ESQUEMA CRIMINOSO
Entenda como empresário lucrou R$ 40 mil por dia vendendo munição ao CV
Eduardo Bazzana tinha loja de armas e muniões, além de ser presidente de clube de tiros

Por Redação

A prisão do empresário do setor de armamentos em São Paulo, Eduardo Bazzana, há quatro meses, desmembrou um esquema complexo e lucrativo de tráfico de armas e munições, que em apenas 40 dias, faturou cerca de R$ 1,6 milhão com a venda de carregadores e munições para intermediários da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Isso equivale a um faturamento diário de R$ 40 mil.
Ele foi preso em Americana, cidade do interior de São Paulo onde residia, em um ação conjunta do Ministério Público e da polícia fluminense.
Como funcionava o esquema criminoso
A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontou que o proprietário de lojas de armas e munições e presidente de um clube de tiro paulista, usava os CNPJs de duas empresas dele, do ramo de artigos esportivos, como fachada para essas transações ilícitas.
As contas pessoais de Eduardo Bazzana e de suas empresas recebiam valores vultosos do CV, com depósitos em espécie e transferências que coincidiam com pagamentos registrados em planilhas do tráfico.
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O nome do empresário aparecia frequentemente como “fornecedor” em tabelas da organização criminosa, oferecendo uma variedade de materiais bélicos, incluindo pentes de munição para fuzis AR10 e AR15 e munições de calibres como AK47, .223 e .762 – armas usadas em guerras.
Conexões com CV do Rio
A teia de conexões de Eduardo Bazzana se estendia ao Rio de Janeiro, com ligações financeiras diretas a figuras conhecidas no mundo do crime. Ele realizou três transações que somaram R$ 49.000,00 para Bruno De Lemo Garcia, apontado como lavador de dinheiro do tráfico em Duque de Caxias
Além disso, Bazzana recebeu R$ 94.000,00 de Thiago Oliveira, um homem procurado no Rio de Janeiro por homicídio. Essas movimentações financeiras suspeitas indicam que a atividade legalmente declarada do empresário paulista era desvirtuada para abastecer redutos do CV em território fluminense.
Um dos principais articuladores do tráfico com quem Eduardo mantinha contato era Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, conhecido como “Da Roça” ou “Zeus Muzema”, apontado como liderança do CV na Comunidade da Muzema, em Jacarepaguá. O empresário de São Paulo, como mostra a investigação, era um de seus cinco principais fornecedores de armamentos e munições.
Os lucros gerados pelo tráfico sob o domínio de Da Roça eram em parte destinados à “caixinha” da facção, um fundo vital para financiar a compra de armas pesadas e a expansão territorial contra milicianos, como na disputa pela comunidade de Rio das Pedras.
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