O filme chocante sobre o Superman do mal que está escondido na Netflix

Antes mesmo de comandar a nova fase da DC nos cinemas, James Gunn produziu Brightburn: Filho das Trevas, filme que subverte a tradicional história de origem do Superman ao imaginar o que aconteceria se uma criança alienígena com superpoderes escolhesse o mal.

A produção, dirigida por David Yarovesky e escrita pelos irmãos Brian e Mark Gunn, já está disponível no catálogo brasileiro da Netflix e chega ao streaming dos EUA em 1º de dezembro.

A trama acompanha Tori e Kyle, interpretados por Elizabeth Banks e David Denman, um casal do interior dos Estados Unidos que encontra um bebê misterioso vindo do espaço.

O menino, Brandon (Jackson A. Dunn), cresce demonstrando habilidades extraordinárias, até que uma força sombria o leva a agir com crueldade. A ideia mistura terror com ficção científica e cria um cenário provocativo no qual o maior símbolo de heroísmo ganha uma versão sombria e violenta.

Mesmo com elenco forte e conceito poderoso, o longa dividiu opiniões. No Rotten Tomatoes, registra 57% entre a crítica e 67% entre o público. O consenso reforça que, apesar de não explorar totalmente seu potencial, o filme ainda “oferece uma reviravolta interessante no formato tradicional da origem de super-heróis”.

Com orçamento estimado em US$ 12 milhões (R$ 63 milhões), arrecadou US$ 33 milhões (R$ 174 milhões) ao redor do mundo, desempenho modesto diante da ambição da premissa.

Além de marcar um momento de transição na carreira de Gunn, o filme hoje ganha novo interesse porque o diretor se tornou co-CEO da DC Studios, responsável pela nova fase que já começou com Superman, sucesso absoluto com mais de US$ 600 milhões (R$ 3,1 bilhões) em bilheteria.

A versão sombria de um mito consagrado

Quando uma criança alienígena cai no terreno de um casal da zona rural dos Estados Unidos, eles decidem criar o menino como filho. Porém, ao descobrir seus poderes, ele se torna uma ameaça para a pequena cidade em vez de um herói.

A partir dessa premissa, o longa constrói um cenário inquietante, no qual o “garoto de outro planeta” não vê propósito em salvar a humanidade, mas sim em dominá-la.

Frequentemente nas HQs, os super-heróis são descritos como exemplos máximos de bondade e coragem. O maior símbolo dessa virtude é justamente o Superman, cuja empatia pela humanidade molda sua jornada.

Uma origem familiar que toma rumos perturbadores

Seguindo de perto a estrutura clássica da origem do herói da DC, Tori (Elizabeth Banks) e Kyle (David Denman) encontram uma nave caída na floresta próxima à casa e adotam o bebê que estava dentro.

Criado como um filho comum, Brandon Breyer (Jackson A. Dunn) começa a demonstrar poderes ao completar 12 anos e percebe ser diferente dos demais. No entanto, ao contrário da inspiração bondosa que marca o Superman, aqui o garoto vê sua superioridade como justificativa para impor medo e violência.

A virada moral muda completamente o rumo da história, transformando o que seria um herói em uma força sombria e incontrolável, um “Superman do Mal” que assombra a cidade onde vive.

Possível continuação

Apesar do interesse do público, uma sequência parece improvável. Em 2024, James Gunn afirmou nas redes sociais que os direitos do filme estão “todos bagunçados”, dificultando qualquer tentativa de continuação.

Já o diretor David Yarovesky disse ao Screen Rant, em março de 2025, que gostaria de revisitar esse universo e trabalhar novamente com Gunn, desejo que hoje ganha novo peso, já que o cineasta está à frente do novo Superman.

Com Brightburn agora na Netflix, novos espectadores podem descobrir essa interpretação sombria da lenda do Superman.

Para fãs de terror com pitadas de ficção científica e superpoderes, é a chance ideal de conhecer o projeto “esquecido” de James Gunn, que, anos antes de reinventar o Homem de Aço, já imaginava como seria se ele tivesse escolhido o lado errado.

Veja o trailer: