ALIMENTAÇÃO BÁSICA
Comida mais barata? Veja quais produtos caíram de preço em Salvador
Com queda de 2,97% em agosto, Salvador tem uma das cestas básicas mais baratas do Nordeste

Por Andrêzza Moura

Boas notícias para os soteropolitanos. O custo da cesta básica na capital baiana caiu quase 3% no mês de agosto, segundo levantamento feito pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) - área de pesquisas do Banco do Nordeste (BNB) -, com base em dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em comparação com o mês de julho, o custo da cesta básica em Salvador caiu 2,97% em agosto, chegando a R$ 616,23. O valor coloca a capital entre as cidades com os menores preços do Nordeste.
A queda no preço dos alimentos na capital baiana acompanha uma tendência observada em boa parte do país, mas aqui o impacto foi ainda mais expressivo diante do histórico recente de altas consecutivas. Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, 8 tiveram queda, 3 registraram leve alta e apenas 1 - farinha de mandioca- , manteve o preço estável.
“Os dados sobre a cesta básica representam um alívio no bolso dos soteropolitanos. A redução nos preços significa mais acesso aos alimentos que estão no cotidiano das famílias. É um dado que nos enche de esperança, porque reflete melhoria na vida real da população. Quando a cesta básica fica mais barata, sobra um pouco mais de renda para outras necessidades e isso é fundamental para o bem-estar e para a economia da cidade”. comemora Pedro Lima Neto, superintendente estadual do Banco do Nordeste na Bahia.
Tomate, arroz e feijão lideram recuo
A supervisora técnica regional do Dieese na Bahia, Ana Georgia da Silva Dias, destacou a importância da redução registrada em Salvador.
"Mesmo em Salvador tendo uma queda de pouco menos de 3%, 2,97%, é um movimento importante, uma vez que a alimentação era um grupo de produtos, um item que estava apresentando altas seguidas. Então, esse comportamento de queda é sempre muito bem-vindo", afirmou ela.
Ela ainda revelou que o tomate foi o grande destaque entre os itens com maior redução de preço, caindo mais de 17% em agosto. Arroz, leite, pão e açúcar também contribuíram para a queda da cesta na capital.
"Como eu disse, o tomate foi o produto que teve uma redução mais acentuada, mais de 17%. Mas, o arroz agulhinha também teve redução, o leite, o pão, o açúcar. Então, a grande parte dos produtos tiveram uma redução. Mesmo não sendo uma redução tão acentuada quanto o do tomate, mais reduções que acabaram resultando nessa redução de 2,97% no custo da cesta básica em agosto em relação a julho", explicou Ana Georgina.
"A carne bovina também teve uma redução. Embora tenha sido uma redução de pouco mais de 1%, é importante, porque a carne é o produto mais caro da cesta básica. Então, se você tem uma redução mesmo que pequena, ela é importante", completou a supervisora, afirmando que o preço do feijão e do café também tive queda.
Salvador segue tendência nacional, mas com destaque regional
A capital baiana se destacou entre as principais capitais do país com queda no preço dos alimentos. Das 27 capitais onde o levantamento foi realizado, 24 registraram redução no valor da cesta básica e quatro das maiores quedas foram no Nordeste.
Na comparação entre capitais nordestinas, Salvador apresentou uma das cestas mais baratas da região, com valor abaixo da média nordestina (R$ 643,00). Apenas Aracaju (R$ 558,16), João Pessoa (R$ 598,03) e Maceió (R$ 607,30) tiveram preços menores. Fortaleza, por outro lado, registrou o maior custo da cesta básica na região, com R$ 723,06.
Queda dos alimentos ajuda a segurar a inflação
A retração nos preços da cesta básica também teve reflexo direto no índice de inflação do mês, conforme ressaltou Ana Georgina.
"Outro ponto também importante destacar que esse comportamento da cesta básica também pode ser confirmado e visto na própria inflação do mês de agosto, que na verdade foi da inflação. A queda no preço dos alimentos também contribuiu bastante para essa queda na inflação no mês de agosto", destacou.
No acumulado do ano, o arroz (-22,9%), o feijão (-8,4%) e o leite (-6,1%) estão entre os itens que mais aliviaram o orçamento do consumidor. Por outro lado, o café (+47,3%), o tomate (+46,8%) e a banana (+14,3%) ainda acumulam altas significativas desde janeiro.
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Alívio no orçamento
Para os consumidores soteropolitanos, a queda representa um alívio no orçamento, especialmente em um cenário onde o custo de vida tem sido motivo de preocupação constante. A expectativa agora é de que a estabilidade nos preços continue nos próximos meses, garantindo maior segurança alimentar para a população de menor renda.
Quem também tem comemorado essa redução é a dona de casa Cintia Rodrigues Mendes, 38 anos. Mãe de três crianças, de 5, 8 e 12 anos, ela diz que qualquer desconto é sempre muito bem-vinda, principalmente, quando é no preço dos alimentos.
"Para quem tem criança em casa, sabe como as coisas são mais difíceis. Antes, a gente ia no mercado com R$100 e trazia um monte de coisa. Hoje, só trazemos duas sacolinhas. Se o preço baixa, é melhor porque podemos comprar mais alimentos. Faço de tudo para não deixar meus filhos passarem necessidade", contou Cintia.
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