candidata Rafaela Rosa | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

A candidata Rafaela Rosa, de 29 anos, se define como mãe de uma garotinha de 9 anos e “cria” da Roça da Sabina, no bairro da Barra, em Salvador. Ela é pedagoga especializada em educação inclusiva e, atualmente, faz atendimento a crianças com paralisia cerebral e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Determinada, Rafaela voltou a participar do concurso pela 4ª vez e garantiu que não vai deixar esse sonho para trás: “Se tem uma coisa que você pode ter toda certeza, é que eu não me permito desistir. Estou aqui, firme e forte”.

Para a pedagoga, o título de Deusa do Ébano é mais que um desejo e sim uma missão. “Sobretudo, é representar, né? Trazendo a representatividade, fortalecendo o movimento, resgatando a história dos nossos ancestrais… Ser Deusa do Ébano para mim, com certeza, sem dúvida, é trazer representatividade, fortalecimento, porque lugar de mulher é onde ela quiser”, declarou.

Candidata Isis Renata

Candidata Isis Renata
Candidata Isis Renata | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

Representante do bairro da Engomadeira, em Salvador, a fisioterapeuta Isis Renata, de 29 anos, está concorrendo no Concurso de Beleza Negra pelo segundo ano seguido. Ao MASSA!, a candidata contou como a paixão pelo Ilê Aiyê e o desejo de se tornar Deusa do Ébano se iniciaram.

“Começou pela família, eu acompanhei desde criança, meus pais, minha família, saindo do Bloco do Ilê. Eu tinha uma vontade danada de sair, mas na época não podia por conta da questão da idade, e o horário também não era permitido para crianças, mas já me inspirava em relação à dança, em relação a toda trajetória que o Ilê Aiyê traz para nós, mulheres negras, e o símbolo de empoderamento feminino também”, disse.

Segundo a fisioterapeuta, uma boa deusa não pode abrir mão dos deveres que surgem junto com o título: “Precisa ter altivez, determinação e, para além da beleza da parte estética, estar envolvida na participação de atividades sociais que encorajam outras mulheres a conquistarem o seu espaço dentro da sociedade”.

Candidata Maria Victoria

Candidata Maria Victoria
Candidata Maria Victoria | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

A jovem Maria Victoria está na disputa pela primeira vez e confia na força de Xangô para ajudá-la a alcançar esse objetivo. Iniciada ao Orixá aos 6 anos de idade, ela declarou que decidiu se inscrever no concurso para se tornar Deusa do Ébano pelo desejo de “fazer justiça aos ancestrais”.

Maria Victoria destacou que se apaixonou pela história do Ilê Aiyê na infância e acabou se tornando uma referência de representatividade negra para outras pessoas ainda no período da escola, porque sempre apresentou o bloco em todas as oportunidades que tinha. Inclusive, ela começou a ser cobrada pelos colegas a fazer programações especiais no Dia da Consciência Negra e sempre se destacava.

“Eu fui uma criança que vi a representatividade no Ilê Aiyê e que fui levando o Ilê Aiyê para todas as escolas que eu passei, todo mundo só lembrava de mim quando chegava a Consciência Negra! Eu sempre falava: ‘um dia eu vou sair no Carnaval como Deusa do Ébano, e eu não vou juntar só as meninas da escola não, vai ser do Brasil todo’, porque eu penso grande”, relembrou.

Candidata Camila Cruz Silva

Candidata Camila Cruz Silva
Candidata Camila Cruz Silva | Foto: Reprodução/Instagram

Representante do bairro de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, Camila Cruz Silva tem 33 anos e está participando do concurso pela 5ª vez. Ao MASSA!, ela contou de onde veio a motivação para se inscrever tantas vezes.

“A minha maior inspiração é minha mãe, a mulher guerreira, mãe de dois filhos, mãe solteira, que tinha um sonho de ser o Deusa do Ébano e não conseguiu. Mas hoje eu tô aqui pra representar ela, e não só ela, como toda minha família, que também tem um sonho, e todas as mulheres pretas”, disse.

