EMPREGOS & NEGÓCIOS
Itália abre portas para profissionais do Brasil com salários de até R$ 44 mil
Hospitais e instituições italianas oferecem benefícios, moradia e curso de idioma em meio à maior crise de mão de obra do país

Por Iarla Queiroz

A Itália vive uma crise histórica de mão de obra na saúde. Faltam mais de 65 mil profissionais entre médicos, enfermeiros e técnicos, e para cobrir essa lacuna o país abriu recrutamento internacional — com os brasileiros no centro das atenções.
Os contratos oferecem até 7 mil euros mensais (cerca de R$ 44,6 mil), além de moradia, passagem aérea e cursos de idioma. A medida ganhou força depois do Decreto Milleproroghe, que facilitou o reconhecimento temporário de diplomas estrangeiros. Na prática, isso significa que os profissionais podem começar a trabalhar logo após a aprovação, sem precisar esperar todo o processo de equivalência.
Brasil no topo
Segundo Talita Dal Lago Fermanian, presidente da Câmara de Comércio Itália–Brasil, os candidatos do país têm conquistado espaço.
“O Brasil tem profissionais talentosos e a Itália tem uma necessidade urgente. O desafio é apenas ligar os dois lados da ponte”, explicou.
As vagas vão além dos hospitais:
Há oportunidades em geriatria, casas de repouso, centros comunitários e projetos humanitários. Para quem tem cidadania italiana ou descendência, o trabalho pode até abrir portas para um projeto de vida maior, já que após dois anos de residência é possível solicitar a cidadania.
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Conheça os prós e contras
O governo italiano já anunciou que pretende liberar meio milhão de vistos de trabalho até 2028, em resposta ao chamado inverno demográfico, marcado pelo envelhecimento populacional e pela queda no número de habitantes.
Apesar disso, a burocracia segue sendo um desafio. Em 2023, dos 130 mil vistos emitidos, menos da metade resultou em autorizações iniciais e apenas 7,5% levaram à residência efetiva.
Como se candidatar
Quem deseja tentar uma vaga deve acessar plataformas como ClicLavoro e EURES, além de sites de hospitais e do Indeed Itália. O processo exige diploma e histórico traduzidos e apostilados, documentos que são enviados à Prefeitura italiana pela instituição contratante. Depois da aprovação, já é possível começar a atuar enquanto a validação definitiva do diploma segue em andamento.
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