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Bahia: "Temos tudo para ser uma potência", projeta Jean Lucas
Reforços, disputa e evolução: Jean Lucas analisa o Bahia para 2025
Por Téo Mazzoni
Contratado em 2024 para formar um dos principais setores de meio campo do futebol brasileiro, Jean Lucas é peça chave no esquema montado por Rogério Ceni. Ao lado de Caio Alexandre, Cauly e Éverton Ribeiro, o camisa 6 do Bahia formou o ‘quadrado mágico’ — apelidado dado pela torcida tricolor.
Na temporada passada, o atleta foi um dos principais destaques do time. Apesar de ser volante, Jean Lucas teve uma alta participação ofensiva, contribuindo com 15 participações em gols, sendo nove tentos marcados, e seis assistências, terminando o ano em terceiro na artilharia, além de ser quarto jogador com maior número de partidas disputadas (61).
No entanto, assim como o time, o meio-campista enfrentou uma grande queda de rendimento na reta final da temporada. Um dos motivos que acarretou essa ‘improdutividade’, está diretamente atrelada a intensa carga de jogos disputados no calendário do futebol brasileiro. Isso porque com 61 partidas jogadas, Jean Lucas ultrapassou sua antiga temporada com maior número de jogos. Em 21/22, quando ainda defendia as cores do Monaco, da França, o jogador entrou em campo 39 vezes, alcançando a marca de 2201 minutos jogados. No ano passado, o volante mais do que dobrou a marca, disputando aproximadamente 4846 minutos.
Em entrevista exclusiva concedida ao Portal A TARDE, Jean Lucas alegou que a queda de rendimento enfrentada foi natural. “O Campeonato Brasileiro é muito longo, e acaba sendo normal essa oscilação, devido a alta carga de viagens, e jogos a cada três dias, que pesam um pouco”, disse.
“A gente vinha muito bem durante o ano, mas na reta final do segundo semestre o time oscilou muito. Vai acontecer, é natural”, garantiu o meio-campista à reportagem do Portal A TARDE.
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Ainda durante a entrevista, Jean Lucas avaliou a chegada dos novos reforços para o meio campo do Bahia, dando mais opções para Rogério Ceni conseguir manter o alto rendimento do setor, que é quase o ‘pulmão’ do time, ao longo da temporada.
“A chegada dos novos jogadores para o setor de meio campo reforça o nosso grupo, que sempre foi muito forte, desde o ano passado, mas que com a chegada desses caras, vai nos fortalecer cada vez mais. O rodízio vai ser bom para todo mundo, para nós conseguirmos conquistar coisas grandes. O Rogério está muito bem servido no meio de campo, que tem excelentes jogadores no setor”, destacou.
O meio-campista também falou sobre a disputa interna pela vaga de titular, especialmente com Erick, volante que possui características semelhantes às de Jean Lucas, e que nos dois primeiros jogos disputados marcou dois gols, recebendo elogios do camisa 6: “Fico feliz pelo Erick, por estar chegando agora e conseguir marcar gols logo nos primeiros jogos. Vai ser uma competição sadia dentro do elenco. É um cara (Erick) muito gente boa. Já está bem entrosado com o grupo. Não só ele, mas o Nestor e o Michel Araújo também. Essa disputa interna é muito importante nesse grupo que quer vencer, que quer ganhar títulos”.
Nosso pensamento é sempre estar evoluindo. Fizemos um grande ano em 2024, mas esse ano nós queremos ainda mais. Esses caras chegaram para somar junto ao grupo. Temos tudo para fazer um grande ano.
Confira o restante da entrevista:
Jean, você foi o jogador com mais minutos em campo pelo Bahia na última temporada e dobrou sua marca pessoal de tempo jogado em relação ao seu melhor ano anterior. Como você avalia essa evolução física e técnica? O que mudou no seu estilo de jogo sob o comando de Rogério Ceni?
