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A TARDE Agro

Por José Luiz Tejon

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 24 de novembro de 2025 às 8:29 h | Autor: José Luiz Tejon

O mundo mudou, o tarifaço fracassou!

Egonomia perde para ESG e agronegócio global: o fracasso dos tarifaços em 2025

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Decisões erradas com desejos de líderes ególatras tão bem representados globalmente
Decisões erradas com desejos de líderes ególatras tão bem representados globalmente -

A nova economia é formada por cadeias produtivas mundiais que estão além das fronteiras de cada país, cada vez mais.

Os Estados Unidos possuem um PIB na casa de US$ 30 trilhões, onde o complexo agroindustrial, seu agribusiness, movimenta mais de 20% dessa riqueza – algo como US$ 7 trilhões, mais do que três vezes todo PIB brasileiro.

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É simplesmente impossível ser alimentado e suprido pela sua própria agropecuária, não apenas dos produtos agrícolas tropicais, mas também pelos que podem produzir nas suas fronteiras, como:

  • citricultura;
  • açúcares;
  • carnes;
  • produtos florestais;
  • outros, do A do abacate ao Z do zucchini (abobrinha no italiano).

Portanto, decisões erradas com desejos de líderes ególatras tão bem representados globalmente pelo sr. Donald Trump, trocando as realidades da economia e do comércio pelas ilusões da egonomia, servem para atrapalhar, tirar o foco da prosperidade, ganhar mídia internacional, atrasar o desenvolvimento, atrair outros ególatras planetários, mas, cedo ou tarde, fracassam.

O complexo agroindustrial é a expressão da tradução de agribusiness: agronegócio. Um sistema que está umbilicalmente integrado, desde o melhoramento genético de plantas e animais, até os sabores e desejos de consumidores finais, passando pela originação rigorosa do setor agropecuário, pelo comércio, industrialização, serviços e as marcas que comandam o marketing. Está, antes, dentro e além das fronteiras geográficas dos países.

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Esse sistema econômico não permite mais alterar as procedências dos produtos agrícolas como antigamente, quando não importava de onde vinham as commodities e nem como eram produzidas.

Hoje, o complexo agroindustrial segue rigores de compliance, qualidade, logística, custos, exigências ambientais e sociais. Além de contratos de suprimentos, estabelecidos com planejamento estratégico e aportes financeiros envolvendo diversos agentes e intermediários, com diferenciais para cada marca de alimentos, bebidas, moda, energia etc.

É impossível substituir com uma canetada o suprimento do café brasileiro para o maior mercado consumidor do mundo, por exemplo.

Além da quantidade, existe algo muito maior que volumes, se trata da segurança da procedência, sob rigor de saudabilidade e de estruturas ESG, onde as marcas que agregam valor transformam cada 1 dólar em 43 dólares para o café, por exemplo, passando a ter na rede de fornecedores agrícolas parte fundamental do produto processado na mão do consumidor final.

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Onde até a polinização do café com abelhas no campo conta na diferenciação em cada xícara saboreada por um casal de jovens apaixonados em Shenzhen, China, ou em Nova York.

Logo, suco de laranja, carnes e seus cortes, frutas, algodão, açúcar, batatas, café, toda e qualquer “commodity” não pode mais ser chamada de apenas “commodity”, pois vem cercada e certificada de procedimentos, de padrões de qualidade, desde o plantio ou criação, e fazem parte essencial das marcas nos restaurantes, cafeterias, lanchonetes, fast food, padarias, supermercado e todo delivery.

Portanto, o fracasso do tarifaço, obra da egonomia, perdeu feio para as realidades da nova economia, onde quem não decifrar o que agribusiness, traduzido para agronegócio, significa, continuará tendo uma visão de mundo de 40 anos atrás e não entendendo nada das mudanças gigantescas desde 1985 até 2025, e que continuarão cada vez mais cheias de detalhes e vinculações que não podem ser desfeitas por ímpetos de “egos”.

Parabéns aos novos líderes do agro brasileiro que, junto com a diplomacia de Estado, buscaram os clientes do complexo agroindustrial norte-americano, as associações – Amcham, Abimaq, Abrafrutas, Abia, ABPA, Cecafé, Abiec, Abag, OCB, Cosag, Única, entidades como CNI, CNA, CNC, entre outras – praticamente toda sociedade empresarial organizada, que souberam atuar junto à sociedade dos EUA, conquistando positivamente imagem para o Brasil, inclusive a mídia, como aliados dos consumidores e de seu megacomplexo agroindustrial.

O mundo mudou, o tarifaço fracassou. A egonomia perdeu, e a nova economia venceu.

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