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SUPER QUARTA

Tarifaço: o que esperar das decisões de juros do Brasil e EUA

Analistas entrevistados pelo Portal A TARDE avaliam que, por enquanto, a política monetária não sofrerá com cenário externo

Por Carla Melo e Flávia Requião

30/07/2025 - 10:00 h
Decisões sobre a taxa de juros sairão nesta quarta-feira, 30
Decisões sobre a taxa de juros sairão nesta quarta-feira, 30 -

Em um cenário de grande expectativa nos mercados, esta semana promete ser decisiva. Além da tensão em torno da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, os investidores voltam as atenções para a Super Quarta, que acontece hoje, 30, quando o Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, e o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), nos Estados Unidos, anunciam suas respectivas decisões sobre as taxas de juros.

No Brasil, a expectativa é de que a taxa de juros não seja alterada. Atualmente, o patamar está em 15,00%, após um extenso processo de aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC) desde setembro de 2024, quando a Selic se encontrava em 10,50%.

A expectativa dos analistas é de que o BC mantenha a Selic ao patamar nesta e nas reuniões seguintes do Copom em 2025, e que pense no início de redução apenas em janeiro de 2026. “Com isso, nosso cenário básico contempla Selic em 15,00% ao final deste ano e em 13,00% ao término do próximo”, apontou Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendência Consultoria.

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Em sua última decisão, o Copom ressaltou que deve manter, a fim de levar a inflação à meta de 3%, "uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado". E é isso que deve ser levado em consideração no Copom, mesmo que as incertezas diante do estremecimento entre o Brasil e os Estados Unidos preocupem o mercado.

“Mesmo que existam sinais na direção correta acerca dos impactos da política monetária, o alcance da meta de inflação passa por perseverar a estratégia utilizada até aqui, o que deve se traduzir em discurso ainda conservador por parte da autoridade monetária em seu comunicado. Inclusive, ele poderá preservar – mesmo que de forma protocolar – o recado acerca da possibilidade de retomar a alta dos juros caso necessário”, continuou o analista.

EUA deve ceder à redução

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês), do Banco Central dos Estados Unidos, deve manter a taxa básica de juros dos EUA, os Fed Funds, de 4,25% a 4,50%, conforme indicou Frederico Dias, coordenador e professor de Relações Internacionais da Escola de Negócios do Ibmec Brasília.

Segundo o cientista político, a pressão será maior sobre os EUA do que sobre o Brasil, visto que a reunião do colegiado norte-americano ocorre em meio a ataques frequentes de Donald Trump ao chefe do Fed, Jerome Powell, sobre uma "demora" nos cortes de juros.

“Ambos [países] pressionam para uma queda de juros. [...] Mas essa pressão deve ser mais efetiva nos Estados Unidos, no sentido de taxa de juros não serem aumentadas, principalmente pela centralização da presidência, lá eles chamam inclusive de presidência imperial, esse fenômeno ocorre quando o executivo concentra muito poder. Então a pressão do Trump [sob o Fed] deve ter esse tipo de efetividade”, declarou ele em entrevista ao Portal A TARDE.

Para a reunião desta quarta, a certeza sobre manter os juros está quase cravada. De acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade disso acontecer é de 96,9%.

Tarifaço e um cenário de incertezas

Analistas apontam que apesar da imposição do tarifaço de produtos brasileiros na exportação para os Estados Unidos gerar dúvidas, principalmente para o setor produtivo brasileiro, o Copom não deve mudar sua decisão de manter as taxas de juros inalteráveis.

Campos Neto aponta que os preços das commodities permanecem praticamente estáveis, mas que ainda sim é esperado uma redução nos juros dos EUA, em meio às preocupações fiscais no País, que só deve acontecer em setembro.

“Esse é um fator de permanente atenção, com efeitos potenciais nos fluxos de capitais. Ainda lá fora, novas ameaças tarifárias por parte do presidente Trump tornaram o ambiente mais turvo, embora avanços nas negociações comerciais com parceiros relevantes nos últimos dias tenham amenizado as preocupações”, disse ele.

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Já para os EUA, segundo avaliou o ex-presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, o tarifaço do presidente Trump, deve ter impacto pontual sobre a inflação americana. Em análise, ele diz que o cenário permitirá que o banco central americano use a decisão de hoje para preparar o terreno em direção à retomada do ciclo de relaxamento monetário: "O Fed está no caminho certo para fazer uma redução nos juros em setembro", afirma, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Para James Bullard, o aumento de tarifas anunciado pelo governo dos Estados Unidos não deve provocar uma pressão duradoura sobre os preços. “Tarifas são um imposto, e impostos não estão realmente associados à inflação”, afirmou, destacando que parte do debate atual sobre o tema pode estar “um pouco equivocada”.

“Pode haver efeitos temporários em alguns preços, e talvez isso se reflita em algum índice de preços. Mas, de modo geral, impostos não são a causa da inflação. Tem muito mais a ver com política monetária, credibilidade sobre a política monetária e outros fatores. Portanto, acho que não veremos muito no índice de preços dos EUA vindo das tarifas", detalhou James.

As empresas não estão livres para simplesmente aumentar seus preços para o que quiserem se enfrentarem concorrência nos mercados em que vendem. Em resumo, acho que as tarifas provavelmente não terão um grande impacto na inflação dos EUA e, se tiverem, será um impacto temporário”, complementou.

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Tags:

brasil economia EUA política monetária

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