MAIS PRODUTIVO DO TIME DE ANCELOTTI
Juba é o lateral-esquerdo com melhores números entre os convocados
Lateral do Bahia lidera índices de gols e criação em relação aos dois outros convocados na posição

Por Marina Branco

O Bahia está na Seleção Brasileira - e muito bem representado. Convocado na lateral-esquerda para disputar espaço com Alex Sandro, do Flamengo, e Caio Henrique, do Mônaco, Luciano Juba se destaca como o mais produtivo do trio em números no comparativo entre os campeonatos nacionais disputados pelos três, dando boas perspectivas ao técnico Carlo Ancelotti.
Com 28 jogos e 2.283 minutos jogados no Brasileirão, Luciano Juba é o lateral com maior carga de minutos e o que mais influencia o ataque entre os convocados. Foram cinco gols e quatro assistências na temporada, além de sete grandes chances criadas que o consolidam como um lateral construtor, com papel decisivo na fase ofensiva.
Leia Também:
Juba supera até mesmo a própria estatística. O dado de gols esperados (xG), que estima a probabilidade de marcar a partir das chances criadas, foi de dois, mas o tricolor marcou cinco, mais do que o dobro do previsto, indicando eficiência e precisão nas finalizações, principalmente com a perna esquerda, atuante em quatro dos cinco gols.
Nos passes, o jogador manteve 87% de acerto geral, com 77% no terço final, onde se concentram as jogadas de ataque. Ele também registra 1,3 cruzamento certo por jogo e 4,31 assistências esperadas (xA), valor que confirma regularidade criativa - suas quatro assistências reais não são fruto do acaso.
Defensivamente, Juba apresenta 4,4 bolas recuperadas e 1,5 desarme por jogo, além de apenas 0,6 faltas cometidas, mostrando equilíbrio entre ataque e recomposição. Numericamente, Juba se destaca pela produtividade e pela constância, aparecendo como um lateral moderno, que ataca como ponta, finaliza com precisão e mantém solidez na defesa.

Alex Sandro
Disputando espaço com Juba, aparece Alex Sandro, lateral-esquerdo do Flamengo marcado pela experiência que tem no jogo e na posição. Também no Brasileirão, teve temporada discreta ofensivamente, mas sólida na marcação.
Foram 17 jogos, 1.278 minutos e nenhum gol ou assistência, com xG de 0,19 e xA de 1,28 - se esperava dele menos do que de Juba, e ainda assim, ele não atingiu a expectativa.
Esses números mostram, no entanto, que o jogador atua mais na base da construção e da segurança defensiva, abrindo espaço para volantes e meias participarem da saída de bola. O ex-lateral da Juventus tem 89% de acerto nos passes, o maior do trio, e 84% de precisão no terço final.

Em compensação, produz apenas 0,5 cruzamento certo por jogo, o que confirma o perfil de lateral mais posicional, que prioriza o controle defensivo e a sustentação tática.
Defensivamente, Alex Sandro registra 0,7 desarme, 3,8 bolas recuperadas e 2,4 cortes por jogo - números menores que os de Juba, mas com menos dribles sofridos (0,2 por partida), sinal de posicionamento disciplinado e leitura de espaço.
Por outro lado, comete 2,1 faltas por jogo, o maior índice entre os três, o que reflete jogos mais físicos e disputas em campo reduzido. Assim, Alex Sandro oferece estabilidade e experiência. Apesar de ser menos ofensivo, tem leitura de jogo e controle defensivo que o tornam peça segura para jogos de maior exigência tática.
Caio Henrique
Por último, aparece Caio Henrique, avaliado em situação muito diferente dos outros dois. Enquanto Juba e Alex Sandro brigam no topo da tabela do Brasileirão, Caio está com o Monaco na quinta posição da Ligue 1, primeira divisão francesa.
Lá, fez apenas nove jogos, sendo seis como titular, com 593 minutos em campo. Os números confirmam a fase de retomada após problemas físicos, ainda sem nenhum gol ou assistência, xG baixíssimo de 0,11 e xA ainda menor, de 0,89.
Seu índice de 80% de acerto nos passes é também o menor entre os três, e o desempenho no campo de ataque também cai, com 68% de acerto no terço final e 0,8 cruzamento certo por jogo (21%), bem abaixo de Juba e Alex Sandro.

Defensivamente, tem 2,6 bolas recuperadas e 0,8 desarme por partida, números discretos para a função, além de um pênalti cometido e maior média de perdas de posse (11,8).
O contexto do futebol francês, mais veloz e aberto, ajuda a explicar parte dessas estatísticas, mas o fato é que Caio ainda busca ritmo e consistência no time. Ainda que talentoso, o brasileiro vive uma fase instável, apresentando bom controle de bola mas pouca efetividade ofensiva e participação irregular na marcação.
Quem será o preferido por Ancelotti?
Enquanto Juba é o lateral mais ofensivo, criativo e eficiente Alex Sandro traz experiência e segurança tática e Caio Henrique representa uma aposta técnica ainda em reconstrução.
No contexto atual, o jogador do Esquadrão é quem apresenta o pacote mais completo, participando diretamente de gols, mantendo precisão nos passes, defendendo com regularidade e mostra vigor físico com 2.283 minutos jogados, quase o dobro do tempo de Alex Sandro e quatro vezes mais que Caio Henrique.
Não por acaso, Carlo Ancelotti o destacou como "um jogador com perfil técnico muito importante", confirmando que os números sustentam o que o campo já mostrou: o lateral do Bahia vive o auge da carreira, e chega à Seleção em sua melhor versão.
Resta, então, saber o que o próprio Ancelotti quer ver em campo, e se as intenções do técnico italiano acompanharão as estatísticas que favorecem Juba.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes



