Concurso Cultural Jovem Jornalista: cerimônia valoriza talentos e emociona

Em uma noite marcada por emoção, talento e consciência social, a Bahia aplaudiu seus jovens protagonistas da comunicação com o Concurso Cultural Jovem Jornalista (CCJJ) 2025, que transformou o Sesc Casa do Comércio, em Salvador, em palco de celebração à criatividade, pensamento crítico e compromisso ambiental. Sob o tema “SOS: se a Terra gritasse, o que ela diria?”, o concurso promovido pelo Programa A TARDE Educação, do Grupo A TARDE, reuniu 12 finalistas de diversas regiões do estado - do Ensino Fundamental à Educação de Jovens e Adultos (EJA) -, que encantaram o público em quatro categorias (tirinhas, videorreportagem, artigo de opinião e crônica), reafirmando o poder transformador da educomunicação.

A noite começou na Calçada da Fama, onde já com sorrisos de orelha a orelha, os 12 finalistas junto aos seus familiares e professores procuraram seus nomes para registrar a chegada da grande noite. A cerimônia teve início com um belíssimo e impactante desfile dos estudantes do Colégio Estadual Clarice Santiago dos Santos (Salvador): o grupo Jovens em Ação desfilou com roupas feitas no ateliê da instituição e sob o som da banda de percussão do colégio - e contou ainda com uma apresentação especial da banda Quabales no meio da cerimônia. A premiação foi mediada pela jornalista e professora Thaic Carvalho, e um dos momentos mais emocionantes foi a entrega do primeiro lugar da categoria Crônica - voltada para alunos do EJA.

Aluna da Escola Municipal Professor Dasio José de Souza (Candeias), Tailane Sâmara Souza dos Santos Silva - que tem cinco filhos e ficou 14 anos longe da sala de aula -, se emocionou ainda na plateia quando soube que havia alcançado o primeiro lugar. “É gratificante saber que a minha crônica foi reconhecida. Voltar a estudar depois de tantos anos e já encarar um desafio como esse não foi fácil. Pesquisei muito, li várias crônicas para entender como escrever uma, e contei com o apoio da minha professora, que sempre teve paciência e me incentivou a continuar. Meu coração está feliz e agradecido. Tenho cinco filhos e quero ser exemplo para eles”, afirmou a estudante.

Para a titular da Secretaria de Educação do estado da Bahia (Sec), Rowenna Brito, a escolha pelo tema foi mais do que assertiva, sobretudo com a COP30 acontecendo no Brasil. "Sempre gosto de dizer que a gente precisa ter responsabilidade quando tem mais sustentabilidade, porque historicamente a gente acaba punindo os mais pobres para garantir a sustentabilidade. Então fazer com que os estudantes pensem e tenham esse olhar crítico é muito importante, pois os coloca num lugar de protagonistas. Então fico muito feliz de poder saber que o jornal A TARDE tem incentivado esse debate da justiça climática dentro da educação", pontuou a secretária.

Além disso, o tema escolhido para o CCJJ de 2025 reflete o compromisso com os novos eixos formativos do A TARDE Educação, apontou a coordenadora de projetos educacionais do Grupo A TARDE, Berta Cunha. "Estamos unindo cidadania, sustentabilidade e tecnologia como base para uma aprendizagem viva, sensível e transformadora como a educação da Bahia merece. A educação que sonhamos é aquela que desperta a consciência, estimula a criatividade e a curiosidade e desenvolve também a empatia. Que o brilho desses jovens premiados inspire todos nós a continuarmos acreditando que a educação é o caminho que nos une e o conhecimento é a ponte que nos liberta”, afirmou.

As produções finalistas passaram pela avaliação criteriosa de uma banca formada por profissionais renomados da comunicação, entre eles o artista gráfico e chargista de A TARDE, Cau Gomez, que compareceu a cerimônia de premiação e estava muito satisfeito com os trabalhos que analisou. “A desenvoltura dos alunos, no uso da cor e no uso da técnica também realmente me chamou atenção. Então, além de estimular a leitura dessa forma de escrita, que é utilizando balões, sequências, movimento de desenhos e etc. Chama muita atenção a desenvoltura dos meninos com essa brincadeira de transformar uma mensagem em algo gráfico”, apontou o artista gráfico.

E entre esses alunos, estava o estudante da Escola Municipal Alagoinhas IV (Alagoinhas) Pedro Henrick Brito Gama Cardoso, que conquistou o primeiro lugar da categoria Tirinhas - que teve Cau Gomes como um de seus avaliadores. Pedro conta que estudou e pesquisou bastante sobre o tema, mas também sobre técnicas de desenho. "Toda a experiência foi muito divertida e especial, e eu pensei em cada detalhe. Quando descobri que estava na final, fiquei super ansioso e hoje estou com muito orgulho de mim. Adorei o tema, pois é algo que precisa ser tratado desde cedo com as crianças, porque tem gente que está tratando o mundo como se fosse um brinquedo”, argumenta.

Para a titular da Secretária Municipal de Educação (SEDUC) de Alagoinhas, Rita de Cássia Bastos, é essencial que as escolas desenvolvam projetos que conscientizem a nova geração sobre a importância de cuidar do planeta. "Por isso essa escolha de tema para o CCJJ é importante. Essa é uma questão de sobrevivência. É muito gratificante para a educação pública ter essa oportunidade em parceria com o Jornal A TARDE, cujas atividades já fazem parte do nosso planejamento pedagógico. Muitos estudantes de Alagoinhas se inscreveram e o nosso Pedro, nosso jovem jornalista, chegou a final. E no próximo ano tenho certeza que estaremos aqui outra vez", afirmou Rita de Cássia.

