ECONOMIA
Grande rede de fast-food fechará 300 lojas
Inflação e queda no consumo atingem em cheio as redes de hambúrgueres

Por Iarla Queiroz

A Wendy’s, uma das marcas mais tradicionais do setor de fast-food, anunciou que vai fechar 300 lojas até 2026, em meio à desaceleração do consumo e à alta dos custos nos Estados Unidos.
Com o aumento do desemprego e a inflação pesando no bolso dos consumidores, cada refeição fora de casa passou a ser avaliada com mais cuidado. O resultado foi uma queda no fluxo de clientes, especialmente nas redes de fast-food, conhecidas como Quick-Service Restaurants (QSRs).
O peso da crise
Diferente de rivais como McDonald’s e Burger King, a Wendy’s sempre apostou em um cardápio com foco em qualidade e produtos mais caros. Essa estratégia, que por anos foi seu diferencial, agora se tornou um obstáculo.
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A rede está sendo pressionada tanto pelos restaurantes casuais, que reduziram preços para atrair o público, quanto pelos fast-foods tradicionais, que mantêm opções mais baratas.
“Em nosso negócio nos EUA, as vendas permanecem sob pressão e estamos agindo com urgência para que as vendas comparáveis nos EUA voltem a crescer”, afirmou a empresa em comunicado recente.
Custos sobem, lucros caem
O aumento dos custos de operação também pesou na balança. Segundo o relatório Midyear State of the Restaurant Industry, 82% dos restaurantes viram os gastos com mão de obra crescer entre 1% e 5%, enquanto 91% relataram alta no preço dos alimentos — superando as expectativas do início do ano.
Com menos consumidores e despesas cada vez maiores, a Wendy’s se viu obrigada a rever seu plano de expansão e fechar centenas de unidades.
Concorrência direta e preços mais baixos
A pressão não vem apenas dos gigantes do fast-food. Redes de casual dining, como o Chili’s, vêm apostando em promoções agressivas que diminuem a distância entre os dois modelos de restaurante.
O combo “3 for Me”, por exemplo, oferece entrada, bebida e prato principal por US$ 10,99 — praticamente o mesmo valor de um combo simples na Wendy’s.
Na prática, os preços competitivos e a promessa de porções maiores colocam ainda mais pressão sobre uma rede que tenta manter o apelo de “hambúrguer premium” num mercado cada vez mais sensível ao preço.
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