PERFIL
Rainha do Malê Debalê e moradora de Itapuã: conheça nova Deusa do Ilê
Saiba tudo sobre rainha e princesas da mais nova realeza do primeiro bloco afro do país
Por Redação
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O Ilê Aiyê revelou, na madrugada deste domingo, 16, a grande vencedora da Noite da Beleza Negra e detentora do título de Deusa do Ébano 2025. O concurso, que acontece há 44 anos, é um dos eventos mais esperados do calendário cultural baiano e tem como objetivo exaltar a estética negra, a identidade afrodescendente e o empoderamento feminino.
Quem levou a coroa para casa foi a jovem Lorena Bispo. O segundo lugar ficou com a psicóloga Tainã de Palmares, de 31 anos, e o terceiro, com Stephanie Ingrid, de 23 anos. Saiba tudo sobre a mais nova realeza do primeiro bloco afro do país.
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Lorena Bispo (1ª colocada)
Com 22 anos, Lorena Bispo é dançarina, comunicadora e influenciadora digital, além de pesquisadora, e estudante do BI de Humanidades da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esse não é o primeiro contato dela com a realeza. Lorena foi rainha do bloco afro Malê Debalê em 2023.
Nas redes, onde compartilha sua rotina, coreografias e ativismo, a jovem acumula mais de 28 mil seguidores. Esta foi a sua segunda participação na corrida pelo título de Deusa do Ilê, e ela, que é moradora do bairro de Itapuã, em Salvador, disse que encarou a experiência como um processo de aprendizado e amadurecimento.
“É uma experiência muito especial para mim. Eu acredito que o primeiro momento tem um impacto do que é este concurso, do que é esse entendimento de identidade, de reconhecimento, de pertencimento. Mas o segundo momento é um lugar de ‘poxa, estou entendendo, estou curtindo o processo’. Eu percebo que estou vivendo mais o processo, estou me divertindo mais, conseguindo conversar, dialogar com as meninas”, afirmou ao Grupo A TARDE antes da eleição.
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Na ocasião, questionada sobre a confiança e a possibilidade de ser eleita Deusa do Ébano, Lorena destacou: “Eu já digo que eu sou rainha das movimentações na minha vida, porque eu reconheço a minha família, no entendimento da minha mãe, da minha avó, porque elas são a verdadeira realeza que são inspiradores para mim. Então, independente dos caminhos de resultado, eu já estou nesse lugar”.
Lorena sabe a importância do cargo que ela pretende assumir. “Para mim, é um grande compromisso social, político e cultural, porque ele é uma instituição que estimula um mecanismo de transformação, seja no campo artístico, no campo político, no campo educacional. Então, para mim, vem nesse lugar de que maneira eu posso estar movimentando a minha comunidade para que a gente tenha essa representatividade de forma assertiva e altiva”, afirmou.
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Tainã de Palmares (2ª colocada)
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Natural da Lapinha, na região da Liberdade, Tainã tem 31 anos e é psicóloga, costureira e artesã. Esta foi sua terceira vez competindo para se tornar a Deusa do Ébano, e a jornada de Tainã foi marcada por persistência e aprendizado contínuo. Ela revelou que, após as primeiras tentativas, em que sentiu imaturidade, buscou se preparar melhor e retornar com um olhar mais preparado.
"Da primeira vez, como eu não sabia como era a questão do concurso, eu vim muito imatura. Da segunda vez, eu já decidi voltar com um olhar diferente, com mais preparação para apresentar melhor do que eu fiz da primeira vez. E nesse processo eu tive uma filha," contou.
Hoje a filha de Tainã já está com cinco anos de idade e já está conhecendo o universo do Ilê Aiyê. Aos poucos, a garotinha constrói a própria identidade racial: "O Ilê Aiyê é uma instituição importantíssima para nós enquanto comunidade negra, principalmente para a gente enquanto mulher negra, porque o Ilê Aiyê traz esse lugar de empoderamento, de estética”.
Stephanie Ingrid (3ª colocada)
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Com 23 anos, Stephanie foi uma das representantes do Nordeste de Amaralina no concurso. Sua trajetória é marcada pela dedicação à cultura e à representatividade negra, sempre com o objetivo de fortalecer a história e a visibilidade da população negra.
Ela reconhece o Ilê Aiyê como um ícone cultural e símbolo de resistência, afirmando: "O Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, é um ícone cultural do Carnaval de Salvador e símbolo de resistência e valorização da cultura afro-brasileira. Acredito que o concurso celebra o empoderamento das mulheres afrodescendentes", destacou.
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