Além do significado pessoal, ser uma Deusa do Ébano também tem uma razão coletiva para Camila. “É representatividade, é mostrar o poder da mulher preta, é acreditar nos sonhos, é mostrar que a gente é capaz sim, lutando, persistindo”, defendeu.

Candidata Cecília Cadile

Candidata Cecília Cadile
Candidata Cecília Cadile | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

A história da candidata Cecília Cadile, de 34 anos, com o Ilê Aiyê começou há muito tempo, quando ela e as irmãs eram crianças e viam os pais saírem no bloco. Os anos se passaram, e a paixão dela pela instituição só aumentou.

Consultora de imagem e personal Stylist, Cecília já trabalhou com algumas participantes em outros anos, mas agora tomou coragem para estar na frente dos jurados: “Eu já acompanhava algumas meninas que concorriam há alguns anos como figurinista e como produtora também e me surgiu o interesse também de estar ali na cena, nos palcos, como rainha”.

Ela está confiante de que pode ser eleita a Deusa do Ébano e aposta na estratégia de “trazer a essência das antigas rainhas” para se destacar. A personal stylist diz que almeja o título, porque quer retribuir o que recebeu do próprio bloco.

“Eu sou um símbolo vivo dessa transformação da mulher negra na sociedade. O Ilê Aiyê transformou a minha vida e eu quero honrar com muita responsabilidade esse lugar, esse trono, que é uma responsabilidade muito grande, precisa-se ter uma mente visionária, precisa-se ter maturidade para estar nesse lugar, pra estar diante dessa entidade que já dura 50 anos, então eu acredito que ter uma mente visionária, ter maturidade é muito importante pra estar nesse lugar e são essas virtudes que eu carrego”, declarou.

Candidata Tainã de Palmares

Candidata Tainã de Palmares
Candidata Tainã de Palmares | Foto: Reprodução/Instagram

Nascida e criada na Lapinha, na região da Liberdade, Tainã de Palmares tem 31 anos, é psicóloga, costureira e artesã. Esta é a terceira vez que ela está concorrendo ao título de Deusa do Ébano, mas o Ilê faz parte da vida dela desde pequena, por causa do incentivo de uma tia que sempre a levava para curtir o bloco.

Apesar de não ter conseguido ser consagrada como deusa nas duas primeiras tentativas, Tainã não desistiu e foi aprendendo se aperfeiçoando ao longo do tempo. "Da primeira vez, como eu não sabia como era a questão do concurso, eu vim muito imatura. Da segunda vez, eu já decidi voltar com um olhar diferente, com mais preparação para apresentar melhor do que eu fiz da primeira vez. E nesse processo eu tive uma filha," disse a candidata.

Hoje a filha de Tainã já está com cinco anos de idade e já está conhecendo o universo do Ilê Aiyê. Aos poucos, a garotinha constroi a própria identidade racial: "O Ilê Aiyê é uma instituição importantíssima para nós enquanto comunidade negra, principalmente para a gente enquanto mulher negra, porque o Ilê Aiyê traz esse lugar de empoderamento, de estética”.

Tainã de Palmares finalizou dizendo que seu diferencial é a energia que ela traz, a energia de seus orixás, sendo filha de Oxum, e seu “sorriso encantador”, além da dança que ela está ansiosa para mostrar para o público e os jurados.

Candidata Naiara Temporal

Candidata Naiara Temporal
Candidata Naiara Temporal | Foto: Denisse Salazar/Ag. A TARDE

Pernambucana, Naiara Temporal, de 33 anos, é uma presença rara no concurso promovido pelo Ilê Aiyê, que costuma receber apenas mulheres baianas. A dançarina profissional de Recife vai competir pela primeira vez pelo título de Deusa do Ébano em 2025, quase 10 anos depois de se apaixonar pelo bloco durante uma oficina rítmica na sua cidade natal.

Naiara disse que o Ilê tem um papel fundamental na vida e na profissão dela. Desde o dia em que conheceu o trabalho artístico do bloco, ela nunca mais foi a mesma. “Aquele dia mudou minha vida completamente, inclusive, eu sempre falo que eu trabalho profissionalmente com dança hoje graças àquela oficina, porque me tocou em lugar que eu fiz: ‘eu quero isso, eu quero isso aí’”, contou.

