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Chega a Salvador espetáculo que pretende discutir medos e culpas

Texto trata de rompimentos de paradigmas e será encenado por turma de formatura da Escola de Teatro da UFBA

Publicado segunda-feira, 04 de dezembro de 2023 às 12:29 h | Autor: Da Redação
"O Rato no Muro" foi escrita por uma mulher
"O Rato no Muro" foi escrita por uma mulher -

Debatendo os medos, culpas e muros físicos, simbólicos e subjetivos, o espetáculo “O Rato no Muro”, da dramaturga Hilda Hils, chega ao Teatro Martim Gonçalves, em Salvador, na próxima quinta-feira, 7, e segue até o dia 17 de dezembro. A entrada é gratuita.

Estrelado pela turma de formatura em Interpretação Teatral 2023.2, da Escola de Teatro da UFBA, o espetáculo promete tocar a alma e consciência do público, ao falar sobre a liberdade de ser e estar na vida, assim como de padrões que limitam as expressões e o desejo de pulsar diariamente.

O Rato no Muro foi escrita por uma mulher e todas as personagens femininas. A direção é assinada por Meran Vargens, Elaine Cardim e Vica Hamed. E foi a partir das inquietações e das demandas dos estudantes que surgiu a escolha, especialmente do desejo de falar sobre tragédias cotidianas e de dar protagonismo a uma mulher dramaturga.

“É um privilégio como artista, mulher e aprendiz fazer parte do elenco de um espetáculo que descortina violências e silenciamentos que perpassam a identidade das mulheres", diz Ana Paula Borges, atriz de O Rato no Muro.

O texto foi escrito em 1967, durante a Ditadura Militar. De acordo com Rafael Britto, ator, o momento em que a Hilda Hilst escreve o texto “é de um marco histórico muito importante, um processo ditatorial que não permite o meio termo, a diversidade, a diferença”.

“Ela [Hilda Hilst] nos motiva a pensar nas repressões cotidianas , nos silenciamentos que nos impedem de falar sobre ser uma pessoa soropositiva, homem gay, afroindígena, como eu sou. Construir o espetáculo me permitiu rememorar alguns medos e perceber o quanto eles me limitaram e me impediram de ser quem desejava. Foi doloroso, mas também me proporcionou perceber um outro cara, quem sou hoje, o quanto que sou vencedor por ter me livrado dessa culpabilização e medos”, ressalta Rafael.

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