SEM CONVENCER
Bahia: com elenco caro, Ceni não convence contra times qualificados
Treinador tem sido cobrado pela torcida por causa do desempenho em jogos diante de times das Séries A, B e C
Por *Da Redação
Após conseguir evitar o rebaixamento para a segunda divisão no ano passado, a temporada 2024 do Esporte Clube Bahia começou rodeada de expectativas. Pré-temporada em Manchester, contratações de peso, manutenção de jogadores de destaque e técnico renomado podendo trabalhar com a equipe desde o começo do ano foram alguns pontos que fizeram o Esquadrão repercutir nacionalmente positivamente.
No entanto, mesmo com todas as expectativas, já estamos no quarto mês do ano, às vésperas do começo do Campeonato Brasileiro de 2024, que terá início neste sábado, 13, às 18h30, em partida disputada entre Internacional e Bahia, no Beira-Rio, em Porto Alegre, e o desempenho da equipe comandada por Rogério Ceni deixa a desejar quando enfrenta equipes melhor qualificadas.
Na temporada, o Tricolor de Aço entrou em campo 23 vezes, possuindo um aproveitamento de aproximadamente 65,2% (15 triunfos, cinco derrotas e três empates). Na análise fria dos números, muitos poderiam afirmar que o trabalho de Ceni em 2024 está acima da média, porém, quem assiste aos jogos do Bahia percebe que o buraco é mais embaixo. Isso porque em partidas consideradas decisivas, o time parece não desempenhar o mesmo futebol praticado contra equipes de menor expressão.
Até o momento, o Esquadrão enfrentou grandes problemas nas partidas contra Sport, Vitória (4x), CRB, Ceará, e até mesmo o Caxias, que atualmente está na Série C do Campeonato Brasileiro, mas que fez jogo duro no duelo contra a equipe comandada por Rogério Ceni na 2ª fase da Copa do Brasil.
No recorte geral, destas oito partidas, o Bahia venceu quatro, perdeu duas e empatou duas. Entretanto, mesmo nos duelos em que saiu com o triunfo, as atuações foram questionadas pela torcida azul, vermelha e branca. Entre esses jogos, o único que o torcedor viu uma equipe impositiva foi contra o Sport, e mesmo assim, o triunfo neste clássico quase foi por água abaixo por conta da ineficiência ofensiva e fragilidade na defesa. Nos duelos contra CRB e Ceará, os comandados de Rogério Ceni conquistaram o resultado positivo, ambos fora de casa, mas a postura adotada pela equipe nesses jogos ligou um sinal de alerta no torcedor.
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Para finalizar, a ‘cereja do bolo’ foram os desempenhos pífios do Esquadrão nos confrontos contra o maior rival, o Vitória. Nos quatro jogos disputados entre as equipes neste momento da temporada, Rogério Ceni foi completamente ofuscado pelo treinador do Leão, Léo Condé, que conseguiu ler melhor as partidas e só não foi superior ao time de Ceni no jogo válido pela Copa do Nordeste, em que o tricolor venceu por 2 a 1, mas que teve o resultado muito condicionado devido a expulsão de Matheus Gonçalves, que acabou comprometendo o esquema de jogo do técnico rubro-negro.
No último domingo, 7, o Bahia foi vice-campeão baiano de 2024 para o Vitória, após empate por 1 a 1 na Arena Fonte Nova, com direito a protesto da torcida para Ceni chamando-o de ‘burro’ logo após o treinador chamar Yago Felipe para entrar no jogo. Na sequência, Rogério recuou na mudança e optou pela entrada de Ademir. Mais tarde, durante coletiva de imprensa, ele explicou o motivo da troca: “Iam entrar o Yago e o Ademir, mas eu recuei, pois achei que o Thaciano tava um pouco cansado para fazer o lado, ai eu pensei, vou trazer o Thaciano para dentro e vou arriscar uma substituição mais ousada”
Inclusive, a relação entre o treinador e torcida parece ter chegado ao limite neste duelo das finais do Baianão, já que no primeiro jogo, no dia 31 de março, quando o Esquadrão perdeu de virada por 3 a 2, depois de estar vencendo por 2 a 0 aos 20 minutos do segundo tempo, o comandante tricolor tentou desviar o foco da derrota de cima dele, alegando que o elenco é curto e que ele não tem peças de reposição no meio de campo, setor mais qualificado tecnicamente da equipe.
“Não temos as trocas necessárias para o modelo de jogo no meio-campo. Temos as trocas para o ataque. Eu jogo com quatro jogadores de modelo no meio-campo. Infelizmente, aqui só vai sentar o culpado porque as trocas nunca atenderão as expectativas. [...] Para manter o modelo de jogo se faz necessário mais jogadores com a característica de Everton, Jean Lucas, Caio Alexandre. Ainda temos o Rezende, jogador de melhor marcação, o Yago que normalmente entra na função do Everton. Qualquer substituição que você faça, ela nunca vai manter no meio-campo, só temos o Yago para usar nessa função”, destacou o técnico.
Ainda durante a coletiva do dia 31, Ceni reclamou de decisões tomadas pelos jogadores dentro de campo: “Não adianta achar culpados agora. Nós perdemos o controle do jogo com uma bola tranquila no nosso pé. E tomamos decisões erradas dentro de campo. A maioria dos gols foi de transição no contra-ataque. É assistir e rever”.
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Diante destas declarações de Rogério Ceni, o jornalista José Trajano criticou a postura do ex-goleiro e afirmou que ele não tem jeito como técnico de futebol: “Ele não tem jeito como técnico. Não é que ele não conheça o futebol, ele estuda, ele vai para a Europa, ele assiste aos jogos, mas a língua atrapalha. Ele fala barbaridades, ele não tem... já aconteceu no São Paulo, talvez só no Fortaleza que ele tenha conseguido medir melhor as palavras”.
Devido a essa insatisfação da torcida, e a pressão da imprensa nacional a respeito das falas polêmicas e atitudes de Ceni, a equipe de Esportes do Portal A Tarde procurou o comunicador Darino Sena para falar sobre o treinador. Durante a entrevista, Darino demonstrou insatisfação com o trabalho do comandante tricolor: “O desempenho de Rogério para mim é frustrante […] Para esse ano eu esperava muito mais, né? Ele participou da montagem do elenco, já tinha uma base do ano passado e recebeu reforços que nem preciso ficar aqui defendendo a qualidade, o acréscimo de qualidade no elenco. Ele me frustrou muito, e tem me frustrado muito”.
“Uma ideia de jogo mal executada. Se a gente for considerar os contextos de jogos grandes nesta temporada, o Bahia teve pouco predomínio sobre seus adversários. Isso sem considerar o Ba-Vi, onde o Bahia, mesmo no Bavi que ganhou, não conseguiu ter a superioridade que a gente esperava”, destacou o comunicador.
Ainda durante a entrevista, Darino ressaltou que o desempenho do treinador nos Ba-Vi’s foi muito frustrante: “Estou muito frustrado com a postura de liderança dele nos clássicos, especialmente esses dois últimos, ele se mostrou um treinador muito inseguro”.
“Como ele pipocou nas substituições a partir do protesto da torcida, especialmente o recuo em colocar Yago no jogo passado. A demora para reagir e a falta de estratégia, ou mudança de peças técnicas nos momentos de dificuldade”, finalizou.
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