Aleixo Belov narra suas viagens e vida em nova autobiografia

Um dos grandes nomes da exploração marítima brasileira e mundial, Aleixo Belov lançou o primeiro volume da sua autobiografia, contando detalhes das suas aventuras. Nascido na Ucrânia, durante a segunda guerra mundial, o velejador veio ao Brasil com seis anos, sendo reconhecido como um cidadão baiano.

No livro lançado, Belov detalha as suas cinco viagens ao redor do mundo, além dos desafios enfrentados pelo caminho, que não foram poucos. Ao programa ‘Isso é Bahia’, do A TARDE FM, na manhã desta quarta-feira, 18, o velejador contou como iniciou a sua trajetória com a vela, ressaltando a sua paixão pelo mar.

“Quando criança, eu fui em um mergulho e me deram óculos. Naquela época eu não sabia para que servia, mas quando eu usei e vi os peixinhos, me apaixonei pelo mar. Foi ali que me apaixonei. Daí em diante, eu mergulhei em todos os cantos da Bahia. O mar era menos explorado. Era uma coisa linda, fiquei tão apaixonado que eu resolvi que ia fazer um veleiro para poder navegar pelo mundo e mergulhar em todos os oceanos do planeta”, disse Belov.

Um dos grandes navegadores do Brasil, as histórias de Belov são conhecidas em todos os lugares do mundo, influência também dos 10 livros lançados sobre as suas histórias. Desta vez, o objetivo não será apenas contar sobre as suas aventuras, mas também sobre as suas histórias de vida.

"Eu já tinha lançado 10 livros sobre as minhas viagens, esse 11° é sobre a minha autobiografia. Eu já escrevi todos os três volumes que eu pretendo lançar, mas os outros ainda estão em processo de correção. O intuito do livro é para quem quiser saber como se transformar um navegador e abandonar a vida de 'animal doméstico' e andar pelos caminhos do mundo", destacou o velejador ao 'Isso é Bahia'.

Em fala, Aleixo contou um pouco sobre a sua vida no norte da Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, com pai russo. Na sequência, também revelou como foi a decisão de vir ao Brasil com a família e o seu sentimento sobre o 'país tropical'.

"Tínhamos a opção de ir para os Estados Unidos ou vir para o Brasil. Por meu pai ser agrônomo, eu cresci no campo, ele confiava na boa terra e meu pai previu isso, preferindo o Brasil. Que país maravilhoso", revelou.

Em meio a decisão de viajar o mundo, muitas vezes sozinho, Aleixo Belov passou por poucas e boas, contando algumas dificuldades no caminho. No entanto, ao ser questionado, deixou muito claro que nunca pensou em desistir.

"Nunca pensei em desistir. Quando eu fiquei preso no gelo, esperando ele abrir para eu passar, eu pensei que eu havia tomado o caminho errado e talvez eu ficasse preso, tanto que eu comprei uma tonelada de comida. Em uma situação como essa, eu teria que ficar esperando por um ano, até o verão, para o gelo derreter", relembrou Belov.

Um grande exemplo de superação, Aleixo opinou sobre o futuro da navegação, projetando que os novos velejadores terão a facilidade da tecnologia, diferente do seu tempo: "Os novos navegadores vão aproveitar toda essa tecnologia que tá surgindo aí. Agora a gente não sabe o que vai acontecer. O mar se tornou uma riqueza", finalizou.