A dançarina defende que Salvador e Recife têm muitas semelhanças e que o fato de não ser da Bahia não vai afetar seu desempenho: "Se não pudesse, as inscrições não seriam abertas para o Brasil inteiro. E há uma forte identificação, porque Salvador é um território africano, tal qual Recife é um território africano, então lá também tem muito forte a interferência nagô, interferência do candomblé, essa cultura lá também é muito forte, né? Então eu vim”.

Quando questionada sobre seu diferencial, Naiara respondeu que sua raiz pernambucana e sua experiência com a dança afro são aspectos únicos que ela traz para a competição. "Se a sonoridade é diferente, consequentemente a dança é diferente e aí eu acho que juntar o que eu já trago na minha bagagem [do afoxé] com o que eu venho aprendendo aqui vai bater certo," disse a candidata.

Candidata Yasmin Maria

Candidata Yasmin Maria
Candidata Yasmin Maria | Foto: Reprodução/Instagram

Yasmin Maria, de 19 anos, trabalha com vendas de veículos e está participando pela primeira vez do concurso para se tornar Deusa do Ébano. Para ela, a experiência de representar a mulher preta nos dias atuais é uma grande responsabilidade.

“Nossa, a experiência é única. Acho que a sensação de poder representar a mulher preta nos dias atuais é de extrema responsabilidade. Eu quero fazer isso com muita vontade, eu quero que elas se sintam representadas por mim, se sintam felizes por eu estar sendo essa voz forte para elas”, disse a candidata.

Segundo a jovem, o desejo de concorrer veio especialmente pela dança, que é algo que ela recebeu de berço: “O meu tio era dançarino, Luiz Fernando Formigão, e eu já tenho esse legado, essa herança, que me trouxe essa vontade de dançar. Eu me sinto muito feliz, muito forte de estar aqui. Quando eu subir naquele palco, não vai ser só por mim, né? Será pela minha mãe, pela minha família, por todas as mulheres pretas que querem ser Deusa do Ébano e querem ter essa representatividade, eu quero representar isso para elas”.

Por fim, Yasmin falou sobre o significado do bloco para ela. “Na verdade, o Ilê Aiyê representa a minha pele. Eu e essas 14 meninas, a gente vai subir nesse palco para poder representar a nossa pele, a história da mulher preta, nem sempre foi de alegrias, nem sempre foi de sorrisos, mas sempre de força. Acho que a gente consegue representar isso, e eu acho que é isso que o Ilê Aiyê representa para mim, a força. Ele me descobriu como uma mulher forte”, afirmou.

Candidata Ivana Paixão

Candidata Ivana Paixão
Candidata Ivana Paixão | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

Ivana Paixão, uma mulher de 33 anos, veio de Lençóis, na Chapada Diamantina, para participar pela terceira vez da Noite da Beleza Negra. Determinada e cheia de fé, ela declarou que esta será sua última tentativa, pois confia que será eleita a Deusa do Ébano no bloco.

"Eu sou a única candidata do interior da Bahia, eu acho de uma extrema representatividade e importância mesmo para levar esse título para o interior, para que as mulheres e meninas pretas interioranas se vejam representadas por mim e acreditem que é possível realizar o sonho, sim, e sair de lá e chegar até aqui, se tornar deusa e levar um bloco afro, ser representante de um bloco afro, durante esse tempo," falou a candidata.

Em sua trajetória, Ivana carrega os títulos de Princesa Malê e Princesa Okambi, de 2020, que ela enxergou como uma forma de preparação para dar conta de ser Deusa. Outro preparo feito por ela envolve a religião e a ancestralidade.

"A minha preparação foi muito banho de rio, foi estar com as minhas águas, estar comigo conectando cada vez mais com minha ancestralidade, entendendo cada vez mais qual é a minha dança, o que é que a Deusa do Ébano, Ivana Paixão, vem trazer, o que é que a minha ancestralidade quer que eu traga", disse ela.

