SALVADOR
Dono de ferro-velho tenta subornar policiais com R$ 5 mil em presídio
Marcelo Bastista está preso no Complexo penal da Mata Escura

Por Leilane Teixeira

O empresário Marcelo Batista, envolvido no caso do ferro-velho de Pirajá, tentou subornar policiais penais dentro da Cadeia Pública de Salvador (CPSa), no Complexo da Mata Escura.
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) confirmou a informação de uma tentativa de corrupção ativa realizada na última terça-feira, 14, na unidade. Uma fonte interna, que preferiu não se identificar, confirmou ao Portal A TARDE que se trata de Marcelo Batista.
Segundo a Seap, a ação aconteceu durante o momento de distribuição dos internos para os respectivos raios. Neste momento, Marcelo ofereceu R$ 5 mil a um policial penal, em troca de facilidades para integrar a equipe de custodiados que realizam atividades laborais na unidade.
"O servidor recusou a proposta e comunicou imediatamente o ocorrido à Coordenação de Segurança, que informou à Direção da CPSa", diz a Seap.
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Novo suborno
Nesta quarta-feira, 15, o empresário, que é investigado pelo duplo homicídio dos ex-funcionários Paulo Daniel e Matusalém Lima, foi levado à direção da Unidade para prestar esclarecimentos. Durante o trajeto até o setor, ele tentou subornar um outro policial penal, oferecendo novamente a mesma quantia.
A direção da Cadeia Pública então determinou, de forma imediata, a condução dele à Central de Flagrantes para adoção das medidas legais cabíveis e a instauração do procedimento de conduta do apenado. Em seguida, prestou depoimento e depois foi reconduzido ao Complexo da Mata Escura.
"A SEAP reafirma o seu compromisso permanente com a ética, a legalidade e o rigor nos procedimentos de segurança, adotando todas as medidas necessárias para preservar a ordem e a integridade do sistema prisional baiano", diz a nota.
Nova prisão de Marcelo
Marcelo foi preso novamente no dia 4 de outubro referente ao processo por tentativa de homicídio contra outras três pessoas — duas delas também ex-funcionárias da empresa de Marcelo —, que foram alvos de disparos de arma de fogo, mas conseguiram escapar.
O empresário chegou a ser preso em 26 de agosto, localizado escondido embaixo de um armário, e foi solto no dia 11 setembro, mediante o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.
Porém, o novo mandado de prisão cumprido no dia 4 reverteu a decisão que o pôs em liberdade. A ordem foi expedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e cumprida por:
- Agentes da 3ª Delegacia de Homicídios;
- Agência de Inteligência;
- Coordenação de Operações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no distrito de Jauá, em Camaçari
Ficha criminal
Marcelo é investigado por uma série de crimes, entre eles estão:
- Duplo homicídio dos funcionários Paulo Daniel e Matusalém Silva Muniz, cujos corpos seguem desaparecidos.
- Quatro homicídios;
- Quatro tentativas de assassinato
- Diversos casos de tortura e ameaças
- Suspeito de envolvimento com milícia e facção criminosa
- Responde por violência doméstica contra a ex-mulher.
Na Justiça do Trabalho, ele também responde a nove processos que estão em tramitação. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam:
- descumprimento de pagamento de salário;
- horas extras;
- assédio sexual;
- tortura.
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