POLÍCIA
Idosos são alvos preferidos para golpes pela internet
Especialistas alertam público 50+ sobre como se proteger no uso do PIX e nas transações online

Por Vitória Sacramento | Portal Massa!

Você já caiu em algum golpe online? A sensação de impotência é terrível, mas existem formas de se prevenir, principalmente se você tem mais de 50 anos. Com a expansão dos serviços financeiros digitais no Brasil, o número de golpes virtuais também tem crescido.
Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Datafolha, revelou que entre julho de 2024 e junho de 2025 cerca de 24 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes financeiras envolvendo PIX ou boletos bancários.
Embora as tentativas de golpe atinjam pessoas de todas as idades, os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis, especialmente em fraudes bancárias, enquanto os jovens lideram as ocorrências relacionadas a compras online.
Segundo Livia Silva, gerente de Prevenção a Fraudes do Banco Mercantil, instituição financeira voltada ao público 50+, o segredo está em agir rapidamente. “Assim que perceber que caiu em um golpe, o mais importante é agir rápido. O primeiro passo é bloquear o canal de comunicação com o golpista e entrar em contato com o banco pelos canais oficiais. Também é essencial registrar um boletim de ocorrência e reunir comprovantes que ajudem na investigação”, orienta a especialista.
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Livia destaca que a agilidade é fundamental para aumentar as chances de recuperação dos valores e evitar novas ocorrências. O Banco Central, inclusive, criou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite bloquear valores na conta do recebedor em casos de suspeita de fraude, com análise que pode durar até 10 dias.
A especialista reforça que a educação digital é uma das ferramentas mais eficazes para reduzir o número de golpes. “Muitas fraudes se baseiam em engenharia social, ou seja, na manipulação emocional e na falta de atenção das vítimas, mais do que em falhas tecnológicas. Quanto mais informadas as pessoas estiverem sobre as táticas usadas pelos criminosos, menor é a chance de caírem em armadilhas”, explica.
O público 50+ é considerado o mais visado por golpistas, principalmente por dois fatores: a confiança nas interações humanas e o contato recente com ferramentas digitais. “Muitos aprenderam a usar aplicativos, PIX e WhatsApp há pouco tempo, e os criminosos se aproveitam dessa falta de familiaridade e da boa-fé para aplicar os golpes”, diz Livia.
Entre as fraudes mais recorrentes estão a Falsa Central de Atendimento, o Golpe do Falso Brinde, o Golpe da Prova de Vida e as fraudes via PIX, em que criminosos se passam por funcionários de bancos para induzir transferências. Recentemente, surgiram também táticas utilizando o WhatsApp Web, nas quais arquivos enviados em formato ZIP contêm malwares capazes de roubar informações bancárias. A recomendação é nunca baixar arquivos recebidos por esse meio e desconfiar até de contatos conhecidos.
O Massa listou algumas medidas simples que ajudam a garantir a segurança digital. Desconfie de mensagens urgentes ou ofertas milagrosas, pois golpistas costumam explorar a pressa e a emoção das vítimas. Verifique sempre os canais oficiais, lembrando que bancos nunca pedem senhas, selfies ou transferências por WhatsApp. Evite clicar em links desconhecidos, já que eles podem instalar programas espiões. Use o PIX com cautela, confirmando o nome do destinatário antes de finalizar qualquer transação. Não compartilhe dados pessoais ou bancários e não autorize o envio de fotos do rosto ou vídeos, pois criminosos podem utilizá-los para liberar empréstimos indevidos. Sempre converse com familiares antes de tomar decisões financeiras e mantenha-se atualizado sobre as novas formas de golpe.
Em caso de suspeita de fraude, a recomendação é contestar imediatamente a transação pelo aplicativo do banco, entrar em contato com os canais oficiais e registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. A orientação e o cuidado preventivo ainda são as melhores armas contra os crimes digitais.
*Sob supervisão do editor Anderson Orrico
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