Irã ainda tem forças nucleares após ataques dos EUA, segundo Pentágono

O programa nuclear iraniano não foi destruído pelos ataques estadunidenses nas instalações nucleares do país, de acordo com o relatório preliminar divulgado pelo setor de inteligência do Pentágono. O provável maior impacto dos ataques teria sido, na realidade, apenas o atraso das operações em alguns meses.

Assim, o estoque de urânio enriquecido que pertence ao Irã não foi destruído pelos Estados Unidos durante o ataque às instalações nucleares iranianas Fordo, Natanz e Isfahan. As explosões, feitas por bombas bunker buster, que chegam a 61 metros abaixo da terra antes de explodir, teriam deixado ainda partes dos projetos nucleares do país intactas, de acordo com fontes familiarizadas com a análise da Agência de Inteligência de Defesa, segundo a BBC.

A bomba utilizada, chamada de Massive Ordnance Penetrator, pesava 13,6 mil kg, e era tida como a única que poderia destruir completamente as estações iranianas subterrâneas de enriquecimento de urânio. A não destruição total seria justificada pelo impacto a estruturas apenas na superfície das instalações de enriquecimento nuclear, sem atingir as centrífugas.

Duas instalações, no entanto, tiveram suas entradas bloqueadas, além da destruição interna que sofreram. Dessa forma, bastariam alguns meses de escavação e conserto para que o Irã estivesse pronto para um novo ataque nuclear.

Outro fator colaborativo para uma retomada iraniana seria a transferência de parte do estoque de urânio enriquecido para fora do país antes dos ataques estadunidenses, confirmada por fontes da Columbia Broadcasting System, a CBS.

Por outro lado, a Casa Branca estadunidense afirmou que a avaliação dos danos está errada, e não passa de uma tentativa de "menosprezar" Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Para eles, os ataques "aniquilaram completa e totalmente" as instalações, como o próprio Trump afirmou assim que os bombardeios cessaram.