POLÍCIA
Falsa garota de programa do PCC ameaçava expor clientes casados
Investigação começou em fevereiro após um homem ter sido extorquido
Por Redação

Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 20, a operação Falso Anúncio, conduzida pela 15ª Delegacia de Polícia, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que dizia ser do Primeiro Comando da Capital (PCC) e cometia extorsões virtuais contra homens que acessavam sites de prostituição em diversos estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal.
A operação, que tem o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), cumpre cinco mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão expedidos pela Justiça Criminal do DF. A investigação teve início em fevereiro após um homem ter acessado um site de acompanhantes e ser extorquido.
Prostituta fake
O rapaz, de 31 anos, teria contratado uma mulher para um programa que cobrou R$ 100 pelo serviço. Mas, quando chegou ao hotel foi informado que precisaria pagar um valor adicional para que o quarto fosse liberado. Nesse momento ele desconfiou e desistiu do encontro. A partir daí começou a ser ameaçado por um homem que se identificou como integrante do PCC
O golpista afirmou ser o cafetão da garota de programa e exigiu o pagamento de mais R$ 500, sob a alegação de que a vítima havia atrapalhado a agenda da prostituta. O suposto criminoso disse que iria matar o jovem caso o valor não fosse transferido.
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Em um dado momento o grupo criminoso passou a enviar fotos dos familiares da vítima e passaram a exigir valores maiores, quando o homem decidiu ir à delegacia para registrar um boletim de ocorrência.
Valores exigidos da vítima
R$ 100 – Valor inicial combinado;
Mais R$ 100 – Valor adicional exigido após o primeiro pagamento, sob falsa justificativa de “liberação do quarto”;
R$ 500 – Valor pago sob ameaça de morte;
R$ 1,5 mil – Valor exigido posteriormente para “encerrar o caso”
Total exigido: R$ 2,1 mil
Total efetivamente pago pela vítima: R$ 600
Estrutura criminosa
A análise de dados bancários, telefônicos e cadastrais revelou a existência de uma associação criminosa estruturada, com divisão clara de tarefas entre os envolvidos. Os cinco investigados, sendo três homens e duas mulheres, têm idades entre 21 e 27 anos, e são naturais do município de Montes Claros (MG), onde todos os endereços investigados foram localizados.
Funções dentro do grupo:
Uma mulher de 23 anos era responsável pela criação dos anúncios falsos, interlocução direta com as vítimas e envio de mensagens ameaçadoras. Utilizava números de telefone e e-mails falsos, operando a partir de aparelhos celulares com múltiplos chips.
Um homem de 27 anos atuava como operador das contas bancárias e recebedor dos valores ilícitos via Pix, coordenando o fluxo financeiro do esquema.
Um homem de 21 anos ficava responsável por alterar os números de telefone nos anúncios logo após a consumação dos golpes, com o objetivo de dificultar o rastreamento pelas autoridades.
Duas pessoas, de 21 e 23 anos, atuavam como “laranjas” ou “conteiros”, fornecendo dados bancários e chaves Pix para receber os valores extorquidos, caracterizando indícios de lavagem de dinheiro.
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