GASTRONOMIA
Acarajé congelado domina o mercado e vira queridinho do Brasil
Tradição baiana e ganha versão congelada para quem vive longe da Bahia

Por Iarla Queiroz

De Norte a Sul, uma cena tem se repetido: basta apertar aquela vontade repentina de um acarajé quentinho que a lembrança da baiana da esquina aparece — e, sem pensar duas vezes, o consumidor corre para o mercado mais próximo atrás da versão congelada.
Parece novidade, mas essa tendência é fruto de anos de pesquisa e dedicação para fazer o sabor baiano atravessar o país sem perder sua essência.
A tecnologia que transformou o acarajé em viagem portátil
Por muito tempo, a ideia de congelar um acarajé parecia quase um sacrilégio. Mas enquanto parte do público torcia o nariz, empresas da Bahia investiam pesado em técnicas de ultracongelamento para manter textura, crocância e aquele sabor inconfundível do dendê.
A demanda cresceu quando empresários notaram que turistas queriam levar o quitute para casa, mas o bolinho simplesmente não sobrevivia às longas distâncias.
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A solução veio com processos capazes de preservar massa, vatapá, camarão e tudo mais que compõe o clássico. Assim surgiram kits selados, prontos para aquecer, que hoje chegam a toda a América Latina, são vendidos em aeroportos, disputam espaço nas gôndolas dos supermercados e geram faturamentos que passam facilmente dos centenas de milhares por mês.
Para quem vive no Sul, Sudeste ou Centro-Oeste, o congelado virou quase um abraço baiano em dias frios.
O acarajé congelado virou pauta nas redes
Com o produto ganhando espaço, a internet fez o que sabe fazer: transformou tudo em debate, reclamação, estudo antropológico e, claro, meme.
Teve quem pediu delivery esperando “pimentinha e vatapá” e recebeu um kit montável no forno — e desabafou:
“pqp! Era mais fácil ir à Bahia…”
Outros já organizam viagem com logística precisa:
“Será que o acarajé congelado da Feira de São Joaquim aguenta voltar na bolsa térmica?”
Houve ainda explicações técnicas que poderiam virar tese:
“O abará aguenta dias congelado. O acarajé é outra história, é mais imediatista. O bom mesmo é frito na hora.”
Enquanto isso, quem mora longe celebra o milagre da tecnologia:
“Graças a Deus tô em SP, mas tenho vatapá congelado e massa de acarajé. Os Orixás são bons o tempo todo.”
E tem quem faça estoque digno de sobrevivência:
“Mais ou menos uns dez na bolsa e uma sacola de acarajé congelado pra sobreviver.”
Claro, internet é internet — e sobrou crítica ao visual também:
“Acarajé feio da porra, vatapá com textura de bobó e camarão gourmet congelado de mercado.”
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