Não espere, busque
Confira a coluna do jornalista Angelo Paz
Na última semana me referi a cautela e a coragem como dois pontos cruciais neste Vitória que então sonhava com a terceira vitória seguida dentro do Barradão, que definitivamente, voltou a pulsar com final feliz nas partidas. Ao menos essa tem sido a tônica neste segundo turno, onde, mesmo sob pressão, o Rubro-Negro conseguiu melhorar em todos os quesitos, seja do número de vitórias a quantidade de gols sofridos.
Em uma virada de chave difícil de imaginar diante das limitações existentes no elenco, o Leão tem a sexta melhor campanha do returno, com 72% de aproveitamento. É mais que o dobro se compararmos com a primeira parte do campeonato, quando a equipe somou apenas 33% dos pontos. Não à toa este retorno à elite tem sido tão desafiador para um clube que passou 21 das 31 rodadas dentro da zona de rebaixamento, onde já chegou a frequentar a última colocação.
Um passado, bem verdade. Mas que serve de referência para os últimos sete jogos do Rubro-Negro que precisa, a qualquer custo, manter o que te trouxe pela primeira vez a 14ª colocação na tabela: a humildade para reconhecer que precisa correr mais que os rivais. As últimas duas vitórias dentro de casa, com os gols decisivos saindo através do aperto na saída de bola dos adversários, curiosamente por meio do atacante Carlos Eduardo, são a prova do quão esse Leão está empenhado na permanência.
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É com esse espírito que o Vitória tem neste final de semana mais um duelo direto e decisivo nesta árdua missão, que vem ganhando contornos positivos a cada rodada. Vai ser pedreira trazer os três pontos de Curitiba, mas o que esse vitória vai correr por isso nenhum torcedor rubro-negro duvida. Uma confiança conquistada graças ao trabalho árduo de uma equipe que cada jogador, inclusive os reservas, correm um pelo outro.
Óbvio que uma ‘corrida’ organizada, fruto das semanas cheias de trabalho em que o técnico Thiago Carpini tem aproveitado muito bem para colocar o elenco o mais uniforme possível para ter boa opções em caso de suspensões, lesões e em situações de jogo quando precisa mudar o panorama da partida. No referido duelo com o Fluminense, onde a alegria e o alívio vieram no momento derradeiro, os considerados reservas foram fundamentais: além de Carlos Eduardo, os quatro demais atletas que entraram ajudaram a conter um Fluminense que obteve uma melhora significativa após empatar a partida.
Sem contar com o zagueiro Edu, bem demais na difícil missão de substituir Wagner Leonardo, que após puxar os gritos da torcida da arquibancada, está cada vez mais no coração dos rubro-negros. Para assim continuar será necessário um Leão cirúrgico e muito focado em minimizar os erros no duelo da Arena da Baixada contra o também ameaçado Athletico Paranaense.
Tal comportamento, creio eu, irá acontecer, pois vejo um Vitória muito conectado, por coincidência, ao nome da campanha que lançou no último sábado: “Não espere, Busque”, focada em desmistificar a ideia de que é necessário aguardar 24 horas para registrar que uma pessoa está desaparecida. O Vitória não está esperando as coisas melhorarem. Tem buscado isso a cada partida deste segundo turno. Que assim continue para a alegria geral da nação, que promete encher o Barradão de esperança e alegria em mais três jogos este ano.