INIMIGA ÍNTIMA
Patroa de brasileira morta em Portugal é suspeita de praticar o crime
Mulher, que também é brasileira, está presa desde o dia 18

Por Andrêzza Moura

Natural de Aracoiaba, no interior do Ceará, a babá Lucinete Freitas, 55 anos, morava em Portugal há apenas sete meses. Ela estava desaparecida desde o dia 5 de dezembro e teve o corpo localizado dias depois, em uma área de mata próxima à Lisboa, em Portugal. A principal suspeita do crime é a patroa da vítima, também brasileira, presa na última quinta-feira, 18.
A mulher, que não teve o nome revelado, é investigada por homicídio qualificado e pelos crimes de profanação e ocultação de cadáver. De acordo com informações da polícia portuguesa, o assassinato teria ocorrido “por razão fútil”. As autoridades não deram mais detalhes sobre a motivação.
O último contato de Lucinete com a família aconteceu na noite do dia 5 de dezembro, quando, segundo o marido, Teodoro Júnior, ela teria enviado uma mensagem, por volta das 19h30 - horário de Brasília -, informando que viajaria para o Algarve, no sul de Portugal, acompanhada de uma amiga. Teodoro mora em Fortaleza.
“Depois disso, mandei mensagens, ela visualizou, mas não respondeu. Liguei várias vezes e não atendia. Foi aí que percebi que algo estava errado”, relatou o marido à TV Verdes Mares. Ele não soube informar o nome da susposta amiga. “Esse é o grande mistério. Não sabemos quem é essa pessoa”, afirmou o marido.
Ele revelou ainda que o patrão de Lucinete relatou já tê-la visto, em outra ocasião, acompanhada de uma jovem que ela dizia ter conhecido no ônibus. “Ela era muito aberta, fazia amizade facilmente”, lembrou.
Ainda conforme ele, no dia 6, Lucinete deveria visitar um apartamento que seria alugado pela família. O plano era que o marido e o filho do casal, de 14 anos, se mudassem para Portugal em 2026. Ela não compareceu ao local em que havia marcado com uma corretora.
Sonho interrompido
Lucinete trabalhava como babá e morava sozinha em um quarto na cidade de Amadora, região metropolitana de Lisboa. Segundo a família, ela havia viajado legalmente, estava empregada e cheia de planos.
“Ela era vaidosa, gostava de passear, tirar fotos, muito guerreira, trabalhadora, justa e honesta”, descreveu Teodoro Júnior, que durante o período de buscas, acionou a Embaixada Brasileira e o Ministério das Relações Exteriores para comunicar o desaparecimento da esposa.
Família enfrenta burocracia para repatriação
Além da dor pela perda, a família agora enfrenta dificuldades para trazer o corpo de Lucinete de volta ao Brasil. Segundo os parentes, há excesso de burocracia, demora nos trâmites e falta de informações claras, além da impossibilidade financeira de arcar com os custos do traslado internacional. O corpo ainda não foi liberado pelas autoridades portuguesas.
“Era uma pessoa íntegra, digna, guerreira, trabalhadora. Estava tudo caminhando muito bem e aconteceu uma tragédia dessa”, lamentou o marido.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso e presta assistência consular à família, por meio dos consulados do Brasil em Lisboa e Faro, mas não detalhou quais medidas estão sendo adotadas.
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Dor e pedido de justiça
A família pede justiça e ajuda para conseguir realizar o sepultamento no Ceará. “A gente quer fazer o enterro dela aqui junto com a família. É só isso que a gente quer. A Lucinete não merecia isso”, desabafou Francisca Freitas, irmã da vítima.
O caso segue sob investigação em Portugal, enquanto parentes aguardam respostas e a oportunidade de enterrar Lucinete na terra natal.
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