Protagonismo através da educação

Já Pablo Roberto, secretário da educação e vice-prefeito de Feira de Santana reiterou que a iniciativa do Grupo A TARDE é incentivo para os jovens estudantes que não possuem tantas oportunidades. “O jornal A TARDE está de parabéns por essa iniciativa pioneira e inovadora, que tem o objetivo de tornar os jovens estudantes protagonistas da sua própria história e tenham a capacidade de entrar nesse mundo jornalístico. É uma iniciativa extremamente importante, que nos deixa felizes, cheios de orgulho e já com vontade de levar essa atividade para a Feira de Santana também”, afirmou o titular.

Diretor de Relações Institucionais do Grupo A TARDE, Luciano Azevedo salientou que o Grupo está ampliando suas frentes de atuação para 2026 através do fortalecimento de programas educacionais, expansão de projetos, qualificação de equipes e incorporação de novas tecnologias. "Recentemente estruturamos espaços físicos que já dialogam com essa visão, como a Arena A TARDE, que recebeu o Aulão ENEM, e estamos avançando na criação de um novo Centro de Educação, com ambientes dedicados à robótica, experiências imersivas e áreas de visitação. São iniciativas que expressam, de forma concreta, que para o Grupo A TARDE investir em educação é um caminho sem volta e que vale a pena", declarou.

Para a coordenadora pedagógica do A TARDE Educação, Márcia Firmino, o CCJJ 2025 é um exercício de aprendizagem, de expressão e de cidadania. O concurso consegue, ano após ano, mostrar que a escola pública baiana é repleta de talentos e que a escrita é uma forma de empoderar e libertar. "A cada edição, os estudantes aprendem não apenas a escrever, mas a ouvir, investigar e compreender o mundo ao seu redor. É isso que dá sentido à educação contemporânea: conectar o conhecimento ao cotidiano, transformar dados em reflexão e ideias em ação. Este projeto não forma apenas jovens jornalistas, ele forma jovens cidadãos”, explicou Márcia.

E esses jovens talentos estão em todos os cantos da Bahia, mesmo nas menores localidades, como é o caso do vencedor da categoria Artigo de Opinião, um dos cerca de 3 mil habitantes do povoado de Fedegosos (Morro do Chapéu), Lucas Daniel Gurgel Santos, aluno do Colégio Estadual de Fedegosos. "Meu maior desafio foi conseguir verbalizar o que eu penso, então me inspirei em Milton Santos, que defendia que a verdadeira igualdade vem do equilíbrio, não ser melhor nem pior, mas caminhar lado a lado com a natureza e em Carolina Maria de Jesus, que mesmo vindo da periferia, conseguiu transformar sua vivência em literatura. Então o concurso acabou mostrando para mim que, para ser alguém, a gente precisa se inspirar em alguém", explicou o jovem.

Orientadora de Lucas no CCJJ, a professora de geografia Juliana Figueredo Valois conta que, desde o início, o jovem estava muito empolgado. “Animado, ansioso e querendo descrever tudo, porque é realmente um momento muito importante. Ele teve uma oportunidade incrível e soube aproveitar. Como professora, vejo a importância de levar esse tema para as escolas, especialmente porque temos instituições de ensino de todo o estado envolvidas. O que torna o concurso ainda mais essencial é a escolha do tema, pois as mudanças climáticas é um assunto atual e urgente. Precisamos falar sobre isso, porque está acontecendo diante dos nossos olhos”, salientou a professora.

Lucas acordou cedo no dia que a lista de finalistas foi divulgada, ao contrário da vencedora da categoria de videorreportagem, a estudante do Centro Municipal de Educação Dom Francisco Leite (Simões Filho) Ana Carolina Conceição de Oliveira, que havia esquecido a data e soube por causa de um colega da escola. “Eu estava no ponto de ônibus indo pra escola e um menino me parou e disse: ‘você tá ficando famosa’ e eu fiquei sem entender. Quando cheguei na escola foi que me contaram que eu estava entre os finalistas. Fiquei muito feliz. Todo o processo foi uma experiência única, pois fomos para vários lugares, gravar várias coisas e tínhamos até dois cameraman. Fiquei muito feliz com tudo que conseguimos fazer”, contou.

Ana Carolina não estava muito nervosa durante a cerimônia de premiação, ao contrário de sua mãe, a ajudante de merendeira Gicélia dos Santos Conceição. “Quando o professor dela finalmente mandou o vídeo e disse que já podia divulgar, eu fiquei maluca! Saí mandando pra todos os meus contatos: ‘Gente, pelo amor de Deus, curtam, visualizem, deem o like!’ E quando soube que ela ficou entre os três finalistas, meu coração explodiu de orgulho. De tantas crianças, a minha filha foi escolhida! Durante a cerimônia de premiação fiquei muito nervosa, com certeza mais que ela inclusive. Ela super calma e eu com o coração disparado”, contou a mãe orgulhosa.

Articuladora do jornal A TARDE no município de Vitória da Conquista, Fabíola Macalós Carpes conta que levar o CCJJ pelo segundo ano consecutivo foi muito produtivo para a rede municipal de ensino da cidade. “É um processo que não se restringe apenas ao concurso, é um momento pedagógico de aprendizado, com um tema relevante e impactante. Orientamos nossos alunos para que fossem críticos, que se colocassem realmente no lugar do planeta Terra e pensassem no que diriam. Foi uma experiência ímpar”, afirmou Fabíola.

O Concurso Cultural Jovem Jornalista 2025 conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, Prefeitura de Salvador, Autoridade Portuária Federal da Bahia (Codeba), Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) e Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). A iniciativa tem o patrocínio da Petrobras, Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE), Sindicombustíveis Bahia, Acelen, SESI, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Neoenergia Coelba, Unipar, Bahiagás, Bracell e Braskem.