OLIMPÍADAS
Quem leva ouro? Confira o 'Palpitômetro' das Olimpíadas 2024
Ciclo olímpico mais curto ajuda, e grande parte dos medalhistas brasileiros de Tóquio ainda chega forte como esperança de pódio em Paris
Por Felipe Paranhos
Para além dos efeitos diretos da Covid-19 no mundo, a pandemia influenciou até mesmo a Olimpíada de 2024, que começa no próximo dia 26. Como os Jogos de Tóquio ocorreram um ano depois do previsto, em 2021, o ciclo olímpico para Paris foi encurtado – e a mudança interferiu diretamente na preparação dos atletas.
Os 20 medalhistas brasileiros no Japão lidaram com a redução das temporadas esportivas de maneiras muito diversas e, como não poderia deixar de ser, nem todos vivem seu auge às vésperas da competição mais importante do esporte mundial.
Pelo menos dez medalhistas, entretanto, seguem como favoritos ou legítimos concorrentes ao pódio olímpico. É o caso das baianas Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, e Bia Ferreira, do boxe. A nadadora vem de vitória na etapa italiana da Copa do Mundo de Águas Abertas, em maio, e teve como piores resultados nas grandes provas da modalidade apenas dois quintos lugares, em Fukuoka, no Japão, e Soma Bay, no Egito.
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E se a fase de Ana Marcela segue boa, a de Bia, então... Prata em Tóquio, ela não perde há mais de dois anos: foi derrotada por Rashida Ellis na final do Mundial de Istambul, em maio de 2022. Desde então, foram 20 vitórias.
O principal obstáculo da busca de Bia pelo ouro responde pelo nome de Kellie Harrington. A irlandesa, sua algoz nas última Olimpíada, é a favorita ao bi. Um possível reencontro na arena de Paris é ansiosamente aguardado pelos fãs, e o fato de Kellie ter perdido recentemente a invencibilidade de mais de três anos é mais um fator favorável à atleta brasileira.
Especializado na nobre arte, o jornalista Wilson Baldini Jr. explica que Bia é a atleta do Brasil com melhores resultados no ciclo olímpico, o que a torna “a bola da vez para ser derrotada”. “Bia tem uma pressão nas costas muito grande, por ser o nome do boxe no Brasil. Fico na expectativa de ela apresentar algo diferente para conquistar o ouro, porque o trabalho dela é muito difícil. Vindo de medalha de prata, bicampeonato mundial amador e título mundial profissional, ela é observada 24 horas. Mas, evidentemente, não podemos esperar outra coisa dela, já que em todas as competições que disputou, só ficou fora do pódio em um, e porque se machucou”, analisa.
Baldini também destacou o desafio encarado por Abner Teixeira, que decidiu subir de categoria e lutar entre os superpesados. “Ele tira um peso das costas pela medalha de Tóquio. Vai mais experiente, mais tranquilo, mas vai para uma categoria terrível. Evidentemente que ele está treinando, conhece todos os adversários, mas vai enfrentar caras muito mais pesados do que ele. Nessa categoria, ele pode pegar adversários de 110 kg, muito maiores do que ele. Mas ele tem confiança, experiência e técnica pra ir bem. Se ele conseguir ganhar medalha em outra categoria de peso elevado, será um feito extraordinário para o Brasil”, completa o especialista, que também elencou o baiano Keno ‘Marley’ Machado como uma das apostas para a medalha nos Jogos Olímpicos de Paris.
De surpresa a realidade
Seguem fortes na briga pelo segundo ouro consecutivo o surfista Ítalo Ferreira, a ginasta Rebeca Andrade e a skatista Rayssa Leal. Depois de um segundo lugar na temporada 2022 da World Surf League, O potiguar de 30 anos teve de lidar com uma lesão no joelho que o tirou de atividade em 2023. Neste ano, porém, ele voltou a vencer etapas do circuito – o que não acontecia desde 2021, ano dos Jogos de Tóquio – e está em quarto lugar no campeonato.
Rebeca, por sua vez, continua como uma das atletas a serem batidas no topo da ginástica artística. Bicampeã mundial em 2022 e 2023, a atleta do Flamengo é favorita ao ouro tanto no salto, sua especialidade, quanto no individual geral. A confiança é tanta que ela tem treinado um ‘Triplo Twist Yurshenko’, salto nunca executado em competições internacionais e que sequer consta do código de pontuação oficial.
No mesmo patamar de Rebeca está Rayssa Leal. Com apenas 16 anos, a medalhista mais jovem da história do Brasil mira o título olímpico, e seus resultados recentes a deixam em ótima condição para isso. A ‘Fadinha’ venceu a etapa de Xangai do Circuito Mundial, em maio, e está no terceiro lugar o ranking olímpico.
Pausa para recomeçar
A canoagem, o judô e o atletismo também contam com nomes que se mantêm fortes na disputa por novo pódio. Isaquias Queiroz garantiu duas medalhas de ouro na etapa húngara da Copa do Mundo, em maio, mostrando estar pronto após um 2023 marcado pelo afastamento dos treinos por motivos pessoais. Ele disputará as provas do C1 1000 m e C2 500 m nos Jogos.
Outra que optou por uma pausa foi a judoca Mayra Aguiar. Triplamente ‘bronzeada’ após os resultados de Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2021, a veterana não lutou neste ano e sua condição para a Olimpíada é uma incógnita, visto que ela sequer tem dado entrevistas, priorizando o foco na competição. Já seu colega de tatame Daniel Cargnin, também bronze no Japão, chega como cabeça de chave após terminar em quinto o Mundial deste ano.
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