MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA
Saiba mais sobre o Olubajé e a história do orixá Omolú
Léo Santos relembra o dia 16 de agosto, quando a cidade de Salvador parou para celebrar Omolú, e comenta sobre o sincretismo com São Lázaro
Por Flávia Barreto
O baiano Léo Santos, ator e humorista, tem 26 anos, é do orixá Omolú, filho de santo do Ilê Axé Alaketu Obatayo e de Indarê Sá. Criador de conteúdo para as redes sociais voltado para as religiões de matrizes africanas, utilizando sua sabedoria e seu humor para transmitir mensagens aos seus seguidores, seja um alerta ou uma indireta, já que sua "língua de ladeira" é afiada.
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Sem papas na língua, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o ator, sendo filho do orixá que é, conta sobre a história e as festas dedicadas ao seu santo: “O Olubajé é o banquete do rei Obaluaê. Omolú foi um orixá que passou por muitas situações semelhantes às do ser humano na terra; ele enfrentou necessidades e precariedades, e, com tudo isso, quando se tornou o Rei Obaluaê, 'o senhor da terra', decidiu que iria alimentar a todos, dar comida para todos aqueles que estão presentes ali”.
Segundo o candomblecista, Obaluaê dança de alegria enquanto todos comem, e sorri de felicidade por estarem suprindo suas necessidades, não só de fome, mas também porque o Olubajé alimenta a alma ferida, a alma machucada. Omolú transforma tristeza em acalento através do alimento, parando de dançar apenas quando a última pessoa come.
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O mês de agosto, para as religiões de matrizes africanas, é dedicado a Obaluaê, que exerce grande influência na vida do humorista. “Omolú é tão importante para o axé quanto o sol é importante para a humanidade; sem ele, não vivemos, sem ele, não existimos. Ninguém vive sem Omolú, ninguém existe sem Omolú”, declarou.
O criador de conteúdo relembra o dia 16 de agosto, quando a cidade de Salvador parou para celebrar Omolú, devido ao sincretismo com São Lázaro. “O sincretismo foi importante no passado para perpetuar nossa crença; não se faz necessário mais nos dias de hoje, porém o candomblé é uma religião de tradição, onde diariamente reproduzimos todos os ensinamentos que vieram antes de nós. Então, nesse dia, ocorre a missa de São Lázaro, com banhos de pipoca e orações ao santo católico”, explicou.
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Léo Santos fala sobre sua relação com seu orixá, que também leva o nome de Obaluaê nas religiões de matrizes africanas: “Eu digo todos os dias, não tinha outro orixá para me escolher a não ser esse, e crescer sendo filho de um senhor tão único, tão sábio, tão misericordioso me fez entender que, independentemente de qualquer situação, eu nunca estarei sozinho, nunca serei abandonado pelo homem que não suporta o abandono”, concluiu.
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