CONCURSOS
CNU 2: política de gênero eleva participação feminina nas provas
Nova política do MGI reforça inclusão e equilíbrio entre os classificados

Por Isabela Cardoso

A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2) marca um avanço histórico na participação feminina. Entre os 42.499 candidatos selecionados para a prova discursiva, que será aplicada em 7 de dezembro, 57,12% são mulheres, um total de 24.275 classificadas.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O aumento expressivo reflete a política afirmativa implementada pelo MGI para corrigir desigualdades constatadas na primeira edição do certame. Embora as mulheres tenham sido maioria nas inscrições do CNU 1 (56%) e presença significativa na realização do exame (54%), elas representaram apenas 37% das aprovações finais.
A ministra da Gestão, Esther Dweck, destacou que a nova regra busca corrigir disparidades estruturais:
“É uma forma de mitigar desigualdades que dificultam o acesso das mulheres, especialmente aquelas com dupla ou tripla jornada”, afirmou.
Como funciona a política de equidade de gênero
A edição 2025 do chamado “Enem dos Concursos” garante paridade entre homens e mulheres classificados para a segunda fase em cada cargo e modalidade. A regra determina que, se o percentual de mulheres aprovadas na prova objetiva ficar abaixo de 50%, candidatas adicionais sejam convocadas, desde que tenham atingido o desempenho mínimo exigido pelo edital.
Sem o mecanismo, a distribuição entre os classificados seria de 50,6% de homens e 49,4% de mulheres. Com a medida, o número de mulheres chamadas para a fase discursiva aumentou, equilibrando a disputa de forma inédita.
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Importante: nenhum candidato homem previamente aprovado perdeu vaga. A equiparação apenas acrescentou mais mulheres para garantir paridade nos cargos em que elas estavam sub-representadas.
Impacto nos blocos temáticos do CNU 2
O efeito da política afirmativa variou entre os blocos:
- Blocos 1, 2 e 5: mulheres já eram maioria no total, mas receberam equiparação residual em cargos específicos.
- Blocos 3 e 4: mesmo com o ajuste, não atingiram 50% porque, em alguns cargos, não houve mulheres com acertos suficientes para serem incluídas.
- Bloco 8: não houve necessidade de equiparação; mulheres já lideravam inscrições e classificações.
Um caso emblemático ocorreu no cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa (Bloco 7). Antes da política de equidade, eram 888 mulheres contra 1.490 homens classificados. Com a equiparação, todas as mulheres empatadas com a nota mínima foram chamadas, ampliando o grupo feminino em 731 candidatas.
Veja a tabela com o quantitativo de homens e mulheres entre 42.499 candidatos aprovados para a segunda fase por bloco temático.

Próximas etapas do concurso
O MGI informou que o edital de convocação para a prova discursiva será publicado ainda nesta semana no Diário Oficial da União.
Também serão divulgados outros chamamentos referentes a:
- Avaliação de títulos
- Verificação da autodeclaração para candidatos negros, indígenas e quilombolas
- Procedimentos de caracterização de deficiência
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