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Às vésperas do verão, saiba optar pelo melhor ar-condicionado para sua casa

Cálculo de BTUs, características do ambiente e diferenças entre modelos determinam a escolha do aparelho

Joana Lopes

Por Joana Lopes

13/12/2025 - 0:05 h
Fábio Heider, sócio da FTZ
Climatização.
Fábio Heider, sócio da FTZ Climatização. -

Com a chegada do verão, a escolha do ar-condicionado volta ao centro das decisões de quem está montando ou renovando a casa. Especialistas apontam que a definição do modelo ideal passa por três fatores principais: cálculo correto de potência (BTU), análise das características do ambiente e conhecimento das diferenças entre os tipos de aparelhos disponíveis no mercado.

A sigla BTU, de British Thermal Unit, é a medida que indica a capacidade de resfriamento do equipamento. De acordo com a designer de interiores Cecília Macedo, uma regra geral adotada no setor é considerar de 600 a 800 BTUs por metro quadrado. Mas, segundo ela, esse cálculo isolado não basta.

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“É importante considerar o tamanho do ambiente e a quantidade de luz natural nele. A luz solar direta aquece o espaço e, em cidades muito quentes, isso pode exigir mais aparelhos ou maior potência para a climatização”, afirma.

Outro ponto determinante é a umidade: em regiões úmidas, o equipamento precisa trabalhar mais para retirar a água do ar enquanto resfria.

O número de pessoas que ocupam o ambiente também interfere diretamente. “As pessoas geram calor, então, se é um cômodo muito usado ou fica muito movimentado, pode demandar mais resfriamento. É o caso do jantar de Natal com toda a família na sala”, explica Macedo.

Entre os modelos mais usados nas residências, o split permanece como o preferido dos consumidores. A designer de interiores aponta que a popularidade se deve ao custo-benefício e à fácil instalação, além do funcionamento silencioso. Mas o custo inicial é mais alto em relação ao tradicional modelo de janela.

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Fábio Heider, sócio da FTZ Climatização, empresa que atua há cinco anos em Salvador e região metropolitana, avalia, no entanto, que esse é o equipamento que entrega o melhor equilíbrio entre investimento inicial e gasto mensal.

“O que eu mais recomendo é o split inverter, que tem 12 mil BTUs. Apesar de custar entre R$ 3.600 e R$ 4.000, enquanto o convencional varia de R$ 2.600 a R$ 2.800, ele consome menos energia, uma redução que pode chegar a 50%”, afirma.

Outra vantagem é a estabilidade de funcionamento. Segundo ele, o modelo convencional pode apresentar pequenas oscilações em dias muito quentes, quando há grande demanda de uso, algo menos comum no inverter.

Para quem compra o primeiro aparelho ou pretende substituir o antigo, Heider lembra que muitos consumidores aproveitam o pagamento do 13º salário ou promoções de fim de ano para fazer o investimento.

Outra alternativa dada pelos especialistas é o ar-condicionado cassete, instalado no teto e embutido no forro. Ele distribui o ar em quatro direções e se adapta tanto a salas amplas e áreas de recepção quanto a ambientes menores, como corredores. O design discreto é um atrativo, mas a instalação da condensadora, geralmente no teto ou em áreas de serviço, pode limitar seu uso em alguns tipos de residências.

Para imóveis maiores, como casas amplas e apartamentos de alto padrão, o ar-condicionado dutado aparece como solução. Também embutido no teto, ele permite climatizar vários ambientes de forma uniforme e sem peças aparentes. Contudo, trata-se da opção de maior investimento:

“O custo pode ir de R$ 5 mil a mais de R$ 20 mil, e a manutenção também é cara”, aponta Cecília Macedo.

A frequência da limpeza é um ponto crítico para o desempenho e para a vida útil de qualquer aparelho. De acordo com Heider, embora seja comum que moradores façam apenas uma ou duas limpezas anuais, os fabricantes recomendam ao menos três. A necessidade aumenta em localidades litorâneas, onde o salitre acelera a corrosão.

“O split inverter é ainda mais exigente, pois o salitre se soma à umidade e vai se acumulando na placa externa. A manutenção deve ser feita, obrigatoriamente, pelo menos três vezes ao ano”, orienta.

Quando a limpeza não ocorre na periodicidade correta, o acúmulo de resíduos cria uma barreira que força o equipamento a trabalhar mais, elevando o consumo de energia. Um aparelho de 800W (ou 2700 BTU) mal conservado pode gerar, por exemplo, um aumento de até R$ 13 por mês na conta de luz.

Técnicos credenciados

A instalação é outro ponto de cuidado. Lojas têm exibido junto ao preço dos aparelhos a orientação de que ela seja feita apenas por técnicos credenciados, para que se mantenha a garantia do produto.

Essa condição pode aumentar o custo total do eletrodoméstico. Comerciantes e fabricantes podem sugerir que o consumidor busque instaladores especializados, mas não podem impor essa contratação como requisito para preservar a garantia, como explica Iratan Vilas Boas, advogado, especialista em direito do consumidor e diretor de Fiscalização do Procon.

“A recomendação é legítima, mas a imposição afronta os direitos do consumidor”, afirma.

Ele explica que alertas sobre riscos de instalação inadequada não autorizam restringir a livre escolha do profissional, e lembra que eventuais recusas de atendimento precisam ser justificadas com base técnica.

O consumidor deve ter acesso claro às condições de garantia e não pode ser compelido a contratar um único prestador, sob pena de violação do Código de Defesa do Consumidor.

A exigência de instalação credenciada também suscita dúvidas sobre possíveis práticas abusivas.

“A imposição pode caracterizar venda casada, já que o consumidor tem liberdade para escolher o prestador”, explica Vilas Boas.

O advogado observa que o problema ocorre quando o fornecimento do produto depende, direta ou indiretamente, da contratação de um serviço específico, eliminando a liberdade de escolha.

A prática, vedada pela legislação, pode gerar sanções e deve ser denunciada quando interfere no acesso à garantia ou dificulta a solução de problemas no funcionamento do aparelho, sobretudo em situações nas quais o fornecedor não apresenta justificativas técnicas consistentes para negar o atendimento.

“O que compromete a garantia é uma instalação errada, com pontos de solda que danificam o aparelho, por exemplo. Isso não acontece com empresas especializadas”, diz Fábio Heider.

Ele conta que, em uma clínica pet shop de uma de suas clientes, um dos ar condicionados comprados por ela veio com defeito de fábrica, e a marca alegou que seria um problema de instalação, por não ter sido realizada pelo profissional indicado no momento da compra.

“Quando eles foram fazer a vistoria, comprovaram que, de fato, o problema era deles, pois a instalação havia sido feita por profissionais. Tiveram que manter a garantia”, conta.

*Colaborou Venicius Rodrigues

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