POLÍCIA
Polícia confirma que Complexos do Alemão e da Penha funcionam como bases do CV
Comunidades concentram comando estratégico, distribuição de drogas e armas

Por Luan Julião

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou nesta sexta-feira, 31, detalhes da megaoperação realizada na última terça-feira, 28, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos. As investigações apontam que os Complexos do Alemão e da Penha funcionam como verdadeiros quartéis-generais do Comando Vermelho (CV), centralizando decisões estratégicas, treinamento tático e operações de abastecimento de drogas e armas.
Segundo a corporação, os criminosos dessas comunidades recebem instruções avançadas em armamento, tiro, uso de explosivos e táticas de combate. Além disso, os complexos são responsáveis por distribuir drogas e armamentos para outras regiões sob controle da facção. Estima-se que apenas esses dois locais enviem dez toneladas de drogas por mês e 50 fuzis mensais para outros integrantes.
Abastecimento e alcance da facção
O levantamento policial indica que pelo menos 24 comunidades no estado do Rio são abastecidas pelo tráfico. Entre elas estão a Rocinha, Jacarezinho, Complexo da Maré, Complexo do Lins e o Salgueiro, em São Gonçalo. A operação revelou que o Comando Vermelho mantém uma logística organizada, com centros de comando que funcionam como polos de distribuição e treinamento simultaneamente.
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Durante a megaoperação, a polícia apreendeu 100 fuzis, incluindo modelos de calibres 5.56 e 7.62, além de drones, roupas camufladas e armamentos provenientes de países como Venezuela, Argentina, Peru e do próprio Brasil. Muitas armas chegam ao país por rotas que passam pelo Paraguai e são montadas com peças adquiridas legalmente pela internet, segundo informações das autoridades.
Escalada bélica e sofisticação do arsenal
Especialistas em segurança alertam para a crescente sofisticação do CV. Paulo Storani, ex-capitão do Bope, explicou que a facção possui acesso a armamentos como fuzis G3, considerados extremamente sofisticados, além de AK-47, usados por exércitos europeus e da Venezuela, e FAL, típicos das forças armadas brasileiras.
A operação também evidenciou o uso de tecnologias avançadas em confrontos. Integrantes da facção lançaram granadas com drones contra agentes da segurança, mostrando uma escalada bélica nas "batalhas campais" com a polícia.
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