Trem inédito no mundo que chega a 450 km/h entra em operação em 2026

A China promete dar um salto tecnológico em sua já impressionante malha ferroviária de alta velocidade. Em 2026, o país colocará em operação o CR450, trem capaz de atingir 450 km/h, tornando-se o mais rápido do mundo em atividade comercial.

O anúncio foi feito durante o congresso mundial do setor ferroviário realizado na semana passada em Pequim, segundo informações do jornal O Globo.

Desenvolvido ao longo dos últimos sete anos, o CR450 é fruto do trabalho de duas subsidiárias distintas da estatal CRRC, que é considerada a maior fabricante de trens do mundo.

Os dois protótipos, batizados de CR450AF e CR450BF, representam uma evolução dos atuais CR400, que alcançam até 400 km/h de velocidade máxima.

Segundo Wang Lei, projetista-chefe da CRRC Changchun, o novo modelo conseguirá manter uma velocidade média de 400 km/h. Isso deve reduzir significativamente o tempo de trajeto entre grandes centros urbanos.

A viagem entre Pequim e Xangai, por exemplo, poderá ser feita em pouco mais de três horas, o que equivale uma economia de mais de uma hora em relação ao tempo atual da rota mais rápida, que leva 4h18.

Novidade em trem na China

Um dos diferenciais do novo trem é que ele não exige a substituição dos trilhos já existentes, o que facilita sua integração à atual rede ferroviária chinesa, que já soma impressionantes 48 mil quilômetros.

Entre os avanços tecnológicos do CR450 estão a maior segurança estrutural, menor distância de frenagem e eficiência energética superior.

O trem teve seu peso reduzido em 10% e o consumo de energia em 20%, sem comprometer o conforto. Além disso, o ruído interno permanece no mesmo nível dos trens atuais.

Promessa para o mundo

A apresentação da nova geração de trens faz parte de uma estratégia geopolítica maior da China: usar a alta tecnologia ferroviária como trunfo em sua Iniciativa Cinturão e Rota, que busca ampliar sua influência global por meio de investimentos em infraestrutura.

Durante o congresso, países como Uzbequistão, Quirguistão, Indonésia, Laos, Mongólia e Arábia Saudita demonstraram interesse na tecnologia.

O Brasil, que já teve planos de construir um trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, por sua vez, não foi citado durante o evento.