Candidata Lorena Bispo

Candidata Lorena Bispo
Candidata Lorena Bispo | Foto: Denisse Salazar/AG. A TARDE

Lorena Bispo, de 22 anos, é dançarina, comunicadora e influenciadora digital. Participando pela segunda vez do concurso para se tornar Deusa do Ébano, ela encara a experiência como um momento de aprendizado e maturidade.

“É uma experiência muito especial para mim. Eu acredito que o primeiro momento tem um impacto do que é este concurso, do que é esse entendimento de identidade, de reconhecimento, de pertencimento. Mas o segundo momento é um lugar de ‘poxa, estou entendendo, estou curtindo o processo’. Eu percebo que estou vivendo mais o processo, estou me divertindo mais, conseguindo conversar, dialogar com as meninas”, disse a candidata.

Questionada sobre a confiança e a possibilidade de ser eleita Deusa do Ébano, Lorena destacou: “Eu já digo que eu sou rainha das movimentações na minha vida, porque eu reconheço a minha família, no entendimento da minha mãe, da minha avó, porque elas são a verdadeira realeza que são inspiradores para mim. Então, independente dos caminhos de resultado, eu já estou nesse lugar”.

Lorena sabe a importância do cargo que ela pretende assumir. “Para mim, é um grande compromisso social, político e cultural, porque ele é uma instituição que estimula um mecanismo de transformação, seja no campo artístico, no campo político, no campo educacional. Então, para mim, vem nesse lugar de que maneira eu posso estar movimentando a minha comunidade para que a gente tenha essa representatividade de forma assertiva e altiva”, afirmou.

Candidata Caroline Lopes

Candidata Caroline Lopes
Candidata Caroline Lopes | Foto: Reprodução/Instagram

Caroline Lopes, de 30 anos, é auxiliar de classe, estudante de pedagogia e moradora do subúrbio de Salvador, mais precisamente do bairro Plataforma. Esta é a primeira vez que Caroline participa da final do concurso para o título de Deusa do Ébano. Ela já se inscreveu várias vezes e continuou persistindo até passar.

Caroline aproveitou os ‘nãos’ ao longo dos anos para ir se aperfeiçoando. "Eu ganhei amadurecimento, passando por vários grupos culturais, porque o Subúrbio tem uma potência cultural muito forte. Eu trago referências de pessoas que fazem esse trabalho com grandiosidade lá na minha comunidade," disse Caroline.

Para Caroline, ser escolhida como Deusa do Ébano seria uma sensação de realização e um tributo à Mãe Hilda Jitolu: "A Mãe Hilda devolve para a gente essa honra de ser negro, de se orgulhar enquanto negro, de viver em uma sociedade suburbana, em uma comunidade quilombola. A Mãe Hilda deixou esse legado e hoje a gente vive esse momento tão grandioso deixado por ela, a matriarca desta instituição e fez com o que o bloco fosse conhecido”.

A estudante de pedagogia se alegra ao ver que as suas duas filhas se espelham nela, bem como outras meninas de Plataforma, com destaque à dança. "Eu sou referência na minha comunidade, eu dou aula para as crianças da minha comunidade. Embora também trabalhe na escola, porque acredito que a educação transforma, a educação junto com a arte, ela tem um potencial enorme," completou.

Candidata Wania Souza

Candidata Wania Souza
Candidata Wania Souza | Foto: Reprodução/Instagram

Wania Souza é dançarina formada pela Fundação Cultural da Bahia e educadora na área da arte. Moradora do bairro Cidade Nova, ela disse que está participando pela primeira e única vez do concurso, pois, como o regulamento da competição estabelece a idade das participantes em até 35 anos, esta é a única chance dela de ser eleita a Deusa do Ébano do Ilê.

Como educadora na área da arte, seu maior foco é apoiar as crianças para que cresçam sabendo o quanto são capazes de realizar sonhos e conquistar objetivos. "Meu maior foco hoje em dia é fortalecer nossas crianças pretas para que elas saiam, cresçam, sabendo o quanto elas são fortes e potentes como qualquer outro ser humano," explicou Wania.

