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CICLO EVOLUTIVO

Rio São Francisco e o impacto na irrigação da fruticultura na Bahia

Velho Chico transformou a Bahia em polo de desenvolvimento na produção de manga e uva

Rodrigo Tardio

Por Rodrigo Tardio

27/11/2025 - 10:37 h | Atualizada em 27/11/2025 - 11:57
Vista do Rio São Francisco, entre Juazeiro e Petrolina, divisa dos Estados Bahia e Pernambuco
Vista do Rio São Francisco, entre Juazeiro e Petrolina, divisa dos Estados Bahia e Pernambuco -

Considerado pelos produtores de frutas, sobretudo manga e uva da região do Vale do São Francisco, como o verdadeiro "motor" que transformou o semiárido brasileiro em um dos maiores polos de fruticultura do mundo, o "Velho Chico", como é carinhosamente conhecido o Rio São Francisco, proporciona à agricultura, um solo altamente fértil.

"Apenas o sol constante não seria suficiente para sustentar a agricultura em escala comercial na região do Vale do São Francisco. O pé de manga, por exemplo, tudo o que ele precisa é de só na cabeça e água no pé, um prato cheio para quem tem 330 dias de sol no ano", é o que diz Luiz Torrisi, um dos médio produtores da região do Salitre, em Juazeiro, e um dos sócios da fazenda Terra de Beulah.

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O maior benefício direto do rio é a segurança hídrica, já que o semiárido nordestino tem uma vantagem climática natural, o que significa muitas horas de sol forte durante o ano todo e baixa umidade relativa do ar.

Com a irrigação garantida pelo rio, os produtores não dependem das chuvas irregulares e isso permite controlar o ciclo das plantas, alcançando até 2,5 safras por ano, enquanto outras regiões do mundo conseguem apenas uma, o que é vantagem para a região do Vale do São Francisco.

A presença do rio permite o desenvolvimento da agricultura em uma região caracterizada por chuvas irregulares e escassas.

A irrigação não só garante a sobrevivência das plantações, mas também permite um manejo de cultura altamente controlado, resultando em alta produtividade e qualidade
Técnicos - Faeb-Senar

Qualidade da fruta

Esse controle hídrico permite aumentar o teor de açúcar das frutas, o que é chamado de Brix, deixando o produto extremamente competitivo no mercado internacional.

Embora a variedade seja enorme, duas culturas são as grandes protagonistas da irrigação no Vale do São Francisco, que é a manga, já que a região é responsável por quase 90% das exportações brasileiras.

A irrigação permite induzir a floração em qualquer época do ano, atendendo demanda internacional, quando outros países não estão produzindo.

Imagem ilustrativa da imagem Rio São Francisco e o impacto na irrigação da fruticultura na Bahia
| Foto: Rodrigo Tardio | AG A TARDE

A água do São Francisco gera um efeito cascata na economia regional, de forma especial no polo Petrolina-PE e Juazeiro-BA.

O manejo da irrigação é uma técnica chave para o cultivo da manga no Vale. A redução controlada da água, por exemplo, é usada para interromper o crescimento vegetativo e forçar a indução floral, permitindo que os produtores colham a manga em períodos estratégicos, já que pode ter até duas safras e meia por ano, o que é uma grande vantagem competitiva no mercado internacional.

Tecnologias

O benefício do rio é potencializado pelo uso de tecnologias eficientes, evitando o desperdício. A água é aplicada diretamente na raiz da planta, gota a gota.

Os nutrientes são dissolvidos na água de irrigação, garantindo "comida e bebida" para a planta de forma simultânea. Aplica-se a água diretamente na zona radicular da planta, com alta eficiência no uso da água e que muitas vezes é combinada com a fertirrigação, aplicação de fertilizantes dissolvidos na água de irrigação.

Outra tecnologia consiste na microaspersão, que é um sistema também eficiente, com baixa vazão e alta uniformidade na distribuição da água.

Geração de emprego

Estima-se que para cada hectare irrigado da plantação de manga, 1 a 2 empregos diretos são gerados. A irrigação atraiu indústrias de sucos, doces e vinícolas, agregando valor ao produto local.

O "Selo do Vale" é reconhecido nos EUA, Europa e Ásia, o que trouxe divisas em dólar e euro para o sertão.

A atividade emprega milhares de pessoas diretamente e indiretamente, elevando o nível de desenvolvimento nas cidades de Petrolina e Juazeiro.

O que antes era um cenário de seca e incerteza produtiva, hoje é uma região próspera e tecnologicamente avançada na produção de frutas.

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Tags:

Bahia economia fruticultura irrigação mangá uva vale do são francisco

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