RELEMBRE
Saiba quem é o ex-jogador do Vitória preso por tráfico
Conhecido como "pastor", atleta tem histórico polêmico

Por Luiza Nascimento

O atacante Mateus Gonçalves, ex-Vitória, teve o julgamento marcado para 12 de fevereiro de 2026. Ele está preso por tráfico de drogas e associação criminosa, na Penitenciária Estadual de Dourados, no Mato Grosso do Sul, desde junho deste ano.
Apelidado de "pastor", o atleta teve uma trajetória marcada por polêmicas, mas também foi fundamental em momentos decisivos.
Revelado na base do Cruzeiro
Mateus Gonçalves Martins iniciou sua formação como atleta nas categorias de base do Cruzeiro, passando também por Guarani e Palmeiras. Na equipe profissional, fez sua estreia em 2012, atuando no Brasil, México e Paraguai.
No retorno ao Brasil, ele defendeu o Sport, Fluminense e Ceará, antes de chegar ao Vitória em 2023.
Flagrado em teste antidoping
Em 2021, enquanto defendia o paraguaio Cerro Porteño, Mateus foi flagrado em teste antidoping. Na época, ele afirmou ter sido vítima de contaminação via suplementação, mas, por falta de provas, cumpriu suspensão de 11 meses.
Durante o período, o jogador afirmou que não pretendia voltar a jogar, mas ressignificou a punição e chegou a dizer que aqueles foram os meses mais importantes da sua carreira.
Trajetória no Vitória
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Em 2023, o pastor retornou ao Brasil, mesmo ano que jogou pelo Vitória. Na equipe baiana, ele atuou em 40 jogos, marcou três gols e fez cinco assistências, contribuindo diretamente nos títulos da Série B (2023) e do Campeonato Baiano (2024).
Entre os feitos no rubro-negro baiano estão os dois gols na ida da final contra o Bahia, garantindo vantagem para a decisão do clássico Ba-Vi.
Na boa fase, Gonçalves passou a ser chamado de “Pastor” pela torcida, apelido associado à postura religiosa adotada pelo jogador, que costumava publicar mensagens bíblicas e reflexões de fé nas redes sociais, além de fazer referências à religião em entrevistas e manifestações públicas.
No entanto, com a chegada do técnico Thiago Carpini, em 2024, ele perdeu espaço no clube e foi transferido para o Goiás, onde foi afastado por indisciplina e teve o contrato culminando em rescindido em seguida.
Prisão marcada por dívida com traficantes e agressão
A prisão aconteceu no dia 10 de junho, na MS-156, no município de Juti, região próxima à divisa entre Brasil e Paraguai. Durante uma operação de rotina, policiais militares rodoviários identificaram dois automóveis trafegando em velocidade elevada. Ao receberem sinal de parada, os condutores ignoraram a ordem e tentaram seguir viagem.
Segundo informações da corporação, Mateus Gonçalves conduzia um HB20 acompanhado de Luiz Henrique Pereira. A dupla teria a função de batedora, dando suporte ao casal Joice Costa e Moisés Moraes Martins, que seguia em outro veículo carregando 187,2 quilos de maconha.
Luiz Henrique, que ocupava o banco do passageiro, afirmou atuar como assessor do ex-jogador. Apesar de optar pelo silêncio durante o depoimento na delegacia, ele revelou no momento da abordagem policial que receberia R$ 2 mil pelo trabalho.
Já Joice Costa e Moisés Moraes Martins admitiram a prática do crime. Eles relataram que o transporte da droga tinha como objetivo quitar uma dívida da mulher com traficantes. De acordo com o casal, o automóvel com o entorpecente foi retirado em uma cidade localizada na fronteira com o Paraguai.
Ainda conforme os depoimentos, Joice e Moisés disseram não ter vínculo com o ex-atleta nem com o assessor, mas sabiam que ambos atuavam como batedores.
Além da droga, a polícia recolheu dois rádios comunicadores, R$ 1,8 mil em espécie, quatro aparelhos celulares e os veículos utilizados na ação. Após audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva, e os envolvidos permanecem detidos desde então.
Polêmica familiar
Dias após a prisão, a irmã de Mateus, Letícia Martins, apareceu nas redes sociais contando a realidade crítica que os parentes convivem após toda a situação envolvendo o atleta, sendo necessária até a realização de uma vaquinha.
Em vídeo publicado no Tiktok, Letícia desabafou sobre o desespero da família por não ter dinheiro para se bancar com a prisão.
"A família foi do luxo à lama. Meu irmão pagava o aluguel de minha mãe. E agora, como vai pagar? Ele tirou ela do serviço e pagava um salário para ela. Minha irmã foi despejada. O dinheiro foi bloqueado e não temos um real, fizemos até vaquinha para contratar o advogado. Eu tinha até saído do estágio para trabalhar com meu irmão", disse no vídeo.
Ela confirmou que o jogador ofertava uma vida confortável para toda a família, inclusive pagando a faculdade de direito da jovem. Letícia também detalhou a vida antes e depois da prisão, além de revelar intenções de Gonçalves sobre abandonar a carreira.
No final da gravação, a estudante de direito pediu que o vídeo fosse compartilhado, pois "precisava viralizar para pagar as contas".
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