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Gil emociona público na Arena Fonte Nova

ADEUS, GIL!

Da estreia ao adeus: Gil e tudo que o Tempo Rei nos deixaram

Artista se despediu dos palcos baianos no sábado, 20, na Arena Fonte Nova

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Carla Melo

Por Carla Melo

22/12/2025 - 13:54 h

Eu também amo vocês. É recíproco. Se houver outras vidas, quero continuar amando”. A declaração de amor de Gil tornou-se êxtase, emoção, choro, alegria e apertava uma saudade que não se desfaz tão facilmente, e nem vai.

O tropicalista mostrou que ainda tem samba no pé e, limpidamente, um coração cheio de gratidão. Aos 83 anos, ele deu adeus aos palcos baianos, com sua turnê Tempo Rei, no último sábado, 20, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

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Como um movimento fantasmagórico, o espetáculo metamorfoseou-se como em cada fase da sua vida. Memórias artísticas e políticas de Gil, quando mostrou vítimas da ditadura, entre elas, o deputado Rubens Paiva, retratado no sucesso ‘Ainda Estou Aqui’ e o jornalista Vladimir Herzog, que atuou na Bahia; declarações de amigos, como Chico Buarque relembrando momentos sensíveis da ditadura; e cenas de sua vida familiar como a infância de Preta Gil e convívio com Sangra Gadelha, sua segunda esposa, compuseram o palco onde o artista abrilhantou a noite.

Palco exibiu histórias e memórias do artista
Palco exibiu histórias e memórias do artista | Foto: Clara Pessoa | AG. A TARDE

Filhos e netos também estavam lá. A banda contou com o primeiro neto do artista, João Gil (guitarra), José Gil, filho caçula de Gil (bateria), a filha mais velha, Nara Gil (vocais) e seu filho Bem Gil, com a direção musical do espetáculo.

Nas mais de seis décadas de caminhada na música, Gil escolheu mais uma vez cantar no berço que lhe deu o título de um dos maiores artistas brasileiros. E por que não dizer do mundo?

Gilberto Gil estreou na Bahia e decidiu mais uma vez se despedir da Bahia. A mesma Bahia que também foi palco de um dos movimentos mais emblemáticos da política e da cultura brasileira, a Tropicália. Junto com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Torquato Neto, Tom Zé, Jards Macalé, Wally e o “pessoal da pesada”, o cantor se consolidou com uma das referências na ruptura no tempo, no tradicionalismo, na estética, no passado e daquilo que não mais se encaixava.

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Parte desse momento foi rememorado no show quando o artista cantou “Procissão” e “Domingo no Parque”, canções que marcaram o álbum Gilberto Gil, de 1968, lançado pouco antes do disco-manifesto ‘Tropicália ou Panis et Circensis’, em meio ao Regime Militar (1964-1985).

Não somente essas duas canções se destacaram pela sua importância cultural e histórica, mas também cada repertório que homenageia álbuns valorosos do artista. Em sua turnê, Gil rememorou grandes sucessos de sua carreira, como Palco (1980), Vamos Fugir (1984), Realce (1979), Refazenda (1975), Refavela (1977), Se Eu Quiser Falar Com Deus (1981) e muito mais.

O antropofagismo se consolidou no Modernismo Brasileiro (1928) como um movimento intrínseco à nova etapa da cultura e da arte brasileira, e é talvez uma das grandes particularidades da carreira do artista. Nascido em Salvador, sua vida musical é aflorada em São Paulo. É onde o artista tem impacto com a Bossa Nova, Jovem Guarda e com a Música Popular Brasileira (MPB), e consegue fundir o rock com a MPB, trazendo cada vez mais a importância do Brasil, longe das amarras europeias.

Gil também dividiu palco com filhos e netos
Gil também dividiu palco com filhos e netos | Foto: Clara Pessoa | AG. A TARDE

O repertório de Gil em Tempo Rei foi pensando nisso (o que foi dito e redito pelo artista no palco). As primeiras canções do artista traziam o rock em sua originalidade.

Como se não bastasse o misto singular de sentimentos deixado como vestígio por Gil, ele ainda conseguiu mais: unir forças com o Axé Music. Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Daniela Mercury, grandes representantes do ritmo, subiram no palco com o tropicalista, e levaram o público à loucura.

Ivete foi a primeira convidada do cantor baiano, que formou um dueto inconfundível de "Vamos Fugir", composição de Gilberto Gil em parceria com o produtor e baixista Liminha . A presença da cantora rendeu até uma declaração à Gil: “Eu te amo, estou sempre com você”.

Ivete cantou "Vamos Fugir" com artista
Ivete cantou "Vamos Fugir" com artista | Foto: Clara Pessoa | AG. A TARDE

Com direito à ginga e à emoção, foi a vez de Carlinhos Brown entrar no palco e dividir “Nos Barracos da Cidade”, com Gil. No final, o artista ainda deu uma ‘palhinha’ na percussão e deixou a galera ainda mais emocionada.

Para fechar a noite com chave de ouro, Daniela Mercury se junta ao artista e, o público que poderia estar exausto, uniu ainda mais força para vibrar com os artistas baianos, com a música "Toda Menina Baiana", sucesso em álbum Realce.

O cenário que já estava bom, ficou ainda melhor quando Ivete e Carlinhos Brown integraram a equipe de baianos para o fechamento do show, e cantaram o clássico com Gilberto Gil. Rolou até dueto de percussão entre Brown e Ivete.

Brown também subiu no palco
Brown também subiu no palco | Foto: Clara Pessoa | AG. A TARDE

Adeus, Gil

O show de sábado, 20, foi o último do artista, em Salvador. Gil se apresentou pela primeira vez na Bahia, com a turnê Tempo Rei, no dia 15 de março deste ano. A tour já passou por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Porto Alegre.

Antes de dar adeus definitivo aos palcos, o baiano ainda se apresentará em Belém, no dia 21 de março e em São Paulo, no dia 28 de março. Gilberto Gil deve seguir ativo na música, participando de projetos pontuais e apresentações especiais.

Em sua turnê, Gil rememorou grandes sucessos de sua carreira, como Palco (1980), Vamos Fugir (1984), Realce (1979), Refazenda (1975), Refavela (1977), Se Eu Quiser Falar Com Deus (1981) e muito mais.

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