POLÍCIA
Mulher é brutalmente assassinada em “tribunal do crime” do PCC
Crime teria relação com disputa entre facções pelo controle do tráfico de drogas

Por Luan Julião

Uma investigação da Polícia Civil de Boa Vista levou à prisão de quatro homens suspeitos de participar do assassinato de Amanda Cristina Dias Maciel, de 28 anos. A jovem foi executada em um “tribunal do crime” conduzido por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), no bairro Laura Moreira, zona Oeste da capital, no dia 5 de dezembro.
O termo é usado pelas forças de segurança para descrever julgamentos clandestinos realizados por facções criminosas. No caso de Amanda, os investigadores apontam que a morte dela está ligada à disputa territorial e ao controle do tráfico de drogas entre grupos rivais.
De acordo com o delegado João Evangelista, titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), o homicídio foi planejado e executado de forma organizada, com cada participante desempenhando um papel definido no crime. A partir do momento em que o corpo foi encontrado, equipes passaram a ouvir testemunhas e realizar diligências que permitiram reconstruir a ação da quadrilha.
O avanço das apurações possibilitou que os agentes mapeassem a atuação dos suspeitos e deflagrassem uma operação que culminou na prisão de três envolvidos nesta quinta-feira, 11. As capturas ocorreram nos bairros São Bento e Cidade Satélite, no Residencial Vila Jardim. Um dos investigados tentou fugir pulando muros de casas vizinhas, mas acabou alcançado pelos policiais.
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Uma pistola calibre 9 mm foi apreendida com o grupo, e a polícia trabalha com a hipótese de que a arma tenha sido utilizada no crime e em outros homicídios. Entre os detidos está um homem de 26 anos, já condenado a 46 anos de prisão por participação em outro “tribunal do crime”, além de possuir diversas passagens por diferentes delitos. Para o delegado, a reincidência e o vínculo do suspeito com a mesma facção reforçam a gravidade do caso.
O primeiro envolvido havia sido capturado no dia 9 de dezembro, também no bairro São Bento, durante uma ação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). Ele foi preso quatro dias após a localização do corpo de Amanda.
Os três detidos na quinta-feira foram autuados em flagrante por homicídio qualificado — por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima —, além de organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Eles passaram por audiência de custódia nesta sexta-feira (12).
A operação foi conduzida pelo delegado João Evangelista, com apoio do Departamento de Inteligência (Deint) da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e da Polícia Militar.
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