Coordenador da FUP diz que redução de ICMS é "paliativa" e defende revogação do PPI
O coordenador a Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar afirmou nesta quinta-feira, 14, que não basta o Senado determinar a redução do ICMS sobre os combustíveis, e que esta é uma medida "paliativa" para tentar diminuir o preço pago pelo consumidor final.
Segundo Deyvid, é preciso revogar imediatamente a política de paridade de importação (PPI), que torna o país dependente direto dos preços praticados internacionalmente do petróleo e à variação cambial.
"Alterar a forma de calcular o ICMS sobre os combustíveis é medida paliativa; não ataca a causa dos seguidos e abusivos aumentos nos preços dos derivados de petróleo. Enquanto a gestão da Petrobrás não mudar a política de preço de paridade de importação (PPI), a gasolina, o diesel, o gás de cozinha e, consequentemente, a comida do brasileiro ficarão cada vez mais caros, reféns de reajustes ditados pelos preços internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação de derivados, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo”, disse o líder da FUP em nota.
Apenas nos nove primeiros meses de 2021, nas refinarias da Petrobrás, a gasolina subiu 56,2%, e nos postos de revenda, 35,5%. Em igual período, o óleo diesel aumentou 50,9% nas refinarias, e 31,5% nos postos. A título de comparação, nos mesmos meses, a taxa de inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 6,90% e, nos últimos 12 meses, em 10,25%.
Enquanto isso, o salário-mínimo não tem aumento desde 2016. “Essa política de paridade de importação, adotada pela direção da Petrobrás, provocou a escalada de preços na economia. O PPI serve apenas para maximizar dividendos para os acionistas da Petrobrás, fazendo a sociedade brasileira pagar a conta com os combustíveis caros. Essa política equivocada vem acompanhada da redução do fator de utilização de refinarias brasileiras (FUT), que caiu de 94% para 70%, favorecendo importações de derivados e reduzindo empregos no Brasil", destacou.