Seleção Brasleira: Tudo ou nada
Tostão é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970

A boa equipe da Colômbia, adversária amanhã do Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo, atua com quatro defensores, um trio no meio campo formado por um volante centralizado e um meio-campista de cada lado (Richard Rios pela direita e Arias pela esquerda), que marcam e atacam, além de um meia de ligação (James Rodriguez) entre os três do meio campo e os dois atacantes, Luís Diaz pela esquerda e um centroavante. Não há um atacante pelo lado direito, espaço algumas vezes ocupado pelo meia Richard Rios ou pelo lateral.
Por causa da maneira de jogar da Colômbia, seria melhor teoricamente que o Brasil tivesse um lateral direito mais marcador e um esquerdo mais apoiador. Se Wesley jogar pela direita, deverá ter muitas dificuldades na marcação do excelente Luís Diaz, pois o lateral do Flamengo se destaca pelos avanços. Além disso, no Flamengo, Gerson sai da direita para o centro e deixa os espaços para Wesley atacar, o que não acontecerá na seleção, já que o ponta atua aberto.
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Prefiro um trio no meio campo em vez de dois no meio e quatro na frente, como deve jogar a seleção brasileira, ainda mais que a Colômbia possui um trio no meio, além de James Rodriguez. A Argentina, adversaria seguinte do Brasil, também joga com um trio no meio, assim como o Barcelona, Liverpool e tantas outras equipes mundiais. Três no meio e três na frente fica mais equilibrado. Para jogar com quatro no ataque, como deve fazer o Brasil, é essencial que os dois atacantes pelos lados voltem para marcar. Nos jogos anteriores da seleção, os dois do meio campo ficaram muito distantes dos quatro da frente.
Dorival deve está em dúvida sobre o quarto atacante que vai jogar junto com Raphinha, Vini e Rodrygo. Pode ser um ponta (Savinho ou Estevão) ou um atacante mais centralizado (Matheus Cunha ou João Pedro ou Endrick). O técnico quer um ataque com muita mobilidade, sem posições fixas, como joga o quarteto ofensivo do Real Madrid.

As equipes brasileiras e a seleção incorporaram pouco, a não ser em certos momentos, algumas grandes transformações positivas que ocorreram no futebol mundial nos últimos tempos. Hoje, as grandes equipes trocam passes desde o goleiro, são compactas deixando poucos espaços entre os setores, marcam por pressão em todo o campo e são capazes de defender e atacar com muitos jogadores, além de outros detalhes. O Flamengo é exceção entre os times brasileiros.
Os dois difíceis jogos contra Colômbia e Argentina podem ser um marco importante, positivo ou negativo, otimista ou pessimista para o futuro da seleção, ainda mais em um mundo extremado, exagerado em que as coisas são espetaculares ou péssimas, tudo ou nada.
Repetição
Não houve surpresa no equilibrado jogo entre Palmeiras e Corinthians, com a vitória do Corinthians por 1x0 em razão de uma bela jogada da dupla Yuri e Memphis. O Palmeiras continua dependente das jogadas individuais de Estevão e dos cruzamentos pelo alto. Raramente acontece uma troca de passes pelo centro desde o meiocampo para envolver o adversário. Para cruzar tanto a bola seria melhor manter Flaco Lopes no lugar de Vitor Roque, que gosta da bola enfiada entre os zagueiros para aproveitar sua velocidade.