Ao contrário da experiência de muitas candidatas, o desejo dela em buscar o título veio de momentos difíceis e de humilhação que ela viveu no passado. Por isso, ela quer proteger ao máximo o público infantil de situações traumáticas. Wania Souza é defensora de ONGs e projetos sociais que ajudem nessa causa, especialmente com a dança, pois acredita que “a arte salva vidas”.

Se for eleita, ela quer fortalecer outras pessoas a partir do seu reinado. "Eu tinha potencial, mas eu não tinha ninguém para dar a mão. E agora quero ser a mão dessas pessoas, eu quero ser a mão da minha filha, eu quero ser a mão dos meus alunos, eu quero ser a mão das minhas amigas, das mulheres pretas. Eu quero ser o apoio que eu não tive quando eu precisava" concluiu Vânia.

Candidata Adriane Santana

Candidata Adriane Santana
Candidata Adriane Santana | Foto: Denisse Salazar/Ag. A TARDE

Estreante no concurso, Adriane Santana tem 19 anos e é administradora. Ela exaltou a importância da instituição para a sociedade e para o empoderamento negro.

“O Ilê Aiyê significa um símbolo de resistência, ancestralidade, de enfrentar o racismo," declarou.

Caso ganhe a disputa de 2025, ela deseja usar a visibilidade para representar outras mulheres. "Eu vou estar representando todas as meninas que fazem parte também, fizeram parte durante o período do concurso, além de representar a minha história, a minha cultura, a minha ancestralidade," afirmou.

Candidata Thuane Vitória

Candidata Thuane Vitória
Candidata Thuane Vitória | Foto: Denisse Salazar/Ag. A TARDE

Moradora da Fazenda Grande do Retiro, Thuane Vitória, de 27 anos, é cuidadora de idosos e participa neste ano pela quarta vez do concurso. A jovem demonstra determinação e resiliência em busca do título de Deusa do Ébano e confia na experiência que foi conquistando durante as outras edições.

"Cada ano é uma experiência, cada ano a gente adquire mais conhecimento e eu não me vejo fora desse lugar até chegar ao título, até conquistar", afirmou a candidata.

Ela também destacou a importância de representar outras mulheres e deixar um legado para suas filhas: "Eu continuo concorrendo pra dar continuidade no meu legado. Eu tenho duas filhas, então eu acho que é uma forma de representatividade, e ser deusa é representar várias mulheres pretas que foram silenciadas, que foram caladas, que não tiveram oportunidades. Ser deusa te coloca nesse lugar de fala, de poder, de autoestima elevada".

Por fim, Thuane contou sobre um momento delicado na vida dela, quando ela perdeu a pessoa que mais a incentivava a participar do concurso: a mãe. A fatalidade aconteceu em 2017, no primeiro ano em que ela havia decidido se inscrever. A triste coincidência a desanimou, mas o tempo e a força do Ilê foram ajudando a jovem a lidar com essa dor e tentar outras vezes.

"Em um momento, eu não quis mais saber [do concurso], porque achei que eu poderia ter ganhado e minha mãe faleceu sem eu dar esse título para ela. Mas, de 2017 para cá, o Ilê Aiyê significa pra mim o meu empoderamento enquanto mulher preta, porque eu não tinha essa auto aceitação, eu tinha uma autoestima baixíssima", relembrou emocionada.

Candidata Stephanie Ingrid

Candidata Stephanie Ingrid
Candidata Stephanie Ingrid | Foto: Denisse Salazar/Ag. A TARDE

A jovem Stephanie Ingrid, de 23 anos, se prepara mais uma vez para representar o Nordeste de Amaralina no concurso de Deusa do Ébano. Com uma trajetória marcada pela dedicação à cultura e à representatividade negra, ela chega consciente do que quer passar para o público e os jurados.

"Trago comigo não apenas a arte e o talento, mas também a determinação de fortalecer a história e a visibilidade da população negra", garantiu.

Stephanie se sente orgulhosa em ter chegado à final e ressalta a importância do Ilê Aiyê como um ícone cultural e símbolo de resistência. "O Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, é um ícone cultural do Carnaval de Salvador e símbolo de resistência e valorização da cultura afro-brasileira. Acredito que o concurso celebra o empoderamento das mulheres afrodescendentes", destacou.

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