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EDUCAÇÃO

Projeto usa gastronomia para transformar a vida de estudantes em Salvador

Iniciativa oferece formação gratuita para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade

Loren Beatriz Sousa

Por Loren Beatriz Sousa

30/10/2025 - 20:07 h
Turma do curso de gastronomia
Turma do curso de gastronomia -

Carne cozida em uma panela de barro, vedada com uma goma de farinha e enterrada na brasa. Essa é a proposta de releitura do barreado, prato tradicional do Paraná, na região Sul do país, feito por Thiana Carolina, 42 anos, estudante do curso de gastronomia. Ela contou que o curso mudou sua relação com a cozinha e despertou o desejo de empreender.

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“Uma experiência muito importante, muito rica, principalmente no aprendizado das técnicas, porque cozinhar todo mundo sabe, mas não tem a prática de todas as técnicas. Hoje eu já consigo assumir muita coisa por conta do aprendizado do curso de gastronomia e com as técnicas que foram passadas no curso”, disse, empolgada.

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Thiana Carolina, 42 anos
Thiana Carolina, 42 anos | Foto: Shirley Stolze/Ag. A TARDE

Assim como Thiana, mais de 30 estudantes participaram de uma aula especial na Feira de São Joaquim, na capital baiana. Divididos em grupos, os participantes tiveram a missão de escolher ingredientes típicos da Bahia para reinterpretar pratos tradicionais das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, valorizando a criatividade, a sustentabilidade e o uso de insumos locais.

A atividade faz parte do projeto “Cozinha do Amanhã”, iniciativa do Instituto Terra Firme em parceria com o Instituto Capim Santo, que oferece formação gratuita a jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. O projeto tem transformado vidas com aulas práticas, acompanhamento profissional e incentivo ao empreendedorismo.

“É muito importante estarmos na Feira de São Joaquim, não por ser um ponto turístico, mas por trazer diversidade de ingredientes, de insumos, que às vezes não conseguimos achar nas nossas localidades. Entre eles, as ervas medicinais. [...] Tem alunos que nunca vieram à feira, e dar a eles uma receita para que possam modificar com a nossa cultura é de suma importância”, destacou Viviane Alves, chefe de gastronomia do Instituto Capim Santo.

Viviane Alves, chefe de gastronomia do Instituto Capim Santo
Viviane Alves, chefe de gastronomia do Instituto Capim Santo | Foto: Shirley Stolze/Ag. A TARDE

Prestes a se formar, Adriele Amaral, 24 anos, moradora de Paripe, também celebrou a oportunidade. Ela e o grupo vão preparar uma releitura do macarrão de comitiva, com dendê, banana-da-terra e carne de sol.

“Precisamos ter essa movimentação, ocupar esses lugares. É nosso lugar e podemos chegar em qualquer lugar. Espero que todos do curso estejam curtindo essa oportunidade, que é muito difícil. Quando a gente tem, o certo é aproveitar mesmo”, declarou.

Adriele Amaral, 24 anos
Adriele Amaral, 24 anos | Foto: Shirley Stolze/Ag. A TARDE

Já Fabiana França, 52 anos, moradora do Largo Dois de Julho, reencontrou na gastronomia uma forma de reconstrução pessoal.

“Estou vivendo sonhos que estavam um pouco soterrados. Mas estou voltando aos pouquinhos, e nesses pouquinhos eu vou me reconstruindo e descobrindo o que é a gastronomia. É uma arte. O dom de cozinhar vem da alma”, expressou emocionada, ao comentar sobre o prato escolhido: empadão baiano.

Fabiana França, 52 anos
Fabiana França, 52 anos | Foto: Shirley Stolze/Ag. A TARDE

Gastronomia como identidade e inclusão

Segundo a vice-presidente do Instituto Terra Firme, Carolina Oliveira, a escolha da Feira de São Joaquim reforça o papel da gastronomia baiana como símbolo da identidade nacional.

“Esse é um curso que traz muito essa vocação da Bahia pela gastronomia como símbolo da identidade brasileira. A nossa cultura e a nossa identidade passam por esses ingredientes baianos”, afirmou.

Vice-presidente do Instituto Terra Firme, Carolina Oliveira
Vice-presidente do Instituto Terra Firme, Carolina Oliveira | Foto: Shirley Stolze/Ag. A TARDE

O projeto, que nasceu em Trancoso, já formou mais de 500 estudantes em Salvador.

“Acho que ninguém aqui teve uma oportunidade como essa, de um curso tão consistente que de fato vai formá-los para o mercado profissional. Esses alunos saem daqui muito capacitados para trabalharem em restaurantes e no mercado da gastronomia”, afirmou Carolina, destacando que o maior desafio do programa é a evasão escolar.

“Eles [estudantes] chegam em situação de muita vulnerabilidade. Alguns em depressão, com situações familiares muito delicadas e desempregados. A gente trabalhou muito nisso desde o início, com um acompanhamento muito de perto. [...] O que a cozinha traz para a vida dessas pessoas? Disciplina, foco, concentração e o aprendizado coletivo. Isso é muito bacana. Tenho certeza de que eles vão sair melhores do que chegaram”, concluiu.

A atual turma do Cozinha do Amanhã encerra o ciclo de formação no dia 28 de novembro, em uma cerimônia de formatura.

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Tags:

Bahia culinária regional Feira de São Joaquim Instituto Terra Firme

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