POLÍCIA
Polícia mira hackers que fraudavam mandados de prisão para o CV
A operação Firewall prendeu ao menos três suspeitos

Por Carla Melo

A Polícia civil deflagrou nesta quinta-feira, 18, a Operação Firewall. A ação policial mira hackers que manipulam mandados de prisão em favor do Comando Vermelho (CV), através de invasão de plataformas informatizadas da administração pública.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ao menos três pessoas foram presas.
Como agiam
A investigação, iniciada em julho deste ano, pela Polícia Civil, aponta que os criminosos ofereciam a remoção de mandados de prisão, multas e débitos do IPVA do sistema do Tribunal de Justiça mediante o pagamento de R$ 3 mil. Em todas as divulgações do esquema havia alusões diretas ao CV.
Segundo as investigações, os hackers usavam VPN com senha dos servidores da Justiça para acessar o sistema do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). No momento do acesso, como não era possível apagar os mandados, eles alteravam os dados que permitiam a localização da ordem judicial.
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Dessa forma, quando policiais consultavam o sistema pelo nome correto, o mandado não era identificado, dando a falsa impressão de inexistência dele.
Ainda segundo o apurado, os criminosos ainda ameaçavam os contratantes dizendo que, se não pagassem o valor, emitiriam outra série de mandados contra eles
Como o crime foi descoberto
Durante a investigação, policiais identificaram os criminosos responsáveis pela divulgação dos anúncios nas redes sociais e, em sequência, passaram a seguir o fluxo financeiro para chegar aos demais envolvidos.
A namorada de um dos suspeitos chegou a ceder sua conta bancária para a movimentação do valor arrecadado pelos hackers. Por meio da mulher, foi detectado um intercâmbio financeiro com outros criminosos de Minas Gerais.
A apuração seguiu até que os policiais localizaram o chefe do esquema. Ele já trabalhou em empresas de certificados digitais e conseguiu “apagar” um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. A partir daí passou a oferecer os serviços a terceiros.
O homem havia sido preso por agentes da 36ª DP (Santa Cruz), em setembro deste ano, por violação do segredo profissional, associação criminosa e estelionato.
Enquanto trabalhava numa empresa de certificados digitais, o suspeito realizava a quebra de autenticação em duas etapas, decodificação de certificados digitais, manipulação de dados cadastrais de magistrados e emissão fraudulenta de alvarás judiciais.
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