SKATE STREET
Kelvin Hoefler critica nova geração do skate: "Difícil de acompanhar"
Brasileiro sugeriu mudanças no formato para agradar o público
Por Da Redação
O skatista brasileiro Kelvin Hoefler, medalhista de prata em Tóquio-2020, expressou sua insatisfação com o formato adotado para a modalidade skate street nas Olimpíadas de Paris. Hoefler, que ficou apenas em 6º lugar nesta edição, acredita que o modelo atual permite mais erros e beneficia a nova geração de skatistas, que possui menos repertório de manobras, de acordo com ele.
“Com essa nova geração é difícil, né. Uma pista muito pequena, que a galera consegue tentar bastante coisa, ter mais qualidade, mais técnica. A nova geração é essa daí. Bem difícil de acompanhar. Consegui acertar minhas manobras, por milésimos, muito pouco. Tóquio foi diferente, a pista era grande, formato diferente. Tóquio eram quatro notas totais, aqui eram três, tirando uma da volta. Aí você tem cinco tentativas, para acertar duas. Então, a margem de erro é muito maior do que em Tóquio. Eu, sinceramente, particularmente, acredito que o pessoal tem que mudar o formato para os próximos Jogos Olímpicos para ser mais divertido”, desabafou.
Kelvin mencionou rumores de que o formato de avaliação do skate street pode mudar para os Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, e sugeriu que o skate park seria um formato mais adequado a ser seguido.
“É fato que o pessoal erra, erra e erra, e ganha. Acertam duas e ganham. Então, para um público mais leigo e para mim também, que vejo a galera errando e errando e vencendo, tem que ser mais legal para o público. Igual o (street) park. Os caras têm três voltas, e a melhor volta da sua vida que você vai colocar lá, as melhores manobras. Tem que ser isso”, pontuou o skatista.
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Apesar das críticas, Kelvin deixou em aberto a possibilidade de competir em Los Angeles-2028, desde que haja mudanças no formato.
“Acredito que sim (muda decisão de não disputar Los Angeles). Porque vai ser mais fácil. Não vai ser na pegada da nova geração, aprender duas manobras e ganhar... Eu e o Nyjah (skatista norte-americano) a gente tem bagagem de manobra muito grande. A gente consegue encaixar várias. Então, essa nova geração aprende de uma forma só e não consegue ter um leque de manobras tão grandes. Mudando o formato, pelos rumores, o pessoal vai ter que ter um leque maior, vai ter que aprender bastante”, revelou.
Kelvin também compartilhou o quanto o último ciclo olímpico foi desgastante para ele e destacou a necessidade de um período de descanso antes de considerar futuras competições.
“Eu não aguento mais, preciso de férias. Estou cansado. Ando de skate há uns 23 anos e nunca tive. Preciso de férias, descansar. Essa corrida olímpica foi bem difícil. Tivemos competição há dois, um mês atrás. E de um nível muito difícil. A gente não sabia que viria pra cá (Paris). Tivemos que vir nessa correria”, concluiu o brasileiro.
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