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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 22 de fevereiro de 2025 às 5:50 h | Autor:

O outro lado do sucesso

Tostão é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970

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Rodrygo tem sido um dos grandes nomes do Real Madrid
Rodrygo tem sido um dos grandes nomes do Real Madrid -

De vez em quando, sento-me para escrever minha coluna e não sei o que dizer. Recorro à memoria e à associação de ideias, uma das maneiras de funcionamento da mente humana. Mas, para isso, é necessário ter um assunto inicial, um gatilho para desenvolver o texto.

Lembro-me, com frequência, dos treinadores, personagens importantes do futebol. São cada vez mais estudiosos e contam com o auxilio das cientificas e especializadas comissões técnicas. O jogo está progressivamente mais programado. Querem transforma-lo em um jogo de cartas marcadas. Corre-se o risco de perder os mistérios, a imprevisibilidade, a beleza e a emoção.

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Algumas vezes, treinadores analistas, me incluindo, em vez de usarem os conhecimentos para enxergar, entender, os detalhes decisivos de uma partida de futebol, fazem o contrário, usam os detalhes decisivos e os resultados finais na tentativa de encontrar uma explicação.

Como se previa, o Real Madrid, com seus excepcionais atacantes encontrou facilidades contra a frágil defesa do Manchester City, eliminado da Liga dos Campeões. Rodrygo, a cada jogo, se torna um dos grandes atacantes do futebol mundial.

Logo após a partida, Guardiola, abatido, tenso, evitou comentar detalhes técnicos e táticos sobre o jogo. Eu e milhares de pessoas, que nos deliciamos nos últimos tempos com o futebol bonito, coletivo e eficiente do City, estamos tristes com a queda da equipe. Quem sabe, surge um novo grande time, que pode ser o próprio City, com as características do time inglês que nos encantaram?

Além das contusões e saídas de jogadores importantes, da diminuição da posse de bola e da capacidade de rapidamente recupera-la, da fragilidade defensiva e outros detalhes técnicos e táticos, deve haver outras razoes para a queda da equipe. Derrotas levam á diminuição da confiança e a perda da confiança ocasionam mais derrotas, gerando um ciclo negativo que se perpetua.

Pep Guardiola, treinador do Manchester City
Pep Guardiola, treinador do Manchester City | Foto: GLYN KIRK/AFP

Será que o longo período de grandes exibições vitoriosas provocou no inconsciente coletivo dos jogadores e do técnico, uma prepotência, um sentimento exagerado de autoestima?

Seria a hora de Guardiola descansar, tirar um ano sabático para desfrutar de outros prazeres da vida? Seria o momento também de repensar o futebol e de se reinventar. Somente ele sabe e pode decidir.

Freud, em um de seus trabalhos analíticos, mostrou que muitas pessoas que construíram um grande sucesso, tiveram enormes quedas pessoais e financeiras, algumas vezes repentinas, por causa de um sentimento de culpa, consciente e/ou inconsciente, por não se sentirem merecedores do que tinham conquistado. Passaram a ter ações contra si mesmas. Freud chamou-os de “arruinados pelo sucesso”.

Gramados sintéticos

A única razão de haver tantos gramados sintéticos no futebol brasileiro é financeira. Os clubes alugam os estádios, com frequência, por altos valores, o que prejudicaria bastante os gramados naturais. Na Europa, não há gramados sintéticos porque os gramados naturais são excelentes e pela preocupação com a qualidade técnica do jogo. Parabéns aos jogadores brasileiros que tem protestado contra os gramados sintéticos, desde que protestem também contra o enorme número de péssimos gramados naturais.

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