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Veja como esportes das Olimpíadas influenciam na saúde mental
Modalidades de esportes das Olimpíadas podem ser inseridos na rotina
Por Felipe Sena
Com a abertura das Olimpíadas e Paraolimpíadas Paris 2024, na última sexta-feira, 26, foi dada a largada para o início de uma maratona de jogos de diferentes modalidades. Conhecido como o país do esporte, o Brasil coleciona grandes nomes, contudo, as diversas práticas esportivas fazem bem para a saúde física e mental de qualquer pessoa.
Em Salvador, por exemplo, entre vários nomes que praticam corrida, está o de Cássia Bandeira. Diagnosticada com obesidade tipo 1, além de ansiedade, a jornalista, de 35 anos, viu no esporte uma forma de lidar com os problemas e construir um estilo de vida mais saudável. Em entrevista ao Portal A TARDE, Cássia relata que sofreu um caso grave e complicado de assédio moral no trabalho. Por isso, desenvolveu crises de ansiedade, síndrome do pânico e compulsão alimentar, o que resultou em um aumento considerável de peso.
“Problemas na coluna, que me deixaram cinco dias sem andar, quase um câncer de tireoide e diversos picos de pressão arterial a 17 por 12, com fortes dores de cabeça e inúmeras idas à emergência, cheguei a pesar 93 quilos. Foi nesse momento que precisei recomeçar, se não seria mais uma estatística”, diz.
Atleta amadora de corrida, desde os 15 anos, como se descreve, Cássia viu na corrida, uma esperança. “Tinha que escolher entre viver e a corrida retornou de forma muito natural. Ela me ajudou e contribui até hoje para romper barreiras e medos que me impediam de crescer na vida pessoal e profissional”, explica. Com isso, por volta de 6 anos atrás voltou às ruas, e hoje se prepara para uma corrida de 100 km.
De acordo com o professor do curso de Educação Física da Unijorge e supervisor do Centro de Referência Paralímpico da Bahia, Wilson Brito, qualquer modalidade de esporte praticada nas Olimpíadas pode ser inserida na rotina diária das pessoas, e trazem diversos benefícios para a saúde. Entre eles estão melhora cardiorrespiratória, força, articulação, coordenação motora global e coordenação motora fina.
Com o objetivo em vista, Cássia tem se preparado com acompanhamento profissional para chegar aos 100 km em uma prova oficial. “A preparação vai desde os treinos com a planilha de corrida e obrigatória de musculação; alongamentos e fortalecimento em geral, até a alimentação correta com o consumo de carboidratos, muita hidratação, acompanhamento regular com fisioterapeuta, nutricionista e anual com cardiologista, ortopedista, entre outros”.
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Para a advogada Roberta Ventura, de 47 anos, o ambiente é um dos principais motores que influencia a continuar na natação. Participante da Rede Fluir, ela diz que “a equipe é muito unida, composta por pessoas muito amigas, divertidas e agregadoras, além de atletas com histórico de competições”. Segundo o professor Wilson, o esporte, como é o caso da natação, colabora para a relação interpessoal, a capacidade de saber perder, de saber ganhar. Como também a ampliação do repertório motor psíquico.
De acordo com o artigo científico “Exercício e função cognitiva: uma revisão”, feito por estudantes do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os esportes ainda melhoram a cognição e outras atividades da vida diária.
No caso da natação, o esporte pode ser praticado também de forma gratuita em Salvador. “É preciso ter alguns cuidados, mas temos algumas bacias, o porto da barra, algumas regiões da cidade baixa, alguns pontos também, da orla marítima que formam piscinas, então é possível desenvolver um processo de iniciação de primeiro contato”. Além de duas piscinas públicas, clubes sociais e condomínios.
Com o objetivo de cuidar da mente e do corpo, Roberta Ventura, antes de ser da Rede FLUIR, foi da Arena Aquática Salvador, onde participou da prova do Oceanman, no ano passado. Junto com dois colegas em uma equipe de revezamento ganhou troféu na categoria. Depois, ficou dois meses no Asbac Salvador. Sua maior torcida na natação vai para a soteropolitana Ana Marcela na competição de águas abertas.
Já Cássia torce, na corrida, para pessoas próximas a ela, como a ultramaratonista de Salvador Érica Sampaio, Rogério Reis, Regis Leal, entre outros. No entanto, sua referência é Daniel Nascimento, o Danielzinho. “Estava torcendo muito para que ele nos representasse nas olimpíadas de Paris, mas infelizmente ele testou positivo para doping e ficou de fora. Ele vinha quebrando recordes e fazendo a diferença no atletismo”, diz. Movida a desafios, Cássia diz que depois da meta de 100 km, pretende alcançar os 80km, em Chapada Diamantina, e 54 km em Xingó. “Mas vamos com cautela. Cada dia com sua agonia”, brinca.
No pódio ou não, os atletas brasileiros inspiram as práticas de esportes, através das Olimpíadas, um evento de magnitude mundial, como é o caso da Fadinha, Rayssa Leal, que após conquistar medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, levou várias meninas a praticarem o mesmo esporte. “Há um crescimento no período pós-olimpíada, as pessoas começam a se enxergar naquele atleta, o esporte tem essa condição mágica, que faz com que as pessoas se motivem a participar”, explica o professor Wilson.
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