POLÍCIA
Pastor estuprava filhas e obrigava elas a orar depois do crime
Os crimes ocorreram por diversas vezes entre 2010 e março de 2018

Por Bernardo Rego

Um homem, identificado como Maurício Beserra, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Seção de Atendimento à Mulher (SAM) da 27ª Delegacia de Polícia, na terça-feira (28) no âmbito da Operação Falso Profeta.
O acusado, que atuava como pastor de uma igreja em Santo Antônio do Descoberto (GO), foi preso acusado de estupro de vulnerável contra as suas filhas com idades entre 6 e 15 anos à época dos fatos e 6 e 12 anos. Enteados também teria sido vítimas do pastor.
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Uma das vítimas, a filha do pastor, contou o crime ao ser abordada por uma conselheira tutelar do Recanto das Emas que a encorajou a denunciar os abusos sofridos. As vítimas relataram medo de represálias, falta de conhecimento sobre seus direitos e pressão de familiares paternos para que permanecessem em silêncio.
Os crimes ocorreram por diversas vezes entre 2010 e março de 2018, na residência da família, localizada no Setor Habitacional Água Quente, no Recanto das Emas (DF). As investigações apontam que o autor também teria abusado sexualmente de seus enteados (entre 7 e 15 anos à época) e W.P.S. (entre 6 e 14 anos), no mesmo período.
Além dos crimes de estupro de vulnerável, Beserra foi denunciado por:
- Atentado violento ao pudor majorado (art. 214 c/c art. 224, “a”, e art. 226, II, do CP), por obrigar o enteado a praticar atos libidinosos;
- Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A do CP), por submeter as filhas a atos libidinosos na presença uma da outra;
- Tortura (art. 1º, §3º c/c §4º, II, da Lei 9.455/97), por agredir e submeter os enteados a intenso sofrimento físico e psicológico, inclusive utilizando arame farpado, o que resultou em lesão corporal gravíssima e deformidade permanente;
- Maus-tratos (art. 136, caput e §3º, do CP), por obrigar as crianças a permanecerem de joelhos sobre caroços de milho e tampas de alumínio.
As vítimas relataram que os abusos ocorriam tanto quando o agressor estava sóbrio quanto sob efeito de drogas e álcool. Após os atos, ele as obrigava a colocar as mãos sobre a Bíblia e realizar orações, utilizando sua posição religiosa para justificar as condutas criminosas.
Quando foi informado pelo advogado sobre a possibilidade de ser preso o pastor tentou cometer suicídio no local de trabalho, sendo socorrido por colegas e encaminhado à UPA de São Sebastião, onde foi preso.
Após o cumprimento do mandado, o investigado foi conduzido à 27ª Delegacia de Polícia, onde foram adotadas as providências cabíveis.
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