“O Rogério me ajudou muito, desde o primeiro momento que eu cheguei aqui. Desde o primeiro contato que eu tive com ele, ainda em ligação, quando eu estava de férias, antes de chegar ao clube. Ele foi fundamental na minha evolução como jogador, mas ainda tenho muito a evoluir. Com a ajuda dele sei que posso potencializar essa evolução no dia a dia. É um cara sensacional”.
Em 2024 você bateu recorde de gols em uma temporada, qual marca você pretende bater nesta temporada?
“Minha função não é muito fazer gol, mas sempre que pintar uma oportunidade é bom. Como eu sou volante, é sempre bom fazer um golzinho, mas também é muito bom poder ajudar a equipe defensivamente. Eu acho que se os gols acontecerem, é consequência do trabalho da equipe, o que eu quero mais é poder ajudar o time a conquistar coisas grandes nos campeonatos que temos no ano. Os gols são fruto do trabalho, mas claro, se acontecer, ficarei muito feliz”.
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Você terminou o Brasileirão empatado com Gerson, do Flamengo, como o volante com mais participações em gols. Essa estatística te motiva a buscar ainda mais protagonismo ofensivo em 2025? O que podemos esperar do seu jogo nesta temporada?
“Fico muito feliz e honrado pelo meu ano de 2024. Em 2025 vou procurar sempre ajudar os meus companheiros com assistências, na defesa e com gols também. As estatísticas são consequência do nosso trabalho. Primeiramente eu quero estar vencendo. Quero vencer todos os jogos, se possível, mas se acontecer as assistências e os gols, será muito importante também”.
A classificação para a Libertadores veio com emoção até a última rodada. O que passou pela sua cabeça naquele jogo decisivo contra o Atlético-GO? Qual foi a principal lição que o Bahia levou para encarar a competição continental após 36 anos de ausência?
“Era um sonho de todos do nosso grupo conseguir essa vaga para a Libertadores. Foi uma coisa que eu tinha dentro do meu coração quando cheguei aqui. Então, acho que o grupo se uniu e lutou por isso, porque nós tínhamos time para chegar lá”.
“Aquele jogo foi sensacional. Depois do gol do Thaciano nós tiramos um peso das costas, e aí quando o juiz apitou o final do jogo foi só alegria. Foi um dia que vai ficar marcado para sempre na minha vida”.
Jogar na altitude de La Paz é sempre um grande desafio físico e tático. Como o elenco está se preparando para enfrentar o The Strongest? O fato de vocês já estarem em ritmo de competição enquanto os bolivianos farão a estreia na temporada pode ser uma vantagem?
“Acho que sim. Eles fazendo a estreia deles no ano, a gente sabe como é. A perna parece que tem hora que não vai”.
“É uma decisão. Sabemos que tudo pode acontecer, e eles também estão se preparando para esse jogo, mas a gente também está muito empenhado na preparação para esse jogo. O clube está fornecendo todos os materiais possíveis para nós podermos fazer a melhor preparação e poder fazer um excelente jogo contra eles, e conquistar um grande resultado”.
O Bahia tem investido pesado para brigar no topo do futebol brasileiro e sul-americano. Você acredita que o clube já está no nível das principais equipes do país? Quais são as metas realistas para 2025?
“A gente sempre quer vencer, mas acho que precisamos dar um passo de cada vez. Temos o baiano, que é um campeonato que está mais próximo do nosso alcance, mas logo depois temos jogos da Libertadores, então realmente acho que é preciso um passo de cada vez. Temos tudo para ser uma potência no futebol brasileiro, mas é preciso ir de pouquinho a pouquinho, sempre com o pé no chão, para conquistar nossos objetivos”.
Você acabou de ser pai, há pouco tempo. Gostaria que você falasse da sua adaptação ao Bahia.
“Tem sido maravilhoso ser pai. Era um sonho meu, e ele nasceu aqui, é um soteropolitano. Está sendo uma experiência espetacular, tanto para mim, quanto para minha esposa. Estamos muito bem ambientados. A gente gosta bastante da cidade, e por sermos do Rio de Janeiro, isso ajuda, porque tem coisas muito parecidas. Minha família está gostando muito de viver aqui”.
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